terça-feira, fevereiro 12, 2008

Old Bull Lee (prova de veneração)


Abre-se a porta. O velho entra empurrando passos. Lá fora a chuva farinhava. Ele enfiado num terno cinza folgava por sua magreza. Arrancou o chapéu da cabeça delgada. Dentro o sol faiscava um amarelo de mudança de tempo. Conversa com um rapaz que veste branco. Mas conversar é dificil. Ele quer comprar o papagaio. Talvez assim o velho consiga sobreviver. Contar histórias. Tudo que mais amou na vida. Gostou de homens e mulheres, dar tiros, gatos, tomar tudo e todas e gostou de escrever. Agora sobrevivia.
Todos seus amigos, ou se houvera alguns, os mais chegaods, haviam morrido. Quando se pensa em longevidade não lembramos daqueles que se perderão no caminho. Todos que o cercavam agora eram uns babacas. Mas os gatos supriam sua carência. Ele havia se tornado mais sensível por causa dos felinos.
Não conseguia advinhar o que o garoto do caixa queria. Ainda enxergava bem, era sensível ao toque (gostava muito de ser tocado) mas sua surdez o incomodava, um constante zumbir (como de um inseto gigantesco, ou talvez o espirito maléfico que o perseguira a vida inteira tinha asas)

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