Uma aurora no campo faz-me bem; a aurora na cidade bem e mal, e por isso me faz mais que bem. Sim, porque a esperança maior que me traz tem, como todas as esperanças, aquele travo longínquo e saudoso de não ser realidade. A manhã do campo existe; a manhã da cidade promete. Uma faz viver; a outra faz pensar. E eu hei de sempre sentir, como os grandes malditos, que mais vale pensar que viver.
Composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa
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