La lluvia derramaba
la madrugada
verso tras verso
el aburrimiento nublado de este domingo
se oye a los perros y a los coches
desde mi cama
(Alchelas)
La lluvia derramaba
la madrugada
verso tras verso
el aburrimiento nublado de este domingo
se oye a los perros y a los coches
desde mi cama
(Alchelas)
Juntémonos en tu casa el sábado.
Sí: tiremos cualquier cosa a las brasas-
auque sea un hombre:
sí: volvámonos caníbales
eso da prestigio y fama
eso hace que uno deje un trazo
como hace el caracol sobre la tierra
si es que la Tierra es algo.
No todos podemos ser próceres piadosos.
Juntémonos en tu casa el sábado.
Sí: fumemos bastante; fumemos de todo;
fumémonos el todo: hasta que nos de cáncer
el cáncer sí que es Creacionista
ahora mismo está haciendo que se pudra
la rosa en este problema.
ÁNGEL ESCOBAR
Enovelo de palavras. Música de improviso Fluxo cheio de sons, signos e sentidos. Orgia de palavras. Exercício de vida sem planejamento. Fluxo de vida animalesca, vegetal, mineral vibrante e continua ao mesmo tempo. Palavra truculentamente viva.
Se a protagonista do seu romance favorito perambula pela cidade onde vive isso quer dizer muita coisa. Talvez os signos da cidade descrevam a personalidade dela ou seus anseios e ambições, por exemplo. Dizem que nada está por acaso em uma narrativa bem escrita.
Preciso me ocupar sobre este assunto nos próximos meses pois fui convidado a falar sobre o tema. Sei por onde começar mas ainda não sei o que ler para desenvolver melhor o assunto e aceito sugestões. Vou falar sobre um romance curto do autor chileno Roberto Bolaño que se passa na Cidade do México. Amuleto, esse é o nome do romance, conta de maneira pouco convencional a história de Auxilio Lacouture, uma uruguaia emigrada que vive no DF, uma personagem de certa forma transformada em lenda viva por suas experiências e suas andanças.
O fato de haver uma pessoa na vida real na qual a protagonista foi inspirada deve interferir na minha leitura e nas configurações e representações da cidade no texto?
das coisas que deixei pelo caminho
dos versos que me morderam
da prosa que me mata
Serotonina e dopamina
substantivos conhecidos
desde meus vinte poucos anos,
que desgraça ser gauche na vida.
No dna meus fantasmas:
meus ancestrais me acolhem,
me assustam de tempos em tempos,
meus amigos, meus livros e palavras essenciais me possuem.
Melancolias e mercadorias me espreitam,
ecos de meus poetas favoritos.
Veja como são as coisas.
para Tanussi Cardoso
o corpo:
canta e anda
dorme e sacode
fuma e bebe
fornica e morre
eis o corpo ou o cadáver?
a mente:
ansiedades e vulgaridades
avoada e concentrada
melancólica e preguiçosa
obcecada e generosa
eis a mente ou a loucura?
a alma:
magoadamente cristã
à toa e atéia
as frestas e diques
de escuros e claros
eis a alma ou o inferno?
Sueño con una mesa y una silla
Sueño con Nicanor, Roberto y Juan
Sueño con un beso mojado de Alejandra
Sueño que estoy en una película de detectives perdidos
Sueño con el DF y sus avenidas, sus calles y cafés
Sueño que estoy en el metro
Sueño con mis amigos
Sueño con el abrazo y los senos de Paula
Sueño que soy un libro
Sueño con el olor y el cuello de Cristina
Sueño con la piel y las caderas de Renata
Sueño que soy Lucero en una esquina de Giotto
También sueño con los calzones amarillos y rojos de Judith.
Me proponho exercícios diários de escrita. Uma frase em cada linha. Mas a janela me atrapalha. Ana Cristina e Roberto Bolaño me impedem. A última rodada do Brasileirão tampouco ajuda. Por fim, as redes sociais e a sua falta. Tanto mar. Eu que me aguente comigo.
“Falarei nessa linguagem sonâmbula que se eu estivesse acordada não seria linguagem.”
(A paixão segundo G.H. - Clarice Lispector)
Diástole & sístole da minha desordem. Meus pensamentos formam acidentes primordiais. Mulheres inenarráveis pululam, lampinhas. A noite tatuada em meus ossos - e minhas poetas preferidas dormem ao meu lado. Mulheres de cabeceira. Alejandra P. e Ana C.