sábado, setembro 25, 2010

dilúvio


Na casa das belas adormecidas, adormeci. Não chovia, nem fazia sol, sequer era noite. A angústia esverdeada me deteve. Sonhei com seu cheiro, sua pele molhada, seus olhos, sua bunda e seu cabelo, seus pequenos seios. Depois sonhei com seu corpo mudo, suas costas, suas pernas, seu cabelo, sua boca. Depois, com seu corpo morto, frio, macio. Senti mais uma vez seus pelos com as pontas de meus dedos. Também ouvi vozes que não me diziam nada. Quando acordei já era tarde. É sempre tarde. Então, começou a chuva e a chuva nunca mais parou.

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