A morte e sua continuidade e suas intermitências. A morte e suas nuances. Sempre a morte. Ontem, Wiliam. Hoje: Manuel. Sempre, margarida. Amar, beber, comer e morrer.
quinta-feira, novembro 29, 2012
segunda-feira, novembro 26, 2012
domingo, novembro 18, 2012
e la nave va ...
Entropias, distopias ... utopias...
Lucio Costa, Nina Lemos, Zafón, Rodrigo Naves, Gombrowicz, Bob Dylan,
Kind of Blue...
Como falar dos livros que não lemos, das músicas que não conhecemos?
Valéry, Leminsky, Bayard e Humberto Eco...
Lucio Costa, Nina Lemos, Zafón, Rodrigo Naves, Gombrowicz, Bob Dylan,
Kind of Blue...
Como falar dos livros que não lemos, das músicas que não conhecemos?
Valéry, Leminsky, Bayard e Humberto Eco...
sábado, novembro 10, 2012
Tradução livre: "La vida breve", Juan Carlos Onetti
"Um sorriso sem jeito. E se descobre que a vida está feita, desde muitos anos atrás, de mal entendidos. Gertrudis, meu trabalho, minha amizade com Stein, a sensação que tenho de mim mesmo, mal entendidos. Fora isso, nada; de vez enquando algumas opurtunidades de esquecer, alguns prazeres, que chegam e passam envenenados. Talvez todo tipo de existência que eu possa imaginar transforma-se em um mal entendido. Talvez, pouco importa. Entretanto, sou esse homem pequeno e tímido, imutável, casado com a única mulher que consegui seduzir ou que me seduziu, incapaz, não ainda de ser outro, senão da mesma vontade de ser outro. O homenzinho que se magoa na medida em que a aflição se lhe impõe, homenzinho confundido numa legião de homenzinhos aos quais foi prometido o reino dos céus. Asceta, como zomba o Stein, pela impossibilidade de me apaixonar e não pelo acertado absurdo de uma convicção eventualmente mutilada. Esse, ser no taxi, inexistente, mera encarnação da idéia Juan María Brausen, símbolo bípede de um puritanismo barato feito de negativas - não ao alccol, não ao tabaco, um não equivalente para as mulheres -, ninguém, em realidade; um nome, três palavras, uma diminuta idéia construida mecanicamente por meu pai, sem oposições, para que suas negativas herdadas continuassem sacundindo suas cabecinhas vaidosas mesmo depois de sua morte. O pequeno homem e seus mal entendidos, certamente, como para todo o mundo. Talvez seja isso que uma pessoa vai aprendendo com os anos, insensívelmente, sem prestar atenção. Talvez nossos ossos saibam disso quando estamos decididos e desesperados, junto a altura de um muro que nos prende, tão fácil de saltar se fosse possível saltá-lo; quando estamos a um passo de aceitar que, definitivamente, o importante seja somente si próprio, porque isso é o unica coisa que nos foi indiscutivelmente confiada; quando vislumbramos que somente a própria salvação pode ser um imperativo moral, que somente nossa salvação é moral; quando logramos respirar por um impensado resquicio de ar primordial que vibra e chama ao outro lado do muro, imaginar a satisfação, o desfeito e a soltura, talvez então nos pese, como um esqueleto de chumbo metido dentro dos nossos ossos, a convicção de que todo mal entendido é suportável até a morte, a não ser o que cheguemos a descobrir fora de nossas circunstâncias pessoais, fora das responsabilidades que podemos repudiar, atribuir, derivar."
quarta-feira, novembro 07, 2012
Percurso
Humildemente vaidoso
a vaidade de um asceta
o orgulho de um abstêmio
céus
lunares
um ou dois
me acompanham como pontos em fuga
Ancient Sound, Abstract on Black
1925 (Paul Klee)
a vaidade de um asceta
o orgulho de um abstêmio
céus
lunares
um ou dois
me acompanham como pontos em fuga
Ancient Sound, Abstract on Black
1925 (Paul Klee)
terça-feira, novembro 06, 2012
Exercício de tradução livre ( Excertos de "A la espera de la oscuridad" de Alejandra Pizarnik)
A espera da escuridão
Sem olhos para recordar angústias de outrora
Sem lábios para colher o sumo das violências
Perdidas num canto gelado dos campanários
Sem mãos para dizer nunca
Sem mãos para presentear mariposas
Aos meninos mortos
Leitura, década de 1990 Antônio Hélio Cabral
Sem olhos para recordar angústias de outrora
Sem lábios para colher o sumo das violências
Perdidas num canto gelado dos campanários
Sem mãos para dizer nunca
Sem mãos para presentear mariposas
Aos meninos mortos
Leitura, década de 1990 Antônio Hélio Cabral
segunda-feira, novembro 05, 2012
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