domingo, janeiro 30, 2022

CIELO E INFIERNO

 La lluvia derramaba

la madrugada

verso tras verso

el aburrimiento nublado de este domingo

se oye a los perros y a los coches 

desde mi cama


(Alchelas)

sábado, agosto 07, 2021

La cosnpiración de los necios

Juntémonos en tu casa el sábado.
Sí: tiremos cualquier cosa a las brasas-
auque sea un hombre:
sí: volvámonos caníbales 
eso da prestigio y fama 
eso hace que uno deje un trazo
como hace el caracol sobre la tierra 
si es que la Tierra es algo.
No todos podemos ser próceres piadosos.
Juntémonos en tu casa el sábado.
Sí: fumemos bastante; fumemos de todo;
fumémonos el todo: hasta que nos de cáncer 
el cáncer sí que es Creacionista 
ahora mismo está haciendo que se pudra
la rosa en este problema.

ÁNGEL ESCOBAR

segunda-feira, julho 19, 2021

Água viva

Enovelo de palavras. Música de improviso Fluxo cheio de sons, signos e sentidos. Orgia de palavras. Exercício de vida sem planejamento. Fluxo de vida animalesca, vegetal, mineral vibrante e continua ao mesmo tempo. Palavra truculentamente viva. 

terça-feira, julho 13, 2021

A literatura e os espaços urbanos

 Se a protagonista do seu romance favorito perambula pela cidade onde vive isso quer dizer muita coisa. Talvez os signos da cidade descrevam a personalidade dela ou seus anseios e ambições, por exemplo. Dizem que nada está por acaso em uma narrativa bem escrita.

Preciso me ocupar sobre este assunto nos próximos meses pois fui convidado a falar sobre o tema. Sei por onde começar mas ainda não sei o que ler para desenvolver melhor o assunto e aceito sugestões. Vou falar sobre um romance curto do autor  chileno Roberto Bolaño que se passa na Cidade do México. Amuleto, esse é o nome do romance, conta de maneira pouco convencional a história de Auxilio Lacouture, uma uruguaia emigrada que vive no DF, uma personagem de certa forma transformada em lenda viva por suas experiências e suas andanças.

O fato de haver uma pessoa na vida real na qual a protagonista foi inspirada deve interferir na minha leitura e nas configurações e representações da cidade no texto?

terça-feira, julho 06, 2021

Noturno de Sampa

 A noite flui pelas ruas,

a noite e suas promessas.

quarta-feira, junho 09, 2021

Verbete da saudade:


das coisas que deixei pelo caminho

dos versos que me morderam

da prosa que me mata


quinta-feira, junho 03, 2021

 


o sorriso e a alegria tornaram-se profanações

a morte e a fome batem à nossa porta

o medo nos cristaliza como disse o poeta

pandemias galopantes


quarta-feira, junho 02, 2021



Serotonina e dopamina

substantivos conhecidos 

desde meus vinte poucos anos,

que desgraça ser gauche na vida.


No dna meus fantasmas:

meus ancestrais me acolhem,

me assustam de tempos em tempos,

meus amigos, meus livros e palavras essenciais me possuem.


Melancolias e mercadorias me espreitam,

ecos de meus poetas favoritos.

Veja como são as coisas.


quinta-feira, maio 27, 2021

Estética da devastação

A incerteza de pelo menos dois focos narrativos junta-se a melancolia do clima e das paisagens de Santa Maria. Juan Villoro chama de estética da devastação aos contos e o estilo onetiano de contar suas narrativas breves. Acho que esta estética está em toda obra e nas cores das personagens e párias dos romances de Juan Carlos Onetti.
 

quinta-feira, maio 13, 2021

O EGO



para Tanussi Cardoso


o corpo:

canta e anda

dorme e sacode

fuma e bebe

fornica e morre

eis o corpo ou o cadáver?


a mente:

ansiedades e vulgaridades

avoada e concentrada

melancólica e preguiçosa

obcecada e generosa

eis a mente ou a loucura?


a alma:

magoadamente cristã

à toa e atéia

as frestas e diques

de escuros e claros

eis a alma ou o inferno?


segunda-feira, abril 26, 2021

Alejandra

Jogo de ausências e presenças num lugar de ausência.

sexta-feira, dezembro 18, 2020

"Se eu fosse eu"... e minhas impressões de leitura de um romance de Clarice Lispector

 


(...)"Ser-se o que se é, era grande demais e incontrolável."

Sobre Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres:


 É um romance de revelações, romance da graça, romence da iluminação, romance de epifanias, romance de encantamento, romance de alegria líquida, um romance mansamente feliz.

quarta-feira, dezembro 09, 2020

Faz de conta

 Faz de conta que éramos amantes.

segunda-feira, novembro 09, 2020

Sueños

 Sueño con una mesa y una silla

Sueño con Nicanor, Roberto y Juan

Sueño con un beso mojado de Alejandra

Sueño que estoy en una película de detectives perdidos

Sueño con el DF y sus avenidas, sus calles y cafés

Sueño que estoy en el metro

Sueño con mis amigos

Sueño con el abrazo y los senos de Paula

Sueño que soy un libro

Sueño con el olor y el cuello de Cristina

Sueño con la piel y las caderas de Renata

Sueño que soy Lucero en una esquina de Giotto

También sueño con los calzones amarillos y rojos de Judith.


quarta-feira, setembro 16, 2020

Alô alô...

Me proponho exercícios diários de escrita. Uma frase em cada linha. Mas a janela me atrapalha. Ana Cristina e Roberto Bolaño me impedem. A última rodada do Brasileirão tampouco ajuda. Por fim, as redes sociais e a sua falta. Tanto mar. Eu que me aguente comigo. 

sábado, julho 11, 2020

Chamadas anônimas

Em transe, mantenho os olhos abertos. ("A sabedoria consiste em manter os olhos abertos durante a caída")  Rasuras. Cacos. E experimentos. Porque viver apenas não basta, disse o poeta. Lapsos. Elipses. E silêncios. Ouvi vozes de mortos que não conhecia. Ignorei meu irmão. Não reconheci meu pai. A cidade, doída. Chovia. A vida, doída. Anoitecia. Poesia. Sugestões. E ilusões.
- O que você achou?
- Não está mal.

sábado, junho 06, 2020

João Pedro e Miguel
Nomes que caminham em direção ao esquecimento e a humanidade não deu certo como disse um suicida

quarta-feira, maio 20, 2020

Falarei nessa linguagem

“Falarei nessa linguagem sonâmbula que se eu estivesse acordada não seria linguagem.”

(A paixão segundo G.H. - Clarice Lispector)


Diástole & sístole da minha desordem. Meus pensamentos formam acidentes primordiais. Mulheres inenarráveis pululam, lampinhas. A noite tatuada em meus ossos - e minhas poetas preferidas dormem ao meu lado. Mulheres de cabeceira. Alejandra P. e Ana C.




terça-feira, maio 05, 2020

Pandemia, necropolítica e luto

Estamos afogados, ou melhor, estamos nos afogando no ano da graça de 2020. Sem água e sem graça, já são mais de 7 mil mortos só na banda de cá, da nossa pátria mãe gentil que espuma de ódio.  Sem gentileza somos transformados em números, os inumeráveis. Aqui e ali alguns poetas tentam salvar umas poucas vidas. Tentam domesticar a dor com o verbo, com o verso. Tentam fazer o luto. Outros poetas mais práticos e prosaicos fazem caridades. A mídia e muitos governantes dizem pra gente ficar em casa que estaremos ajudando. Fica, quem tem a geladeira cheia. Fica, quem tem água pra lavar as mãos. Fica, quem tem sorte. Muitos mascarados saem às ruas  para ganhar o pão.
  Sem alento nem suspiro, já são mais de 7 mil mortos. Faltam UTIs, faltam remédios, faltam respiradores artificiais. Faltam médicos e enfermeiros. Só não falta a polititíca da União e da Federação. Necropolítica vira conto de f adas por aqui.

Aceleram-se os enterros. Faltam caixões e faltam valas. Faltam despedidas e velórios. Mais de 7 mil histórias perdidas para sempre. E a hecatombe continua enquanto esperamos que a tal curva nomeada pelos tecnocratas se achate como num milagre e a quantidade de mortes diminua.

segunda-feira, maio 04, 2020

Ser humano não tem remédio

A humanidade não deu certo. As crianças mais inteligentes e travessas que conheci eram anjos. Os adultos mais generosos e sábios eram bruxos.