Mais ou menos na metade do romance, em meio uma aparente calmaria narrativa Remo Morán reintroduz o tema do assassinato.
Me esqueci de dizer que as parcelas narrativas do romance estão divididas de maneira que cada personagem dá o nome a narrativa que lhe cabe seguida das primeiras palavras de seu testemunho. Assim, na página 121 de minha edição, o cabeçalho é iniciado dessa maneira: Remo Morán: Los días que precedieron el hallazgo del cadáver.
Desde aí nos damos conta que não será Núria, a jovem patinadora, quem morre na história. Remo Morán não chamaria de cadáver o corpo de sua amante. É interessante que desde o início do enredo tudo parecia apontar, segundo minhas expectativas como leitor, e acredito que as expectativas de muitos outros leitores, que a vítima seria a patinadora. Mas como num bom romance policial o mais óbvio não é sempre a melhor resposta para a trama.
A partir daqui o texto adquire mais tons de romance policial e portanto as narrativas se tornam ainda mais magnetizadoras, ou melhor, ainda mais envolventes.