Imagino uma máquina de escrever autônoma que testemunha, ao mesmo tempo, o horror, a resistência e a amizade. Um mecanismo comprometido ética e politicamente. De estética tão elaborada que se torna invisível. De poética enamorada — e enredada — pela inexorável tristeza do mundo. Máquina que provoque entusiasmo estético por seu lirismo, sua prosa, suas tramas e pela maneira como suas personagens vivem nelas. Mecanismo cuja tensão ética — presente em sua obra, suas tintas e seus tipos — se manifeste numa recusa feroz e olímpica de se tornar mercadoria.
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