domingo, maio 04, 2008

Se não houvesse fim (Zig-zag)


"E quando a mentira começar a dar-nos prazer, falemos a verdade para lhe mentirmos."


Queria lhe mandar uma mensagem no celular: atrás de cada gesto sempre se esconde uma paixão; queria voltar à sua cama nesses dias frios, sentir o seu cheiro e sexo, mas não havia sequer verbalizado seu querer, conjecturas, via nela uma mulher que mexia com seu todo e que o tratava ora como um gato, ora um cachorro.

Queria ler o que ela estivesse lendo junto na cama, um conto ou um poema, discutir somente o silêncio enquanto sentia sua cintura com uma de suas mãos enquanto a outra sentisse seu pescoço, ombros, costas, enquanto ela se sentisse desejada.

Queria falar-lhe o quanto seus amigos eram dispensáveis, o quanto ele era egoísta, o quanto ela estava exuberante a última vez que se encontraram naquela festa estúpida - que poderiam ter evitado, a sós, ouvindo as histórias dela, da infância, da avó, dele, dos cavalos, do sítio, bebendo suas histórias.

Queria beijar sua boca, sua boca sempre mais vermelha, mais redonda e sempre entreaberta pedindo pra ser mordida. Mas suas palavras, como seus gestos, eram sempre equivocados. Era um patético e sabia que seu jeito a ameaçava.

No fim, um dia, ela lhe disse sobre a importância das pessoas estarem bem sozinhas, disse que diferenças de idade e de opinião não contribuem para um bom relacionamento, disse também não estar pronta pra uma relação mais íntima.

domingo, abril 27, 2008

os melhores momentos da faculdade


Reificação e fetichismo (passeio pelos blogs)

Se fomos todos objetificados, estamos todos mortos. Assim como todos objetos transformaram-se em sujeitos, o que nos resta a fazer?

http://professorvirtual.blogspot.com/2004/09/fetichismo-e-reificao-na-escola-de.html

Aprendi novas palavras mas não tornei outras mais belas
Ah! sei, só nos resta a marginalidade, viva!

http://creodg.blogspot.com/

sábado, abril 26, 2008

Iluminuras de São Paulo


No negro chão sujo, um resto de homem se contorce. Está mijado, com frio, encolhido e geme. O resto de homem no negro chão sujo é negro. A noite é negra como a garrafa ao lado daquele farrapo. No terminal de ônibus, é o único que está parado, deitado. Transeuntes vêm, olham, passam, alguns dão risada, outros olham com repugnância. Uma mulher recolhe o lixo com pá e vassoura em punho. Indiferente a cena, aproxima-se daquele maltrapilho e quase toca seu nariz, com a vassoura, para que não haja mais sujeira no chão. Agora só há um esfarrapado no chão que continua negro mas agora está limpo. Escolho palavras, não para julgar, mas para absorver essa imagem que agora me pertence.

quarta-feira, abril 23, 2008

Máximas ou axiomas?


"O leitor é um texto" BARTHES


Na verdade, não há leitor nem texto o que existe são "comunidades interpretativas." O NOME DO DITO CUJO QUE CHEGOU A ESSA CONCLUSÃO ESQUECI


terça-feira, abril 22, 2008

I'm sorry that I love you

CARACOLA

a NATALITA JIMÉNEZ

"Me han traído una caracola.

Dentro le canta
un mar de mapa.
Mi corazón
sellena de agua
con pececillos
de sombra y plata.

Me han traído una caracola".

GARCÍA LORCA

sexta-feira, abril 18, 2008

Isto não é uma poesia


PASSEIO NO METRÔ


nos olhos da criança

encerra-se emoção inesgotável


a garota cor de rosa no metrô

sofre uma desvantagem

na linguagem no discurso na cognição


mas tem muitos privilégios

não sofre do imediatismo das coisas prontas

nem da bestialidade coletiva


necessidade de se chegar ao fim das histórias

fora do mundo das mercadorias e dos espectadores, passeia

e aproveita a viagem


Tem doze ou vinte um

não se sabe


"Solo el misterio nos hace vivir. Solo el misterio" LORCA

quarta-feira, abril 16, 2008

Dengue

Apologias midiáticas

No Rio, em plena epidemia de dengue, autoridade da PM denonmina a própria PM como inseticida social. Se fosse um poeta, tudo bem, há uma certa poesia na combinação insólita. Mas é um funcionário público ... Mas o estado... Mas a democracia...

segunda-feira, abril 14, 2008

Sobre Baudelaire, Spleen, Benjamin, Paris, Debord


"Farejando por todos os cantos o caso das rimas"

..."E às vezes topando com versos há muito sonhados"

Assim nem tudo era mercadoria, hein Debord?
Não era... depois dizem que o Nietzsche é quem pega pesado.

quarta-feira, abril 09, 2008

Pra quem gosta de provérbios

A Lua anda devagar mas atravessa o mundo.
(provérbio africano)

quarta-feira, abril 02, 2008

Casamineto De Negros (Violeta Parra y Milton Nascimento)


"Se ha formado un casamiento
Todo cubierto de negros.
Negros novios y padrinos,
negros cuñados y suegros.

Y el cura que los casó
era de los mismos negros.
Cuando empezaron la fiesta
pusieron un mantel negro.
Luego llegaron al postre,
se servieron higos secos,
y se fueron a acostar
debajo de un cielo negro.

Y ya están las dos cabezas
de la negra con el negro.

Amanecieron con frío,
tuvieron que prender fuego.
Carbón trajo la negrita,
carbón que también es negro.
Algo le duele a la negra.
Vino el médico del pueblo,
recetó emplasto de barro
pero del barro más negro,
que le dieron a la negra
zumo de maqui del cerro.

Y ya murió la negrita,
¡que pena para el pobre negro!
Y la fueron a enterrar
en cajón pintado de negro.

No prendieron ni una vela,
¡Ay! que velorio más negro.
Y ya partió la negrita
levitando para el cielo.
Era un día muy nublado,
todo se veía negro.

Le abrió la puerta San Pedro
que era de los mismos negros".

terça-feira, abril 01, 2008

A Sophia fez aniversário

A Sophia fez aniversário. Vovó, Dino, Verena e Dedéia estavam lá, além do grupo infantil de capoeira, além dos culpados por sua existência, a saber, Biathan e Mariokum. Comemos, bebemos e nadamos. Depois morremos afogados para nascermos mais uma vez. A Sophia estava muito contente com a presença de todos e, principalmente, por causa de sua nova piscina, muito entusiasmada. Faz três anos que ela está no meio de nós. Obrigado Sophia, o limite do mundo é sua imaginação. Ou onde mamãe e papai lhe levarem.

sábado, março 29, 2008

sexta-feira, março 28, 2008

O que fica da cinza das horas?

Fica as cinzas
Fica as horas
Fica o outro
Fica os outros

Fica o bobo
Fica a máscara
Fica o outro
Fica os outros

quinta-feira, março 27, 2008

O Silêncio



"Na sombra cúmplice do quarto,

Ao contato das minhas mãos lentas

A substância da tua carne

Era a mesma que a do silêncio

Do silêncio musical, cheio

De sentido místico e grave

Ferindo a alma de um enleio

Mortalmente agudo e suave

Ah, tão suave e tão agudo!

Parecia que a morte vinha...

Era o silêncio que diz tudo

O que a intuição mal adivinha.

É o silêncio da tua carne.

Da tua carne de âmbar nua,

Quase a espiritualizar-se

Na aspiração de mais ternura"

BANDEIRA

quarta-feira, março 26, 2008

O resto é silêncio

"Quer pintar? Então comece cortando a língua, pois a partir de agora você só deve se exprimir com seus pincéis"


MATISSE

segunda-feira, março 24, 2008

Quase Crônicas

As crianças da fronteira entre Paraguai e Brasil vem, falando guarani, aprender o português por um prato de feijão.

Mas e o Haiti? Ah, o Haiti... Onde fica mesmo? Não importa. Todo o mundo é mais importante que o Haiti. Mas não é o Brasil que comanda o programa de pacificação lá? Será? Como? Como consegue tomar conta de outro país? E o que acontece com o Haiti? Tem petróleo lá? Ou o conflito é étnico? Tem muito preto no Haiti? Ah... O Haiti, eu sei que se fala francês lá. Chique né? Onde fica o Haiti mesmo?

A lua
A contingência do ser humano traduz-se em lirismo. A luz na mão de Fellini clareia a infância que, por ser tão íntima, é a puerilidade de todos. Um poeta em seus filmes é a metáfora de criança. Fellini, um narrador de sonhos que nunca se faz notar, ao mesmo tempo tão singular e melancólico. Quando conta o sonho, nos tornamos parte dele. O expectador nunca saiu ileso de seus filmes. Ah! E a lua estava mais bela que nunca.

quinta-feira, março 20, 2008

Pedestre Desvio (iluminuras)



"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras".

NIETZSCHE




Câncer tem cinco letras. Ele observa uma menina de passos indecisos. Toda torta. Tudo parece indeciso nela. Linda e torta. Mas sofrer de câncer é muito pior.


Nos bares, a maioria é feita de homens, tomam sua cervejinha, evitando o tumulto das seis na cidade mais inchada da América Latina... Aliás, com o nome do continente dá pra se escrever cancer (sem acento) - é só dobrar o cê. Sobra um monte de letras. Dá até pra escrever Amelia, Anita, mas só se pegar o ene emprestado de câncer. Será que a moça torta, indecisa e sorridente chama-se Anita.

Aninha, tão linda e sem jeito passa pelas calçadas, driblando sem querer os pedestres. Talvez ela quisesse mesmo era trombar. Sentir-se uma igual, mas não especial. Às vezes alguém esbarra, mas fica todo desajeitado, embaraçado pede desculpas. Mas se trombam a culpa é sua.

Ele continua atento. Acha que ela não queria ter nascido daquele jeito. Acha que tão difícil quanto o câncer é ser diferente. Continua a espreitar Anita que some num desvio da avenida principal.


quarta-feira, março 19, 2008

Imagem é tudo

"China's handling of the Tibet issue is being watched closely by world leaders in the run-up to the Beijing Olympics.

Officials said on Wednesday that the Olympic torch - which will be carried across China ahead of the Games - will still go through Tibet despite the current troubles".

An excerpt from today's article Protesters 'surrender in Tibet' on http://news.bbc.co.uk/2/hi/asia-pacific/7304144.stm

11/12

Absorver imagens. Transformar o mundo em metáfora e transcrever a consciência e o subconsciente das almas. As peculiaridades do ser humano podem ser problematizadas e muitas vezes questionadas por meio único e exclusivo da linguagem. Talvez seja esta a razão da literatura. Talvez também seja a melhor maneira de conhecermos a nós mesmos.

terça-feira, março 18, 2008

Desvio


O mesmo, o outro
penso a limpo

e trato tudo como se fosse acidente

sempre esperando o pior


inferno e caos
porque amor e liberdade nunca vencem


só espero achar um lugar melhor
ou um jeito melhor de desistir

preso em minha própria teia

você sempre me avisava

mas eu não sei ouvir


A vida, uma sucessão de equívocos

a poesia, uma maneira de problematizá-los


De pneu, faço um balanço
meu menino brinca, eu estendo as roupas

A praça amanhece

segunda-feira, março 17, 2008

desabafo


A vida, uma sucessão de equívocos
A literatura, uma maneira de problematizá-los
De pneu, faço um balanço
Meu menino brinca
Eu estendo roupas
A desgraça amanhece

sábado, março 01, 2008

Earthly delights


Vazio, desconectado, a figura que se vê é uma sombra funda. Tudo parece revolver a poeira. O passado uma poeira subsahariana. A mulher se arrasta, um homem a acompanha. A vida naquele lugar é feita de sacrifícios.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Estrela solitária


Don't come knocking is not about cowboys but drifters. It's about the movie industry and consumerism and people and love, also. Well it's Wim Wenders, you know the rest.

Assisti quando saiu no cinema, na finada sala uol da Fradique, esqueci de mencioná-lo entre os meus favoritos do Wim Wenders, assisti novamente ontem no cinusp com o Dino. Uma coisa que não me lembrava claramente era a magnifica trilha sonora pra quem gosta de Silver Jews, Tindersticks, Nick Cave, Johnny Cash (sound track for "losers and suckers and steady bad luckers") Mas não sei se algum deles entra na trilha sonora, preciso checar mas fica a recomendação, heh.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Mais leitura

Terminei de ler Quando o espiritual domina de Simone de Beauvoir. É um conjunto de novelas que estão interligadas por persomnagens em comum. Assim as histórias se encontram. O tema seria o conflito de identidade dos seus personagens. Mulheres sufocadas pelo arbítrio cultural, pela formação cristã. Homens patéticos. Em suma, um ótimo livro que fala do humano demasiado humano e por consequência do amor. Há no título ironia e referência a uma obra antagônica.

Roma


Confuso, às vezes profundo, mas certamente ridículo.

Pra quem tem tempo (cante essa canção)


Ô tra la la la la la ô
Ô tra la la la la la ô
Ô tra la la la la
Ô
Tra la la la la
Ô
Tra la la la la la
Ô
As flores já não crescem mais
Até o alecrim murchou
O sapo se mandou, o lambari morreu
Porque o ribeirão secou
Ô tra la la la la la ô
Ô tra la la la la la ô
Ô tra la la la la
Ô
Tra la la la la
Ô
Tra la la la la la
Ô

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Amor ou morte ou...


A Estrela

"Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?

E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia".


BANDEIRA ( QUE TINHA MEDO DE TER MEDO NA HORA DE MORRER (...) E RIA COM MUITA FACILIDADE PORQUE ERA DENTUÇO - segundo João Condé)

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Amor II



A menina colhe flores na livraria. Pesca livros, colhe flores de todas as cores.Ela os lê porque dá prazer. A menina pesca às vezes os mais sérios que já se leu. É a sua curiosidade, conhecer o não dito.

Acompanho-a, a fim de participar desse descobrimento, de suas emoções. Sem que ela se aborreça, vou por entre seus cabelos.

Os meninos e as meninas que passam falam consigo mesmas: "nossa que menina linda...e que borboleta! A menina ri. Ela gosta de ser desejada.

A borboleta gosta de sua graça e delicadeza. Também gosta de ser desejada e viver sempre na cabeça da menina.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

AMOR


O Amor é uma prisão.
"I... I used to make long speeches to you after you left. I used to talk to you all the time,
even though I was alone. I walked around for months talking to you. Now I don't know what
to say. It was easier when I just imagined you. I even imagined you talking back to me.
We'd have long conversations, the two of us.
lt was almost like you were there. I could hear you, I could see you, smell you.
I could hear your voice. Sometimes your voice would wake me up. It would wake me up
in the middle of the night, just like you were in the room with me. Then... it slowly faded.
I couldn't picture you anymore. I tried to talk out loud to you like I used to, but there was
nothing there. I couldn't hear you. Then... I just gave it up. Everything stopped.
You just... disappeared. And now I'm working here. I hear your voice all the time.
Every man has your voice".

Jane talking to Travis

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Old Bull Lee (prova de veneração)


Abre-se a porta. O velho entra empurrando passos. Lá fora a chuva farinhava. Ele enfiado num terno cinza folgava por sua magreza. Arrancou o chapéu da cabeça delgada. Dentro o sol faiscava um amarelo de mudança de tempo. Conversa com um rapaz que veste branco. Mas conversar é dificil. Ele quer comprar o papagaio. Talvez assim o velho consiga sobreviver. Contar histórias. Tudo que mais amou na vida. Gostou de homens e mulheres, dar tiros, gatos, tomar tudo e todas e gostou de escrever. Agora sobrevivia.
Todos seus amigos, ou se houvera alguns, os mais chegaods, haviam morrido. Quando se pensa em longevidade não lembramos daqueles que se perderão no caminho. Todos que o cercavam agora eram uns babacas. Mas os gatos supriam sua carência. Ele havia se tornado mais sensível por causa dos felinos.
Não conseguia advinhar o que o garoto do caixa queria. Ainda enxergava bem, era sensível ao toque (gostava muito de ser tocado) mas sua surdez o incomodava, um constante zumbir (como de um inseto gigantesco, ou talvez o espirito maléfico que o perseguira a vida inteira tinha asas)

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

http://www.consciencia.net

"Das coisas que a sabedoria proporciona para tornar a vida inteiramente feliz, a maior de todas é uma amizade".
Epicuro (341-270 a.C.)

domingo, fevereiro 10, 2008

Pessoa

Olhando o mar, sonho sem ter de quê

Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?

Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.

As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.

Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.

Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?

Fernando Pessoa

Rebound

Rebound (by Sebadoh)

Heart-broken and attractive
A sad, sloppy mess
Lookin' for approval
And easily impressed
Beware they say, but why would I listen?
I need to know what I've been missing
I'm no one you can trust
All little-boy lonely with curious lust
Confusion turns me upside down
Lost as quickly as I'm found
But soon enough it turns around
On the rebound
Call it fate or true love, never forced romance
Fell into a new love
Maybe perfect love by chance
Beware they say, but why would I listen
When it feels this good?
No one lives their life
Doing all the things they say they should
Confusion turns me upside down
Lost as quickly as I'm found
But soon enough it turns around
On the rebound (X4)

sábado, fevereiro 09, 2008

Virou música, ficou bacana


carvão roubado de Nina Jacomini
Sabe? (Encantado por Safo)


Ninar um sonho. Desejo.
Um sentido que dispersa e dissemina
Pinta um braço, os olhos, verde
tênis cheio de barro e sujo do sítio
Jogo de risadas, de polvilho,
eu todo tapado, ela toda ilegível
Furto versos, noites em claro
Mas tudo é ousável e sofrível...

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

citações

"Se quisermos compreender alguma coisa, precisamos nos dedicar ao silêncio".
Federico Fellini

Vinhas da Ira

Conta as consequências da Grande Depressão de uma maneira criativa. Além do viés humanístico e cristão um outro ponto forte do livro é o valor da comum-unidade. A narrativa é sobre arrendatários e pequenos produtores que expulsos de suas terras lançam-se numa verdadeira corrida a procura de trabalho nas promissoras terras californianas. O enredo é traçado em torno dos Joads e seus dependentes. O martírio e desagregação da família é contado de maneira muito peculiar por Steinbeck que impõe um ritmo acelerado e diálogos vividos cheios de uma filosofia comum. Além disso, há intervalos de puro lirismo em que por vezes sua prosa se confunde com música de raiz norte americana. Sem contar a fascinate imagem final que deixou muitos leitores na época com aversão ao autor. Um livro muito interessante para ser lido em Inglês.

sábado, janeiro 26, 2008

Caldo de Udon


20 conchas de Dashi
1/3 concha de Sakê Kirin
1/3 concha de Sakê Mirin
1/3 concha de Shoyu
1 colher de sopa Dashi (vidro)
10 colheres de chá sal
5 colheres de Aginomoto
1 envelope de Hondashi

* Sakê Kirin dá pra beber e se você gosta de Hondashi dá pra botar um pouco mais na receita* se quiser aumentar a receita vá em frente e se houver hesitação assista Ratatouile*
Obrigado Biathan

É muito bacana conhecer bons contadores de histórias.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Beatriz

The writer has a serious disease. she's going blind and probably dying. I've been told in my dreams.It's true, a friend of mine told me in a dream. Now everything falls into its rightful place. That's why she believes everything is magic and everyone is holy. she made life seems kind of fun. I feel like her stalker. First I got caught following her around the city, at the libraries, bookstores, bistros and supermarkets. Now I'm looking over my shoulder and watching her back.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

O Lima Duarte é foda!

Madrigal Melancólico

"O que eu adoro em ti
Não é sua beleza
A beleza é em nós que existe
A beleza é um conceito
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza

O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência
Mas é o espírito sutil
Tão ágil e tão luminoso
Ave solta no céu matinal da montanha
Nem é tua ciência
Do coração dos homens e das coisas

O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical
Sucessiva e renovada a cada momento
Graça aérea como teu próprio momento
Graça que perturba e que satisfaz

O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai
O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto matinal
Em teu flanco aberto como uma ferida
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza
O que adoro em ti lastima-me e consola-me
O que eu adoro em ti é A VIDA
" !!!


Manuel Bandeira

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Esse é o cara



Ele era vegetariano e essa foi sua resolução de fim de ano. Agora,as leitoas que se cuidem.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

pinky show

pessoal no you tube pra conferir many short films, documentaries
they're great they're cats and it shows that many americans really care about the world
they rock I'm their biggest fan
and it shows there's lot more to know about them and the rulling class is full of bad intentions everywhere and I'm running out of words here


http://www.youtube.com/watch?v=pjlmRs8FcJg

assita war in Iraq (Legal?)

how to solve illegal immigration

quarta-feira, dezembro 12, 2007

mellow romantic funny (Magnetic Fields)

There are no labels for this band but Pop. Songs that you whistle waking up or on your way to bed, walking down the street, going to the movies ...
or sing them along lonely at home weeping yourself out watching Doctor Zhivago and palying "69 love songs" instead of the original sound track, YEAH, they're that good.

I'm sorry that I love you

terça-feira, dezembro 11, 2007

By Milan Kundera, in" A insustentável leveza do ser"

"O amor começa com uma metáfora. Ou melhor: o amor começa no momento em que uma mulher se imscreve com uma palavra em nossa memória poética".

tirado da coluna do Rubens Alves

domingo, dezembro 09, 2007

INFLUXO REPUXO (2004)

anda coloca a cabeça pra pensar deixa fluir a mensagem pululam as idéias na cabeça mas não consegue pensar por que não fecha os olhos ouve tem tanto discurso no ar afinal a imagem não é tudo encosta a cabeça na janela do busão foge pra outro país no Sudão meninos e meninas estão morrendo mamães morrem papais morreram e o padre says they can't talk and also meaningless speeches about human rights parece que as pessoas tão ruim do miolo diria rosa ah rosa quanto mais leio menos sinto necessidade de escrever afinal não ter na ponta do dedo a ortografia deixa todo mundo encabulado e tem tanta coisa pra atualizar tanta coisa boa que ainda não comemos engolimos digerimos tanta coisa que vale pro dia dia consegue uma vaga no próximo vôo pra ft myers tô dentro saudade de lady fish strip cub moms bia seth doug d meredith clau e rob tem carta chegando e saindo vai e volta tem palavra que sai muitas ficam dentro da cachola outras no backspace tem muita coisa pra acertar antes de partir missionário no haiti laos sudão

CÉU (By BANDEIRA)


For Ginger, Clau an' Rob


"A criança olha
Para o céu azul.
Levanta a mãozinha.
Quer tocar o céu.

Não sente a criança
Que o céu é ilusão:
Crê que o não alcança,
Quando o tem na mão".

BANDEIRA

sábado, dezembro 08, 2007

waitin' for a superman (Flaming lips)

this is Sophia, remember, she used to be bald, I guess she grew older, anyways, when she's around there's this sound track on my mind played specially by Flaming lips which is a band I adore besides their songs sound like psychedelic lullaby, see what I'm saying
Asked you a question
I didn't need you to reply
Is it gettin' heavy?
But they'll realize
Is it gettin' heavy?
Well I thought it was already as heavy
As can be

Is it overwhelming
To use a crane to crush a fly?
It's a good time for Superman
To lift the sun into the sky

'Cause it's gettin' heavy
Well I thought it was already as heavy
As can be

Tell everybody
Waitin' for Superman
That they should try to hold on
Best they can
He hasn't dropped them
Forgot them
Or anything
It's just too heavy for Superman to lift

Is it gettin' heavy?
Well I thought it was already as heavy as can be.

Tell everybody
Waitin' for Superman
That they should try to hold on
Best they can
He hasn't dropped them
Forgot them
Or anything
It's just too heavy for Superman to lift

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Escolas, Meninos, Shoppings e Urubus (Robert Hawkins)

Robert Hawkins é um menino que realizou seu sonho. Ficou famoso. Será que na sociedade onde ele viveu os únicos culpados pelo fim do garoto, além dele próprio, seriam apenas seus pais?- separados desde a remota infância do rapaz.
Pessoas, outras vidas, foram afetadas para sempre por causa do ato insólito de Robert. E as coisas não vão mudar na terrra do Tio Sam, no máximo a cantilena do problema das armas volta à tona.
O problema não é só americano. Nem só das armas. ( e muito menos da maconha, segundo Tropa de elite) Aqui há outro tipo de violência, disseminada, mas também dentro da escola, e fora, e em toda parte. Das classes A a Z as crianças, os adolescentes estão, cada vez mais, envolvidos com a violência e o crime. A única diferença é que os meninos daqui não ficam tão famosos quanto os de lá.
Só queria sublinhar que grande parte dos casos são perpetrados por meninos e garotos. Por que quase sempre são jovens do sexo masculino? Ninguém parou pra pensar, nem os psicólogos? Nem os sociólogos? Nem o Papa ou o Pastor?
A dica literária é esse livro excelente. Li há mais ou menos um ano, por causa duma entrevista do autor no roda viva. O tema aqui é tratado do ponto de vista de um adolescente do interior americano. Conselho: leia em Inglês, pra não perder a forma. Porque literatura é forma, ciência é que é conteúdo, segundo o jovem Lukács.

Se não tiver tempo de ler livro ouça Rancid (as loud as possible) e preste atenção no coteúdo e na forma
"Salvation"

Salvation
Come on baby won't you show me what you got

I want your salvation

there's a neighborhood called blackhawk
where all the rich people hide
I was down on my luck working for the salvation army
The shelter is where i reside
Everyday we drive into blackhawk
and we pick up the offerings
Microwave, refrigerator for the suffering

Come on baby won't you show me what you got
I want your salvation

I can't believe these people live like kings
Hidden estates and diamond rings
I'm a rat out on a mission
I'm in your front yard under suspicion

Come on baby won't you show me what you got
I want your salvation

http://br.youtube.com/watch?v=pNzGIhPui5U

Vernon God Little


sonho


"Felicidade é tão somente coincidir a vida com as idéias ".
Camus

Num páis de língua árabe, via a impossibilidade de me comunicar, por motivo óbvio. Numa mesquita, entrava pelo lado errado, mas lado errado não há, parecia mais uma sinagoga. Orava junto com meus irmãos, muçulmanos. Conseguia perceber um desejo de redenção, um anseio por religar-me a algo do qual não faço parte.
Aí, chega você, que entende a minha língua, eu te digo te amo, você finge não entender, eu disfarço.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

lendo e aprendendo

Acabei de ler um conto muito cheio de lacunas, silêncios, subterfúgios. O nome do conto é "O vaso Azul". Trata de uma velha história bíblica: O retorno do filho, nesse caso, filho único, ao lar. Esse seria o aspecto na superfície, por si só uma anedota, uma parábola com muitas leituras possíveis. O detalhe está em como o narrador nos fisga numa narrativa quase sem acontecimentos. Mas isso não vem ao caso e quem tiver olhos ou ouvidos que escute ou leia a história. O fato é que trombei com um artigo da PUC, que não utilizei na análise, mas muito interessante para leitura. Ele é interessante pois se percebe na herança patriarcal sempre uma conotação extremamente negativa, como no caso do meu último conto

Michele II

, QUE SERIA MUITO SIMPLISTA. Assim segue o texto:

BOLETIM CLÍNICO - número 19 - novembro/2004


3. A Perda e o Retorno do Pai

Ensaio apresentado em Mesa Redonda no Simpósio "Perspectivas junguianas para o terceiro milênio, PUC-SP, 1999.

Este ensaio visa compreender a questão da chamada "perda do pai" no indivíduo e na cultura contemporâneos, a síndrome do pai ausente tão apontada pela Psicologia Analítica nas décadas de 80 e 90, assim como mostrar alguns possíveis desdobramentos deste problema.

Iniciaremos com o relato de três situações aparentemente não relacionadas:

Situação 1: Em uma sessão de análise, um homem, na faixa dos quarenta, se queixa que sua casa está um pandemônio e ele não encontra lugar nela - sua mulher fala alto e ocupa o telefone; seus filhos estão alojados cada um em uma TV e o computador... sempre ligado na Internet!. Conta um sonho em que ele é o chefe de uma família muçulmana e ali ele reina soberano.

Situação 2: Em uma escola no Colorado, nos Estados Unidos, dois jovens de classe média alta, filhos de respeitáveis pais, e que se sentiam marginalizados na escola, resolvem detonar os seus colegas, no sentido estrito da palavra: carregados de munições, promovem uma carnificina, matando vários deles, ferindo outros e destruindo muitos equipamentos.

Situação 3: os jornais noticiam atos de vandalismo nas escolas públicas de São Paulo: bombas, jovens que se matam por motivos aparentemente triviais, competição destrutiva de gangues.

Estes e outros exemplos aparecem quase todos os dias na imprensa e povoam e amedrontam as nossas vidas - o que estaria acontecendo? Onde, no meio de situações tão díspares e do caos, podemos extrair um sentido?

Gostaríamos de analisar estas situações tendo como referência alguns conceitos da Psicologia Analítica, em especial o arquétipo paterno, o arquétipo bipolar Senex-Puer e suas manifestações.

O pai é entendido na Psicologia Analítica em primeiro lugar como um símbolo. Segundo Jung, Von Franz e outros teóricos da Psicologia Analítica, o pai como símbolo representa, nas palavras de Tacey, "a ordem do mundo, a tradição estabelecida e o edifício moral construído por aquela tradição" (Tacey, 1997, p.38).

Nos mitos e contos de fada podemos ver esta figura aparecendo, por exemplo, como o rei doente que vai morrer e deseja deixar o seu legado para um filho, que deverá ser escolhido, em geral, entre três (von Franz, 1981). Ou aparece como um rei doente que possui uma ferida que deverá, como na lenda de Parsifal, ser curada através de um ato realizado por um jovem predestinado (Johnson, 1994).

Este símbolo, aponta, portanto, que há uma ordem antiga do mundo e da cultura que está morrendo ou está gravemente ferida e que deverá ser redimida ou substituída por uma nova.

Assim, estabelece-se uma dinâmica entre o velho elemento, o Senex, e o novo, o Puer, componentes do arquétipo bipolar Senex-Puer, como assinala James Hillman (1990), como um dinamismo coletivo inconsciente e que está na base dos fenômenos culturais e sócio-históricos, na família, nos relacionamentos e no indivíduo (Hillman,1990). No nível das manifestações, esta dinâmica gera ou é sincronística a eventos históricos, como as revoluções sociais, econômicas e políticas e em relações específicas, como é a relação pai e filho, no já proclamado conflito de gerações.

O Puer, o arquétipo da criança, em oposição ao Senex, é um arquétipo que anuncia um novo estado de consciência, uma nova atitude. Como símbolo é ele quem nos traz a renovação, o lúdico, a saída da estagnação e a criatividade. Durante muito tempo a criança, foi ligada (e isso muito por responsabilidade da própria Psicologia), à imaturidade, ao infantilismo, ao narcisismo e à onipotência. Como dizemos habitualmente, ao nos referirmos àlgumas pessoas: "ele é muito infantil, não amadureceu..." A bipolaridade de todo arquétipo, todavia, nos faz ver que a criança não nos fala apenas do aspecto patológico da psique, mas também é aquela que está mais próxima da origem, do inconsciente e do manancial criativo deste.

Podemos perceber na história da família e da criança, como aponta Ariès (1978), que a partir do século XVI a criança foi sendo vista de uma forma diferente, não mais um adulto em miniatura, ou um servo encarregado de serviços pesados, mas como um membro a ser cuidado e amparado. Com a fundação da escola, esta constituiu um lugar para a sua formação.

A família moderna, portanto, no início de sua constituição (e que se evidenciaria na família nuclear), começa a girar em torno da criança, vista agora em seu desamparo e necessitada de um desenvolvimento. Isto deu uma nova configuração à família, um lugar de sentimentos, onde o que conta é o cuidado e o amor e não mais como uma posse que, por sua vez, iria tomar conta da linhagem e patrimônio do pai.

Ao mesmo tempo, no entanto, em que a criança é promovida, em que este arquétipo começa a invadir a consciência coletiva, o símbolo do Pai começa a entrar em decadência. Na Revolução Francesa, os pais autoritários da pátria são depostos pelo povo, que adota o seguinte lema: igualdade, liberdade e fraternidade, ideário que até hoje é perseguido e debilmente alcançado.

O ideário da Revolução Francesa antecipa uma aspiração, como utopia, daquilo que recentemente vai sendo estabelecido de forma mais concreta, como direitos: liberdade enquanto fim da dominação de um povo sobre outro, de uma religião sobre outra, de uma tendência sexual sobre outra, do homem sobre mulher, o estabelecimento dos direitos da criança e do adolescente. Todos, pelo menos no ideário, são iguais como cidadãos e perante a Lei. E a fraternidade se estabelece como um princípio na relação entre as pessoas.

A fraternidade, como um ideário, parece apontar como um aspecto da nova consciência que está se desenvolvendo, que enxerga o outro como um irmão. Não como aquele a quem eu me sujeito ou a quem eu sujeito, estabelecendo uma condição que parece propor, ao menos timidamente a dinâmica da alteridade, como coloca Carlos Byington (1983).

Os ideários de mudança corroem, portanto, o símbolo do pai gradativamente durante os séculos, paulatinamente e fazem emergir o símbolo da criança como uma força renovadora.

Estas mudanças trouxeram uma decorrada do pai na consciência coletiva e individual. Na família, visto e idealizado até o século XIX como guia para todas as circunstâncias, o pai agora não é apenas criticado, mas desvalorizado. Muitos de seus papéis, como o educador, foram absorvidos pela escola. A mãe começa a despontar nesta dinâmica como o principal ator no espaço doméstico, ao lado dos filhos, enquanto o pai se afasta da cena.

O século XX assistiu, em todas as manifestações sociais a derrocada do pai, a descoberta de seu lado sombrio, o lado unilateral e repressivo do patriarcado. Assim, o espaço luminoso e idealizado do pai-tradição foi empanado pelo seu lado sombrio e pouco misericordioso. A literatura nos deu mostras deste aspecto, como em "Cartas a meu pai", de Kafka, onde ele conta os aspectos repressivos na relação com seu pai e "A morte de Ivan Ilitclh", de Tolstoi, que nos fala de um funcionário público sufocado pelas convenções coletivas, expressão de um pai cultural autoritário (Kast, 1997; Stein, 1979).

O movimento feminista também ajudou a erodir este símbolo, na conquista do direito das mulheres. Em seus escritos, as feministas ressaltaram os aspectos repressivos do patriarcado tanto para as mulheres, quanto para os homens. Os movimentos masculinos, por outro lado e na mesma linha, assinalam o nascimento de uma nova masculinidade e uma nova paternidade, nascidas da participação do pai na vida doméstica e na dimensão igualitária dos relacionamentos.

A Psicologia Analítica não escapa deste movimento, assinalando a presença do complexo paterno negativo, do Cronos devorador de seus filhos e produtor de patologias psíquicas (Vitale, 1979).

A ênfase, no entanto, no aspecto negativo do pai, arrastou para o inconsciente todos os aspectos positivos da consciência patriarcal, que são questionados e não vividos, como a lei, a ordem, a disciplina, o auto-controle, o ter responsabilidade, a coragem e a agressividade necessária para enfrentar as situações difíceis da vida, todos os aspectos, enfim, que compõem o espírito masculino.

Ao mesmo tempo, o Puer passa a ser valorizado e atuado de uma forma positiva nas mudanças tecnológicas e criativas da idade moderna, mas também de uma forma perversa, sendo a criança e o adolescente vistos como o centro da família, em torno da qual ela deve girar; o Puer também aparece na modernidade através da ideologia da eterna juventude, onde se estabelece uma ditadura da moda jovem e do aspecto jovem. O envelhecimento passa a ser estigmatizado e até o velho deve sempre ser rejuvenescido para ser aceito.

Cria-se, portanto, na cultura e no indivíduo, um nível muito alto de tensão entre as polaridades arquetípicas do Senex e do Puer, um conflito muito grande entre os dois lados: o Puer a exigir cada vez mais o seu espaço de renovação (e com o qual estamos culturalmente identificados) e o Senex, no inconsciente, a exigir uma atenção especial.

Assim, podemos voltar agora às nossas situações inicialmente enunciadas e tentar entendê-las. No caso do paciente citado, estaria o inconsciente, através do sonho, compensando uma situação para ele caótica, que o imobiliza e o deprime? Seria este o desejo do pai, de voltar a ser um pater familiae, uma auctoritas, o chefe? Poderíamos entender o sonho como um "chamar a atenção" para um lado paterno desprezado?

E nas situações extremas de violência entre jovens, o que acontece?

Poderíamos entender que jovens que delinquem, que se matam e se suicidam são um sintoma de que não são vistos, não são percebidos e não são iniciados no espírito do masculino ou na função paterna? Julgam que podem fazer o que querem de seu desejo, independentes da Lei?

Nas sociedades antigas os rituais de passagem asseguravam a saída do estado infantil para o estado adulto através de provas iniciáticas de coragem física e espiritual. Através destes rituais, os homens eram introduzidos nos mistérios da vida e na vida espiritual. Hoje, os rituais de passagem não contam com a sabedoria dos guias da comunidade. O adolescente muitas vezes vive sua passagem sem muita orientação, entre seus pares, muitas vezes caindo numa situação de violência e desestruturação, como o caminho das drogas, dos rachas, das gangues, dos trotres assassinos.

Assim, parece se impor um retorno do pai. Sabemos que a função paterna é uma função estruturante do psiquismo, como nos mostra a Psicanálise e a Psicologia Analítica. Através desta função saímos do inconsciente, de uma relação paradisíaca, onde somos completos, onipotentes e narcísicos. Através do Pai saímos da fusão com o inconsciente e da natureza e entramos na possibilidade de nos vermos como sujeitos, participantes da cultura.
Jung, em seu artigo "Tentativa de uma interpretação psicológica do dogma da Trindade", nos diz que a trindade, como símbolo, significa tanto para o indivíduo, no espaço de uma vida, como para a cultura, no espaço de séculos, um processo que se desenvolve em três etapas de amadurecimento. A primeira etapa é a do Pai, estágio primitivo de consciência, em que se está submetido a uma forma de vida como a uma lei. É um estado de não-reflexão, onde não há um julgamento intelectual ou moral.

Na segunda etapa, a do Filho, ocorre um quase parricídio, uma identificação violenta com o Pai, juntamente com a sua eliminação. Este estágio é racional e consciente, mas em oposição ao pai, é um estágio de conflitos (que é justamente o que está ocorrendo agora, no indivíduo e na cultura). O parricídio foi necessário para a evolução do eu, individual e cultural, caso contrário ficaríamos presos ao pai. O filho de Deus, Cristo, é uma imagem ou um mito que espelha esta segunda fase e a cruz a sua metáfora, isto é, a crucificação e "a vida exemplar de Cristo constitui em si um transitus (uma transição, passagem) e por isso significa uma ponte e uma passagem para a terceira fase, na qual o estágio paterno é restaurado... (Jung, 1980, p. 182). Esta restauração, no entanto, este retorno, não é uma repetição do primeiro estágio, mas uma integração das polaridades através da função transcendente, que na trindade aparece na forma do Espírito Santo.

O Espírito Santo é compreendido simbólicamente como uma função que é compartilhada pelo pai e pelo filho, é Logos, mas também Eros (Amor), sendo muitas vezes interpretado como feminino.

Voltando ao nosso tema, a perda e o retorno do pai, podemos arriscar a interpretação, seguindo os passos de Jung, de que o símbolo do pai deve retornar ao mundo manifesto, mas de uma forma diferente. Qual o pai que se aproxima no futuro? Sabemos pela experiência recente da ditadura e do movimento que se opôs a ela, assim como pelas pequenas ditaduras que emergem nos relacionamentos, que o pai déspota está nos seus estertores e que a consciência coletiva começa a se colocar contra o arbítrio. Assim como não queremos o pai déspota, podemos querer um pai que espelhe a evolução apontada no símbolo da Trindade - um pai e um filho unidos pelo espírito e pelo amor.

Há todo um movimento já consciente de que os conflitos vividos na cultura não devem ser lidados ao nível da solução "vinda de cima". Na família fala-se em negociação entre jovens e pais. Experiências realizadas nos países desenvolvidos e aqui mesmo no Brasil (na Favela da Mangueira, no Rio; o projeto Axé, em Salvador) mostram que a violência diminui à medida em que os jovens têm uma participação mais efetiva nas escolas e na comunidade. Oficinas de arte, criatividade, movimentos de profissionalização, acesso a recursos como a informática, tiram o jovem da marginalidade, porque estes se sentem participantes e atuantes, sentem-se vistos e respeitados. Começam a descobrir um sentido para viver.

Pais, educadores e governantes se vêm, portanto, diante de uma tarefa de responsabilidade - resgatar o espírito do pai na sua polaridade construtiva, numa nova forma de consciência, em que a "autoridade" e não o autoritário, possa ver o filho, o aluno e a população como um outro, um parceiro, um filho-irmão.

Talvez todos esperemos que emerja em nós e na sociedade um pai que seja firme, mas também misericordioso, como na parábola do filho pródigo. Nesta parábola, um filho que saiu de casa e perambulou pelo mundo, dissipando sua herança com bebida e mulheres, é recebido pelo pai com misericórdia, apesar dos protestos de seu irmão que havia sido sempre decente aos olhos do pai. E o pai disse ao filho obediente: "Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois este teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado" (Lc 15, 11-32).

Teria sido este pai pulsilânime ao receber o filho com afeto? Não teria sido mais corretiva a dura aplicação da lei? Aqui arriscamos a dizer não. Não é verdade que este pai não soubesse da exata aplicação da lei ou fosse inconsciente de uma consciência patriarcal. Acredito que aqui ele percebeu o sincero arrependimento do filho e lhe deu uma nova chance, isto é, ele soube integrar à sua paternidade o elemento amoroso, que fez dele uma personagem exemplar da emergência de um novo modo de ser pai.

Talvez todos nós, individual e coletivamente, sejamos também filhos pródigos que esperam, apesar do erro e da insensatez, um retorno ao abraço do Pai.


PARA MAIS TEXTOS http://www.pucsp.br/clinica/publicacoes/boletins

quarta-feira, dezembro 05, 2007

por que ler aquele conto?

O que faz uma pessoa ler uma história onde nada acontece, ou onde os acontecimentos são irrelevantes? A história está nos sentimentos implícitos, nas frases não ditas. O narrador é lacônico como o protagonista. Toda ação ou inação é interna envolvida por uma bolha de melancolia ou nostalgia.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Michele II

Tinha comido um jacaré na aula de literatura. Desce as calçadas da Consolação cambaleando, desvia dos postes, das pessoas. Seu vestido era lindo, todos diziam. A cabeça zanza por aqueles calçadas irregulares.
O tráfego, uma guerra. Dos barulhos da cidade o que mais lhe agrada são os sons vindos de uma antiga escola. As janelas voltadas pra calçada, deixam escapar ecos de corredores e salas quase vazios, vozes estridentes de crianças que ainda não sairam de todo pra tarde sufocante, quente.
Acaba de ler um livro que fala sobre a amizade, distância e tempo, que unem e separam amigos. Tiraram as nuvens do cemitério e ninguém reclamou, nem os mortos.
Tira os óculos pra disfarçar uma lágrima, pensa intermitantemente na importância da arte. A cultura, a arte, dois aspectos de sua vida pueris e sem valor se não chegam aqueles que realmente sentem fome delas. Cogita sobre o fenômeno da criação artística ou concebe um poema bem sucedido. Passa a mão no cabelo pois sentiu uma folha em sua cabeça. Não acredita que a arte pode ser abarcada pela crítica, reduzida a teorias. Afinal havia na criação elementos e dimensões inimagináveis à razão e a inteligência.
O melhor que ela possuia era seu ódio. Sobretudo odiava qualquer tipo de religião, que tolice, mais um braço armado da dominação do homem sobre as mulheres. Tudo que a rodeava era a representação daquela sociedade patriarcal, repetição do estado das coisas, mais do mesmo. pensou sobre a história e o início dos tempos, o início e o princípio. Desde quando as pessoas santas eram representadas com a cabeça envolta em uma aura clara e luminosa? de onde veio o costume?
O cérebro ronca, tal qual sua barriga. Tinha de fugir mas não sabia pra onde. Buenos Aires, Rio, Lisboa? Fugir pra onde? A biblioteca mais próxima era a Mario de Andrade. Na cabeça tinha um homem duplicado e um jogo da amarelinha. Lembra-se de carregar o cartão de transporte, que pena o transpote público estar daquele jeito. Na próxima esquina um cachorro e um sujeito na calçada, dormiam, isso daria um conto? Pensou em Machado e Galeano. Olha de soslaio os pobres diabos na calçada, odeia ter pena de gente e de cachorro. Odeia as pessoas na rua que a olham como um pedaço de carne, tipo aqueles pendurados na banca de jornal. Definitivamente o ódio era o melhor sentimento que ela possuía.

Sabe? (Encantado por Safo)



Ninar um sonho. Desejo.
Um sentido que dispersa e dissemina
Pinta um braço, os olhos, verde
tênis cheio de barro e sujo do sítio
Jogo de risadas, de polvilho,
eu todo tapado, ela toda ilegível
Furto versos, noites em claro
Mas tudo é ousável e sofrível...

Endangered specie


A couple of Canadian communists, they are endangered (I love you guys)

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Abigail, Belle of Kilronan (Lyrics)

"Abigail can you feel my heart in the palm of your hand
and do you understand
why I can't stay
Abigail an evil wind is blowing through the land
and they need every man
to drive it away
When I come home if I come home you'll be a grown woman
When I come home if I come home don't be alone, Abigail, belle of Kilronan
Abigail 's gonna be the beauty of County Galway
and she will live always in a world of love
Abigail I'm off to the war but you can be sure

I will know you're what I'm fighting for..."

Abigail

A primeira vez que viu Abigail estava no metrô. Ela estava submersa em Rabelais. Ele pensou no carnaval.
A segunda vez que viu Abigail estava na biblioteca. Ele disse que ela parecia atriz. Ela disse que era Bernarda Alba, sorriu e se apaixonou por ele. Eles se amam mas ainda não sabem disso.

Eles não usam black tie?

OS caras mais elegantes no casamento da Van e do Welinton (tirando o noivo e a noiva)... dizem que eles não usam black tie.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Literature

..."From dream to dream and rhyme to rhyme I have
ranged
In rambling talk with an image of air:
Vague memories, nothing but memories".

YEATS

quinta-feira, novembro 29, 2007

Na biblioteca à noite

Lá fora chovia. Dentro, choviam idéias. O menino se assustou, pensou que o sorriso não era pra ele. A menina sorriu e se assustou, não conhecia o menino. Começou uma conversa do tipo pensei que você fosse o meu amigo. Ele lia O Banquete e entendeu tudo. Ela gostava de viagens e concluiu que ele seria sua passagem. Ela pegou Yeats e a chuva nunca mais parou.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Pastiches literários

I
Gostava de ler na biblioteca. Silêncio, não havia ali, era frequentador raro. Era o burburinho que o fazia concentrar-se. As conversas mais absurdas eram travadas na biblioteca. Ele buscava respostas mas não conseguia sequer ler o texto - porque era dever e não prazer.

II
Se Jesus não fosse aquele pregado na cruz... Se fosse o arremessador de discos, David, ou o Pensador, todos sofreriam menos. Os negros menos. Os judeus menos. Os índios menos. E eu menos.

III
A poesia de um abraço, carinho que não corresponde à realidade. Como é bom te encontrar, difícil te esquecer. O meu maior medo é que você se esqueça de mim.

ouça também http://www.youtube.com/watch?v=PuIVOrE3F_U&feature=related

sábado, novembro 24, 2007

Na casa de Bete


Para perceber mais leia Laura


I
Sonhei com Michele esta noite. Carícias, olhares, beijos, afeto, diálogos. Me sentia mulher apaixonada, cheia de dúvidas e certezas. Ela se sentia leve. Me dizia que a beleza está em tudo aquilo que não vemos, naquilo que não se pode tocar. Tocou pra mim Sonho de Egberto Gismonte. Estávamos na casa de Bete. Quando ela saiu do piano, sentou-se no sofá ao meu lado. Estávamos bem confortáveis, talvez por causa do sofá, maravilhoso, um mar de almofadas e espuma. Bebíamos uma espécie de chá gelado. Assistíamos a um filme em preto e branco sobre uma corte japonesa. Me disse umas coisas que não pude entender. Me beijou, eu entendi.
Ela me pediu que a amasse. Eu disse que a amava desde sempre.

II

Ocupo-me com a chuva e as gotas que batem contra os postigos. Como terminar algo que nem ao certo começou. Uma ausência que me povoa, está no meu apartamento, nos móveis, nos objetos sobre os móveis. Abro a janela do dia cinza. Trovões, gotas, não sinto frio. Os carros passam, a chuva continua como a ausência de Michele. O barulho do pneu sobre o asfalto molhado não me deixa rememorar tudo o que deveria ter sido e que não foi. Michele me dá prazer sem saber. A chuva continua, juro que ouvi dizer que se tratava de algo passageiro. Ouvi dizer, também, que Michele seria passageira em minha vida. Odeio previsões. E a chuva nunca mais parou.

sábado, novembro 17, 2007

(Blue Line Swinger )Yo La Tengo

You, you won't talk about what we see when the lights are out
And I'm willing to hold your hand while you're lost,while you're so full of doubt
Walk for miles, on your own loose ends,
I'll find you thereI'll find you there
You, you walk up thin blue lines possible with reality
And I, I see through small red eyes,glowing still at your uncertainty
Out of darkness you will come around,
I know you willI know you will
And I'll find youAnd I'll find you there

terça-feira, novembro 13, 2007

A piece of Ginsberg (HOWL)


for Carl Salomon

"I saw the best minds of my generation destroyed by madness, starving hysterical naked,
dragging themselves through the negro streets at dawn looking for an angry fix,
angelheaded hipsters burning for the ancient heavenly connection to the starry dynamo in the machinery of night,
who poverty and tatters and hollow-eyed and high sat up smoking in the supernatural darkness of cold-water flats 'doating across the tops of cities contemplating jazz,
...
...
who scribbled all night rocking and rolling over lofty incantations which in the yellow morning were stanzas of gibberish,
who cooked rotten animals lung heart feet tail borsht & tortillas dreaming of the pure vegetable kingdom,
who plunged themselves under meat trucks looking for an egg,
...
who threw their watches off the roof to cast their ballot for Eternity outside of Time, & alarm clocks fell on their heads every day for the next decade,
who cut their wrists three times successively unsuccessfully, gave up and were forced to open antique stores where they thought they were growing old and cried,
...
who drove crosscountry seventytwo hours to find out if I had a vision or you had a vision or he had a vision to find out Eternity.

...
who journeyed to Denver, who died in Denver, who came back to Denver & waited in vain, who watched over Denver & brooded & loned in Denver and finally went away to find out the Time, & now Denver is lonesome for her heroes,

...

GINSBERG, NYC, 1956

Desafio

A pergunta é o seguinte: como defender a literatura na sala de aula? Eu quero dizer, numa sala de aula do Capão e/ou do Jardins?

segunda-feira, novembro 12, 2007

"I'm sinking in the quicksand of my thought"

NO MATTER WHAT YOU DO, THERE’S ALWAYS SOMEONE WATCHING YOU

Quando não se tem nada a fazer, a gente faz filosofia. Ou pensa que faz. Quanto ao tempo, estamos sempre a tentar enganá-lo. Mas o ponto crucial é sempre o mesmo: aparência ou essência, como diz Platão. Assim na mesa de um bar, num banco de praça, na fila do cinema, no ônibus lotado, você pensa: será que enxergamos a essência ou tudo é aparência?

Perceber a realidade é fundamental. Agora o problema complica se a realidade é do tamanho do nosso intelecto (vai ter muito mais gente no mundo da lua). Talvez ela não exista em essência, talvez, seja algo inventado por nossas idéias, apenas uma captação, um recorte do todo e nada mais. Como uma foto que se tira de uma menina que passa correndo. Será que ela vai à padaria buscar pão ou vai ao encontro do amante? Ninguém sabe, pouco importa, mas é a foto que fica. O resto passa.

("it was nice to see you again and say your name to you" a mother says to her son, which she hasn't seen him for quite a long time)

sexta-feira, novembro 09, 2007

Belo Belo (II)



"Belo belo minha bela

Tenho tudo que não quero

Não tenho nada que quero

Não quero óculos nem tosse

Nem obrigação de voto

Quero quero

Quero a solidão dos píncaros

A água da fonte escondida

A rosa que floresceu

Sobre a escarpa inacessível

A luz da primeira estrela

Piscando no lusco-fusco

Quero quero

Quero dar a volta ao mundo

Só num navio de vela

Quero rever Pernambuco

Quero ver Bagdá e Cusco

Quero quero
Quero o moreno de Estela

Quero a brancura de Elisa

Quero a saliva de Bela

Quero as sardas de Adalgisa

Quero quero tanta coisa

Belo belo

Mas basta de lero-lero

Vida noves fora zero".


Petrópolis, fevereiro de 1947

MANUEL BANDEIRA

quinta-feira, novembro 08, 2007

para quem lê nota de rodapé

leia tudo que puder em http://clubedocamba.blogspot.com/ é essa minha autora preferida e tem algo em seus textos gostoso de ler e difícil de explicar

pessoas, livros, idéias e etc e tal

de 15 a 18 de novembro balada literária, para maiores informações:
http://eraodito.blogspot.com/
http://doidivana.wordpress.com/

Aquário (microconto)

Tudo acaba, é certo que... Mas ainda encontrava pelo apartamento muitas coisas que a traziam de volta. E aquele bilhete era o melhor ou pior dos achados. Lembre-se de trazer meu aparelho e a caixinha, TE AMO. Porra, isso o fez lembrar de providenciar uma faxina profunda pelo quarto, armários, e escritório. Doar a dupla de canecas, e nunca mais tomar café da manhã em casa, também faziam parte das prioridades. Isso sim seria voltar ao normal.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Secos & molhados (Aventurar)

"Aventurar
Traduzir o fugir em prazer
Escapar sem lugar pra pousar
Nesta ilha
Iluminar
Traduzir o impossível em luz
Na clareza serena e bonita
Dos artistas do tempo
Felicitar
Traduzir na emoção
Motivar
Começar a viver e beber como antigas crianças
Alvorecer
Como um raio de sol sobre o céu
Traduzir a vontade e querer
Tudo como antes
Reinventar
Traduzir o fazer em prazer
Tudo ouvir, tudo ver e falar
Olhos novos no ar."