terça-feira, dezembro 04, 2007
Michele II
O tráfego, uma guerra. Dos barulhos da cidade o que mais lhe agrada são os sons vindos de uma antiga escola. As janelas voltadas pra calçada, deixam escapar ecos de corredores e salas quase vazios, vozes estridentes de crianças que ainda não sairam de todo pra tarde sufocante, quente.
Acaba de ler um livro que fala sobre a amizade, distância e tempo, que unem e separam amigos. Tiraram as nuvens do cemitério e ninguém reclamou, nem os mortos.
Tira os óculos pra disfarçar uma lágrima, pensa intermitantemente na importância da arte. A cultura, a arte, dois aspectos de sua vida pueris e sem valor se não chegam aqueles que realmente sentem fome delas. Cogita sobre o fenômeno da criação artística ou concebe um poema bem sucedido. Passa a mão no cabelo pois sentiu uma folha em sua cabeça. Não acredita que a arte pode ser abarcada pela crítica, reduzida a teorias. Afinal havia na criação elementos e dimensões inimagináveis à razão e a inteligência.
O melhor que ela possuia era seu ódio. Sobretudo odiava qualquer tipo de religião, que tolice, mais um braço armado da dominação do homem sobre as mulheres. Tudo que a rodeava era a representação daquela sociedade patriarcal, repetição do estado das coisas, mais do mesmo. pensou sobre a história e o início dos tempos, o início e o princípio. Desde quando as pessoas santas eram representadas com a cabeça envolta em uma aura clara e luminosa? de onde veio o costume?
O cérebro ronca, tal qual sua barriga. Tinha de fugir mas não sabia pra onde. Buenos Aires, Rio, Lisboa? Fugir pra onde? A biblioteca mais próxima era a Mario de Andrade. Na cabeça tinha um homem duplicado e um jogo da amarelinha. Lembra-se de carregar o cartão de transporte, que pena o transpote público estar daquele jeito. Na próxima esquina um cachorro e um sujeito na calçada, dormiam, isso daria um conto? Pensou em Machado e Galeano. Olha de soslaio os pobres diabos na calçada, odeia ter pena de gente e de cachorro. Odeia as pessoas na rua que a olham como um pedaço de carne, tipo aqueles pendurados na banca de jornal. Definitivamente o ódio era o melhor sentimento que ela possuía.
Sabe? (Encantado por Safo)
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Abigail, Belle of Kilronan (Lyrics)
and do you understand
why I can't stay
Abigail an evil wind is blowing through the land
and they need every man
to drive it away
When I come home if I come home you'll be a grown woman
When I come home if I come home don't be alone, Abigail, belle of Kilronan
Abigail 's gonna be the beauty of County Galway
and she will live always in a world of love
Abigail I'm off to the war but you can be sure
I will know you're what I'm fighting for..."
Abigail
A segunda vez que viu Abigail estava na biblioteca. Ele disse que ela parecia atriz. Ela disse que era Bernarda Alba, sorriu e se apaixonou por ele. Eles se amam mas ainda não sabem disso.
Eles não usam black tie?
sexta-feira, novembro 30, 2007
Literature
ranged
In rambling talk with an image of air:
Vague memories, nothing but memories".
YEATS
quinta-feira, novembro 29, 2007
Na biblioteca à noite
quarta-feira, novembro 28, 2007
Pastiches literários
Gostava de ler na biblioteca. Silêncio, não havia ali, era frequentador raro. Era o burburinho que o fazia concentrar-se. As conversas mais absurdas eram travadas na biblioteca. Ele buscava respostas mas não conseguia sequer ler o texto - porque era dever e não prazer.
II
Se Jesus não fosse aquele pregado na cruz... Se fosse o arremessador de discos, David, ou o Pensador, todos sofreriam menos. Os negros menos. Os judeus menos. Os índios menos. E eu menos.
III
A poesia de um abraço, carinho que não corresponde à realidade. Como é bom te encontrar, difícil te esquecer. O meu maior medo é que você se esqueça de mim.
ouça também http://www.youtube.com/watch?v=PuIVOrE3F_U&feature=related
sábado, novembro 24, 2007
Na casa de Bete

Para perceber mais leia Laura
I
Sonhei com Michele esta noite. Carícias, olhares, beijos, afeto, diálogos. Me sentia mulher apaixonada, cheia de dúvidas e certezas. Ela se sentia leve. Me dizia que a beleza está em tudo aquilo que não vemos, naquilo que não se pode tocar. Tocou pra mim Sonho de Egberto Gismonte. Estávamos na casa de Bete. Quando ela saiu do piano, sentou-se no sofá ao meu lado. Estávamos bem confortáveis, talvez por causa do sofá, maravilhoso, um mar de almofadas e espuma. Bebíamos uma espécie de chá gelado. Assistíamos a um filme em preto e branco sobre uma corte japonesa. Me disse umas coisas que não pude entender. Me beijou, eu entendi.
Ela me pediu que a amasse. Eu disse que a amava desde sempre.
II
Ocupo-me com a chuva e as gotas que batem contra os postigos. Como terminar algo que nem ao certo começou. Uma ausência que me povoa, está no meu apartamento, nos móveis, nos objetos sobre os móveis. Abro a janela do dia cinza. Trovões, gotas, não sinto frio. Os carros passam, a chuva continua como a ausência de Michele. O barulho do pneu sobre o asfalto molhado não me deixa rememorar tudo o que deveria ter sido e que não foi. Michele me dá prazer sem saber. A chuva continua, juro que ouvi dizer que se tratava de algo passageiro. Ouvi dizer, também, que Michele seria passageira em minha vida. Odeio previsões. E a chuva nunca mais parou.
sábado, novembro 17, 2007
(Blue Line Swinger )Yo La Tengo
And I'm willing to hold your hand while you're lost,while you're so full of doubt
Walk for miles, on your own loose ends,
I'll find you thereI'll find you there
You, you walk up thin blue lines possible with reality
And I, I see through small red eyes,glowing still at your uncertainty
Out of darkness you will come around,
I know you willI know you will
And I'll find youAnd I'll find you there
terça-feira, novembro 13, 2007
A piece of Ginsberg (HOWL)

dragging themselves through the negro streets at dawn looking for an angry fix,
angelheaded hipsters burning for the ancient heavenly connection to the starry dynamo in the machinery of night,
who poverty and tatters and hollow-eyed and high sat up smoking in the supernatural darkness of cold-water flats 'doating across the tops of cities contemplating jazz,
...
...
who scribbled all night rocking and rolling over lofty incantations which in the yellow morning were stanzas of gibberish,
who cooked rotten animals lung heart feet tail borsht & tortillas dreaming of the pure vegetable kingdom,
who plunged themselves under meat trucks looking for an egg,
...
who threw their watches off the roof to cast their ballot for Eternity outside of Time, & alarm clocks fell on their heads every day for the next decade,
who cut their wrists three times successively unsuccessfully, gave up and were forced to open antique stores where they thought they were growing old and cried,
...
who drove crosscountry seventytwo hours to find out if I had a vision or you had a vision or he had a vision to find out Eternity.
...
who journeyed to Denver, who died in Denver, who came back to Denver & waited in vain, who watched over Denver & brooded & loned in Denver and finally went away to find out the Time, & now Denver is lonesome for her heroes,
...
Desafio
segunda-feira, novembro 12, 2007
"I'm sinking in the quicksand of my thought"
Quando não se tem nada a fazer, a gente faz filosofia. Ou pensa que faz. Quanto ao tempo, estamos sempre a tentar enganá-lo. Mas o ponto crucial é sempre o mesmo: aparência ou essência, como diz Platão. Assim na mesa de um bar, num banco de praça, na fila do cinema, no ônibus lotado, você pensa: será que enxergamos a essência ou tudo é aparência?
Perceber a realidade é fundamental. Agora o problema complica se a realidade é do tamanho do nosso intelecto (vai ter muito mais gente no mundo da lua). Talvez ela não exista em essência, talvez, seja algo inventado por nossas idéias, apenas uma captação, um recorte do todo e nada mais. Como uma foto que se tira de uma menina que passa correndo. Será que ela vai à padaria buscar pão ou vai ao encontro do amante? Ninguém sabe, pouco importa, mas é a foto que fica. O resto passa.
("it was nice to see you again and say your name to you" a mother says to her son, which she hasn't seen him for quite a long time)
sexta-feira, novembro 09, 2007
Belo Belo (II)

"Belo belo minha bela
quinta-feira, novembro 08, 2007
para quem lê nota de rodapé
pessoas, livros, idéias e etc e tal
http://eraodito.blogspot.com/
http://doidivana.wordpress.com/
Aquário (microconto)
segunda-feira, novembro 05, 2007
Secos & molhados (Aventurar)
Traduzir o fugir em prazer
Escapar sem lugar pra pousar
Nesta ilha
Iluminar
Traduzir o impossível em luz
Na clareza serena e bonita
Dos artistas do tempo
Felicitar
Traduzir na emoção
Motivar
Começar a viver e beber como antigas crianças
Alvorecer
Como um raio de sol sobre o céu
Traduzir a vontade e querer
Tudo como antes
Reinventar
Traduzir o fazer em prazer
Tudo ouvir, tudo ver e falar
Olhos novos no ar."
domingo, outubro 28, 2007
Canções de amor

Fui assistir, com Eleonora, e me fez lembrar Beauvoir e Proust ao mesmo tempo ( Quando o Espiritual Domina e Em Busca do Tempo Perdido). Na primera parte do filme talvez haja duas forças, ou dois movimentos, de repulsa e atração que o tornam muito dramático. No entanto, as adoráveis canções transformam uma dessas forças ( repulsa) em algo palátavel (num bom sentido). Depois do grande ápice da primera parte, vem melancolia e... e as duas forças pungentes são transformadas em puro lirismo ( de novo por causa das canções que mudam de tom)
Bom, o lance é o seguinte, não dá pra contar nada se não estraga, o filme é encantador (enchanting).
Os atores são lindos ( o protagonista é tão lindo que parece uma mulher, a amante parece um anjo, a "ponte" entre os dois é trés belle, Mastroiane é muito bonita e canta muito bem, a menina que mais lê, um encanto, e o menino (stalker) um charme)
Também me fez lembrar, no começo, por causa de umas cenas, a opulência dos países do norte versus os problemas e mazelas dos "países em desenvolvimento", mas abstraí, e o filme ou as cenas não voltam a tocar no problema.
De uma maneira geral, a fotografia do filme é maravilhosa e os closes nas placas e letreiros não são de graça. Paris é uma Paris mais intimista, sem panorâmicas aéreas, as tomadas dos monumentos, feitas de baixo pra cima, num movimento veloz como um automóvel, são curtas e quase impressionistas.
Um adorável filme pra ver com alguém de quem se gosta.
O mundo não se acabou
Por causa disso, minha gente lá de casa, começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite. lá no morro, não se fez batucada
Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar
Beijei a boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiout
E o tal do mundo não se acabou
Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso, minha gente lá de casa, começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite. lá no morro, não se fez batucada
Chamei um gajo com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
Gastei com ele mais de um quinhentão
Agora eu soube, que o gajo anda
Dizendo coisa que não se passou
E, vai ter barulho, e vai ter confusão
Porque o mundo não se acabou"
sábado, outubro 27, 2007
night out (night in)
sexta-feira, outubro 26, 2007
Life is tricky
quinta-feira, outubro 25, 2007
quarta-feira, outubro 24, 2007
Rainy Days (lost in translation)
If there was that much of rain in Ceará I would move there...
Passagens e sonhos
Ela não era a mesma. Ele sabia disso e lhe havia dito antes de tudo começar. Tecnicamente, não haviam brigado, pensava Severo. Michele não era ela mesma, então aquilo não contava nem como acidente entre os dois, porra.
Haviam se conhecido há bem pouco tempo, quando ele procurava o amor de sua vida. O jogo era simples, pedia para amizades recentes ( se é que isso existe) que lessem em voz alta Las ruinas circulares, isso o excitava em todos os aspectos, reparava na boca de suas amigas, na entonação, na pronúncia, o Espanhol, para Severo, era a língua mais lasciva do mundo. Quando esbarrou em Michele, sentiu uma coisa estranha, como se a conhecesse de outros carnavais (não que ele gostasse ou fosse a esse tipo de festa). Perguntou-lhe se falava Espanhol, imediatamente Michele começou a falar e disse, em espanhol, que era fluente em Quechúa. Severo sacou do bolso um exemplar de Narraciones, botou nas mãos de Michele, que abriu acidentalmente nas Ruinas. Foi amor ao acaso (ou a primeira vista). Imediatamente, Michele começou a ler. Nadie lo vio desembarcar em la unánime noche, nadie vio la canoa de bambú sumiendose an el fango sagrado...
Olhava as mãos cheia de sangue, tentava recompor toda história. Pequenas discórdias e aborrecimentos menores, tudo o que conseguia lembrar. Costumava ler seu signo no jornal, lembrou-se de que naquele dia lera: brigas sem causa ou razão. Lembrou-se também de ter discutido algo sobre dinheiro que deviam pra ela. O sangue secava em suas mãos, enrigecia a pele, tinha um cheiro repugnante.
Foi ao banheiro para lavar as mãos. Enquanto as enxugava, reparou no espelho que estava mais bonito. Sorriu. Voltou para o quarto. Agarrou o corpo de Michele e o colocou na cama. Ele disse que não confiava mais nela. Ela disse que estava tudo acabado. Era culpa dela. Ela se denfendeu dizendo que era fantasia.
No ônibus Michele lia o jornal. Naquele dia um rapaz, com cara de universitário sentara ao seu lado, lia Borges. Ela puxou papo, comentou a violência em São Paulo. Um dos cadernos do jornal escorregou de seu colo, o estudante o recupeoru antes de tocar no chão e tocou em uma de suas pernas, no processo de salvamento. Daí a imaginação de Michele viajou (para a proposta indecente e a questão do dinheiro foi um pulinho).
Quando os policiais chegaram por causa dos vizinhos (é sempre bom ter vizinhos nessas horas) a única coisa que eles entenderam foi o penúltimo parágrafo. Estavam todos otimistas porque tinham certeza que Severo era o assassino. A única dúvida era de Severo que não sabia como tudo começou, mas sabia que um dia tudo acaba.
(Marina o otimismo está na última linha)
domingo, outubro 21, 2007
Passagens
sábado, outubro 20, 2007
Passagens e sonhos
Ela não era a mesma. Ele sabia disso e lhe havia dito antes de tudo começar. Tecnicamente, não haviam brigado, pensava Severo. Michele não era ela mesma, então aquilo não contava nem como acidente entre os dois, porra.
Haviam se conhecido há bem pouco tempo, quando ele procurava o amor de sua vida. O jogo era simples, pedia para amizades recentes ( se é que isso existe) que lessem em voz alta Las ruinas circulares, isso o excitava em todos os aspectos, reparava na boca de suas amigas, na entonação, na pronúncia, o Espanhol, para Severo, era a língua mais lasciva do mundo. Quando esbarrou em Michele, sentiu uma coisa estranha, como se a conhecesse de outros carnavais (não que ele gostasse ou fosse a esse tipo de festa). Perguntou-lhe se falava Espanhol, imediatamente Michele começou a falar e disse, em espanhol, que era fluente em Quechúa.
Severo sacou do bolso um exemplar de Narraciones, botou nas mãos de Michele, que abriu acidentalmente nas Ruinas. Foi amor ao acaso (ou a primeira vista). Imediatamente, Michele começou a ler. Nadie lo vio desembarcar em la unánime noche, nadie vio la canoa de bambú sumiendose an el fango sagrado...
Olhava as mãos cheia de sangue, tentava recompor toda história. Pequenas discórdias e aborrecimentos menores, tudo o que conseguia lembrar. Costumava ler seu signo no jornal, lembrou-se de que naquele dia lera: brigas sem causa ou razão. Lembrou-se também de ter discutido algo sobre dinheiro que deveriam pra ela. O sangue secava em suas mãos, enrigecia a pele, tinha um cheiro repugnanate.
Foi ao banheiro para lavar as mãos. Enquanto as enxugava, reparou no espelho que estava mais bonito. Sorriu. Voltou para o quarto. Agarrou o corpo de Michele e o colocou na cama. Ele disse que não confiava mais nela. Ela disse que estava tudo acabado. Era culpa dela. Ela se denfendeu dizendo que era fantasia.
No ônibus Michele lia o jornal. Naquele dia um rapaz, com cara de universitário sentara ao seu lado, lia Borges. Ela puxou papo, comentou a violência em São Paulo. Um dos cadernos do jornal escorregou de seu colo, o estudante o recupeoru antes de tocar no chão e tocou em uma de suas pernas, no processo de salvamento. Daí a imaginação de Michele viajou (para a proposta indecente e a questão do dinheiro foi um pulinho).
Quando os policiais chegaram por causa dos vizinhos (é sempre bom ter vizinhos nessas horas) a única coisa que eles entenderam foi o penúltimo parágrafo. Estavam todos otimistas porque tinham certeza que Severo era o assassino. A única dúvida era de Severo que não sabia como tudo começou, mas sabia que um dia tudo acaba.
(Marina o otimismo está na última linha)
sexta-feira, outubro 19, 2007
Substitute
You think we look pretty good together
You think my shoes are made of leather
But I'm a substitute for another guy
I look pretty tall but my heels are high
The simple things you see are all complicated
I look pretty young, but I'm just back-dated, yeah
Substitute your lies for fact
I can see right through your plastic mac
I look all white, but my dad was black
My fine looking suit is really made out of sack
I was born with a plastic spoon in my mouth
The north side of my town faced east, and the east was facing south
And now you dare to look me in the eye
Those crocodile tears are what you cry
It's a genuine problem, you won't try
To work it out at all you just pass it by, pass it by
Substitute me for him
Substitute my coke for gin
Substitute you for my mum
At least I'll get my washing done
WHO
quinta-feira, outubro 18, 2007
Se eu morresse amanhã
"Sabía que su inmediata obligación era el sueño..." BORGES
(para o pai da Capuchinho, para Paulo Autran (um ator que nunca admirei mas...)
(thank you for the ride, MARINA)
quarta-feira, outubro 17, 2007
Food for thought
MARGUERITE YOURCENAR
terça-feira, outubro 16, 2007
Se eu fosse um peixinho
quinta-feira, outubro 11, 2007
Galinha enfurecida

quarta-feira, outubro 10, 2007
Meu livro dos abraços

terça-feira, outubro 09, 2007
Mais simples

'cê sabe muito bem
É sobre-humano amar sentir doer
Gozar
Ser feliz
Vê que sou eu quem te diz
Não fique triste assim
É soberano e está em ti querer até
Muito mais
A vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simples
Mas deixa tudo e me chama
Eu gosto de te ter
Como se já não fosse a coisa mais
Humana
Esquecer
É sobre-humano viver
E como não seria?
Sinto que fiz esta canção em parceria
Com você
A vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simplesÉ sobre-humano amar
'cê sabe muito bem
É sobre-humano amar sentir doer
Gozar
Ser feliz
Vê que sou eu quem te diz
Não fique triste assim
É soberano e está em ti querer até
Muito mais
A vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simples
Mas deixa tudo e me chama
Eu gosto de te ter
Como se já não fosse a coisa mais
Humana
Esquecer
É sobre-humano viver
E como não seria?
Sinto que fiz esta canção em parceria
Com você
A vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simples"
segunda-feira, outubro 08, 2007
I'm sorry that I love you

domingo, outubro 07, 2007
Sobre tésseras, deus e crianças

O acaso e os pernilongos me fazem levantar. No meio da noite às vezes um barulho interrompe a ditadura do acaso ou dos pernilongos. Claro que alguém vai dizer que a nescessidade de ir ao banheiro também nos faz levantar do sono. O fato é que muitas vezes meus sonhos são interrompidos. Até mesmo a sede nos levanta, não é? Sonho com uma infinidade de tésseras, numa insondável possibilidade de cores que me perturbam. Terríveis cores, desconcertantes, mas ao mesmo tempo me dão prazer em percebê-las. Cor de terra, azul marinho, verde muito verde, laranja, azul anil, verde claro, vermelho primavera. E tantas outras que não saberia como definí-las: violeta malva, amêndoa, marfim , enfim, inúmeras outras.
Como tornou-se natural volto a mentir. Porque contar tanto pode ser aumentar quanto inventar, em outras palavras pode-se usar um conto de maneira licita ou ilicita. Uma história pode ser também criar algo novo. Será? Tudo não pode passar de diferentes versões de uma só história que teria sido contada no pricípio. E no princípio era o verbo, talvez a maior mentira contada no Ocidente. Haveria um princípio, um único princípio ou incontáveis inícios? Por que ensinar deus, don't patronize children.
sábado, outubro 06, 2007
Biathan

genial mamute seu papel é nos ensinar a enxergar as coisas que sabemos mas não sabemmos que sabemos ela já deu 30 voltas em torno do sol nunca mais se sentiu sozinha porcausa do bebê mamute mas tem suas angústias ela quis estudar psicologia mas acabou na lingüística ela é rica e livre porque faz xixi quando quer come quando tem fome e dorme quando o mamutinho deixa
(Dino muito grato)
sexta-feira, outubro 05, 2007
(Carta para Ms. Daisy)

quinta-feira, outubro 04, 2007
Sappy Sucker (ladrão de palavras)
Os bosques já estão sombrios, o céu ainda é azul...
Olha para o lado do céu. Estou no bosque e olho para meus pés, enxergo onde piso, terra preta, folhas e pequenos galhos. Não me apavoro, talvez reste ainda algum azul entre as copas das árvores.
(para uma bebê que nasceu morta chamada Michelle)
quarta-feira, outubro 03, 2007
Laura

Anda a ler poesias pela calçada
Lê livro que esquenta o pé
Escreve
Escreve e canta
E um dia desses vai criar raiz
Tenta imaginar os motivos da melancolia de Dr. Gachet. Que força extraordinária... perversa deixou seus cotovelos rotos? Será que foi o sorriso de uma transeunte? Um desejo frustrado? Há beleza no seu olhar profundamente desanimado e penoso. Lembranças, luto, melancolia, talvez o próprio sentido do quadro, se há, seja recordar. Pelo sebos da cidade procura dicionários.
Versifica na poluição
Sente o frio da calçada
Rimbaud oblíquo e iluminado
Cobertor cigarro e cachimbo
Craque da metrópole
Uma vaga lembrança
Tudo se desfaz no ar
Mas o cotidiano é de pedra
Fumegante caos
não sei se pra sorte ou por maldade,
um anjo torto me disse:
Tu farás muitas coisas,
dentre elas cultuar belas moças.
Ouvi miúda, não sã do que se dera,
sem tino das ranhuras de meu penar.
Hoje, sou eu como as saúvas
arrebatada pelas quimeras das iças.
Se me quisesse
seria assim: TIM!
Garfo a bater no prato.
Mas, como
nem toda fome é ato,
não se come
o desejo de fato.
Todas são minhas. À tarde ou de manhã,
Num ponto de ônibus ou no cinema
Estão vivas a gargalhar
Dizem oi, mas muito mais tchau
Bela, belas ao acaso
Paixão eterna e fugaz
terça-feira, outubro 02, 2007
Virginia (sobre o determinismo crítico Fabi)

Sobre cigarros, desejos e polvilho

Ele também queria ter fôlego literário para precisar como são bonitos e assustadores os olhos de Maga. Na verdade no primeiro dia que ele travara conhecimento com ela no metrô pensava na possibilidade de passarem horas num vagão discutindo literatura e culinária. Queria lhe ouvir falar sobre luto e melancolia, fósseis mágicos, totens e tabus, matemática e biscoitos de polvilho.
Agora que chegou em casa tentava desenhar Maga numa folha de papel. No rádio o colapso da China. No desenho existiam olhos incríveis e uma boca que sorria.
Ele queria contar todos seus segredos e fazer o rosto dela corar de rir. Ouvir as histórias dela, como uma pessoa que deixa outra entrar em seu quarto e observar a desorganização natural do cotidiano sem enfeites ou retoques. Assim quando ela se cansasse, encostaria a cabeça no colo dele e sentiria suas mãos indecisas acariciando aquele rosto quente e pálido. No fim de um dia inteiro de histórias ele veria Maga dormir com a boca aberta soprar um sonho em seu ouvido.
Murmúrios, o outono chega Maga. O céu azul sopra uma corrente fria que talvez venha da Argentina. Ela disse que não tinha ilusões com relação ao amor e que a moral e a ética serviam pra libertar. As folhas de seu vestido capturavam o olhar dele. Nos olhos tanta poesia como em seus gestos, mas para um autor tão prosaico.
Na primavera, na tevê explicavam que o colapso era por causa dos cigarros. O império havia ruído por não dar atenção devida aos seus fumantes. No dia 8 de outubro a China virou uma complexidade fragmentada como a intimidade entre ele e Maga que fez 48 anos naquele mesmo dia. Hoje ele a viu no ônibus. Ele esboça um sorriso que é cortado por ela como se atravessa uma sombra.
(para a Rose que perdeu a mamãe e em homenagem a Cortázar um autor de espírito encantador)
segunda-feira, outubro 01, 2007
Gaia (a terra)
sábado, setembro 29, 2007
Comment dit-on?
J' adore le corosal
J'aime le blanc et noir
J' aime la mer et ma mère
La vie est belle
sexta-feira, setembro 28, 2007
Is it wicked not to care

It's too heavy it'll always show
Jaques felt himself growing gloomy again.
He was well aware that to live on earth a man must follow its fashions, and hearts were no longer worn".
Jean Cocteau
http://br.youtube.com/watch?v=MGtJs3PngtI
quinta-feira, setembro 27, 2007
Gabi (você venceu)

Tenho de parar por aqui...
quarta-feira, setembro 26, 2007
Uma verdade fragmentada

terça-feira, setembro 25, 2007
A periferia toma o centro

sábado, setembro 22, 2007
sexta-feira, setembro 21, 2007
Belle

I know the truth awaits me But still I hesitate because of fear
Skipping tickets making rhymes
quinta-feira, setembro 20, 2007
Sobre Polititíca

quarta-feira, setembro 19, 2007
Agata e la Tempesta

o que você faz numa terça-feira à noite depois de um dia cansativo, sem um puto no bolso, nem pra cerveja, e se recorda de que no dia seguinte tem aula de Lingüística pela manhã? Se você respondesse que ligaria pro seu analista - seria um caso perdido - mas se você gosta de ler e seu autor favorito não dá pra ser lido nesse contexto assista um filme na Cultura (da mostra internacional de cinema) é num horário bem acessível pra quem trabalha, estuda, e gosta de bons filmes (0:00- 1:30)Assisti por acaso Ágata e a Tempestade, um filme de Silvio Soldini, o mesmo diretor de Pão e Tulípas (que eu não conhecia e agora fiquei com vontade de assistir). Uma narrativa ao melhor estilo latino, com personagens complexas, e dialoga com todas as formas de cultura de nossa "sociedade telemática" ( Thayer), até a auto-ajuda. Divirtam-se. (valeu à pena ficar zumbizando hoje ou panguando como diz a Eleonora)
terça-feira, setembro 18, 2007
Metanotícia (Ponta de Lança)

segunda-feira, setembro 17, 2007
Memorioso (sobre Ireneo Funes)
Um Argentino
Cosequências de um sarau com Gabi
sexta-feira, setembro 14, 2007
No Caminho de Swann
O mesmo se dá com o nosso passado. É trabalho baldado procurar evocá-lo, todos os esforços de nossa inteligência serão inúteis. Está escondido fora de seu domínio e de seu alcance, em algum objeto material (na sensação que esse objeto material nos daria), que estamos longe de suspeitar. Tal objeto depende apenas do acaso que o reencontermos antes de morrer, ou que o não encontremos jamais.
Marcel Proust
quinta-feira, setembro 13, 2007
Holland, 1945 (Neutral Milk Hotel)
Was born with roses in her eyes
But then they buried her alive
One evening 1945
With just her sister at her side
And only weeks before the guns
All came and rained on everyone
Now she's a little boy in Spain
Playing pianos filled with flames
On empty rings around the sun
All sing to say my dream has come
But now we must pack up every piece
Of the life we used to love
Just to keep ourselves
At least enough to carry on
And now we ride the circus wheel
With your dark brother wrapped in white
Says it was good to be alive
But now he rides a comet's flame
And won't be coming back again
The Earth looks better from a star
That's right above from where you are
He didn't mean to make you cry
With sparks that ring and bullets fly
On empty rings around your heart
The world just screams and falls apart
But now we must pack up every piece
Of the life we used to love
Just to keep ourselves
At least enough to carry on
And here's where your mother sleeps
And here is the room where your brothers were born
Indentions in the sheets
Where their bodies once moved but don't move anymore
And it's so sad to see the world agree
That they'd rather see their faces fill with flies
All when I'd want to keep white roses in their eyes
Jeff Mangum
la vie est tré jolli
A Fabi trombei na Facú e foi bom
A Gabi e o Marcos quase me fizeram matar aula (e ir á Biblioteca) e foi bom
A Sophia me deu três beijocas e aproveitou pra andar de cavalinho
Repetimos "egotõn" e foi bom
quarta-feira, setembro 12, 2007
SKULL
There are dragons to be chased
And though I don't know who you areAn easy flow
and a strong, a strong heart
And the charm in the way you hide
Gently take my skull for a ride
And I don't know who you are
But I know what I would like you to be
A one-night stand under stoned persuasion
But a joy that I can't hide
Gently take my skull for a ride
We can never ever go too far
The pain we can't escape at least will wait
So let's go quickly, no we go slow
Let's go chasing dragons through the snow
Kindly take my allAnd give me all you haveGently take my skull for a ride
Take and shake your soul
But never lose control
Gently take your skull for a ride
Lou Barlow
segunda-feira, setembro 10, 2007
MORE THAN THIS
There was no way of knowing
Fallen leaves in the night
Who can say where they´re blowing
As free as the wind
And hopefully learning
Why the sea on the tide
Has no way of turning
More than this - there is nothing
More than this - tell me one thing
More than this - there is nothing
It was fun for a while
There was no way of knowing
Like dream in the night
Who can say where we´re going
No care in the world
Maybe i´m learning
Why the sea on the tide
Has no way of turning
More than this - there is nothing
More than this - tell me one thing
More than this - there is nothing
Brian Ferry - Roxy Music
Santa Maria
A paineira maior do mundo
O barracão gigante cheio de ferramentas
E milho e feno
O terreirão maior do mundo
Cheio de café
Mamãe chamava pra comer
Mandioca fervente do fogão de lenha
Cheirinho de saudade
O mundo cheio de margarida
A tarde tardonha nunca se punha
MOSAICO ( De como encontrar alguém)
A via não tem a organização das formigas, mas funciona tão bem quanto. Há um acordo tácito entre os pedestres. Isso não quer dizer que não haja acidentes. Assim se uma pessoa estúpida o bastante se dispõe a observar detalhes naquele mundo em preto e branco é inevitável os esbarrões.
domingo, setembro 09, 2007
No Caminho De SWANN
Serafim Ponte Grande (lírico)
Tomei de tal maneira
A tua cabeleira
Como um clarão
Que como quando a gente fixa o Astro-Rei
Só enxerga ao depois rodelinhas vermelhas
Assim também quando eu deixo
Os fogos de que tu m'inundas
Meu olhar espantado
Pousa as manchas em que tu abundas
Mifares
acontece cada uma. Soneca com Serafim Ponte Grande. Muitas risadas. Pseudo-intelectuais, crianças e hippies passam. Todos passam, menos uma garota. Ela vem ao meu encontro. Sem nenhum longo gesto, também vou ao seu, juro que é Katia, o cerébro em forma de gente, a menina jurava que eu era um amigo. Mas de perto eu era apenas um estranho.
- Desculpa, pensei que você fosse uma amiga também que há muito não via.
30 minutos de espera, dependendo do lugar, é o suficiente pra se conhecer alguém tão interessante, e ouvir sobre suas leituras. Leonor, aposentada, compulsiva por palavras cruzadas, passou por mim, um ciclone, carregada de Sade, Alvares de Azevedo, Emily Dickson, Olavo Bilac, Fauzi Arap, Nelson Rodriguês, Mal de Albright, Egito e Eça.
- Muito prazer...
- O prazer foi todo meu...
sexta-feira, setembro 07, 2007
quinta-feira, setembro 06, 2007
quarta-feira, agosto 29, 2007
A vida é um milagre.
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor é um milagre.
Cada passáro,
Com sua plumagem, seu vôo, seu canto,
Cada passáro é um milagre.
O espaço, infinito,
O espaço é um milagre.
O tempo, infinito,
O tempo é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.
Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
- Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres.
BANDEIRA
para William (onde quer que você esteja)
sábado, agosto 25, 2007
As grandes tragédias e comédias da vida humana
Tudo está nos livros
Nas calçadas à caminho do cinema
No domingo à tade
Num narrador que conta como sustentar, em círculo, o fio das horas,
Nos devaneios de um sonho...
O grande drama de nossas vidas também cabe num olhar,
Numa mão que acaricía, ou na vaga lembrança de uma mão que nos tocou ainda pequenos mas não mais
quarta-feira, agosto 22, 2007

literature & politics & footbal
images in my mind, they come and go, I´m better on my own, on my words, It´s just a matter of practice and diversity, And you just want to say something , which is probably nothing, but hey look around, there are just empty spaces, besides you´ve never heard this before, I´m on my own then I shoudn´t have talked to you. It feels like nothing, but it´s red, smels like Rimbaud, then again it might be Ginsberg
terça-feira, agosto 21, 2007
segunda-feira, agosto 20, 2007

Sabe? (Encantado por Safo)
Ninar um sonho. Desejo.
Um sentido que dispersa e dissemina
Pinta um braço, os olhos, verde
tênis cheio de barro e sujo do sítio
Jogo de risadas, de polvilho,
eu todo tapado, ela toda ilegível
Furto versos, noites em claro
Mas tudo é ousável e sofrível...
(para uma menina de lábios laranja)
o carvão(ao lado) foi roubado de Nina Jacomini
quinta-feira, agosto 16, 2007

segunda-feira, agosto 13, 2007
absortos na vida, confiantes na vida...

momento num café
quando o enterro passou
os homens que se achavam no café
tiraram o chapéu maquinalmente
saudavam o morto distraídos
estavam voltados para avida
absortos na vida
confiantes na vida
um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
olhando o esquife longamente
este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
que a vida é traição
e saudava a matéria que passava
liberta para sempre da alma extinta
BANDEIRA
(para William e Neide, onde quer que vocês estejam)
segunda-feira, fevereiro 27, 2006

I got one two three four
Five, six, six, six
Running round the neighborhood
Perjorative, "Jinx." he said the groom's
Down on me cuz he ate the rice
It was well intentioned but bad advice
Hell yeah, yeah, yeah
Let it breakthrough, oh let breakthrough [x4]
Open the curtain and let in some sky
it's almost half past two, and you can tell by the light
Open your window, and let in the atmosphere!
Let it breakthrough, oh let breakthrough [x4]
Open the curtain and let in some sky
it's almost half past two, and you can tell by the light
Open your window, and let in the atmosphere!
Let it breakthrough, oh let breakthrough [x4]
I was inverted, I mean converted
I mean I don't understand
domingo, fevereiro 26, 2006
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
Vernon God Little
sábado, fevereiro 18, 2006

I´ve just watched a great movie, directed by G. Clooney. It´s about jornalism and freedom of speech. It tells the story of a news broadcaster Edward Morrow and his crew, and the historical witch hunt propeled by junior Senator M´Cather
Morrow and his crew, after strong evidence, promote a campaign against the well known senator. Nonetheless, this struggle is folowed by tragedy and facts that would never end. They really believe in what they´re doing, but it seems on the whole, they´re fighting against wind mills
( Quixotesque struggle) if they won the battle, they lost the war.By the way, the film is black white, and there are real footage of M´Carther´s trials, scenes which really take you back in the early fifties.
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
sábado, fevereiro 04, 2006
images in my mind, they come and go, I´m better on my own, on my words, It´s just a matter of practice and diversity, And you just want to say something , which is probably nothing, but hey look around, there are just empty spaces, besides you´ve never heard this before, I´m on my own then I shoudn´t have talked to you. It feels like nothing, but it´s red, smels like Rimbaud, then again it might be Ginsberg