quinta-feira, março 27, 2008

O Silêncio



"Na sombra cúmplice do quarto,

Ao contato das minhas mãos lentas

A substância da tua carne

Era a mesma que a do silêncio

Do silêncio musical, cheio

De sentido místico e grave

Ferindo a alma de um enleio

Mortalmente agudo e suave

Ah, tão suave e tão agudo!

Parecia que a morte vinha...

Era o silêncio que diz tudo

O que a intuição mal adivinha.

É o silêncio da tua carne.

Da tua carne de âmbar nua,

Quase a espiritualizar-se

Na aspiração de mais ternura"

BANDEIRA

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