segunda-feira, janeiro 31, 2011
minha demissão subjetiva
"Vontade de me jogar fora"
Susceptível
Alienável
Insustentável leveza
Sonho cursos fluviais e portos distantes
Viagens insólitas
Vontade de comer corn dogs
Vontade de comer pretzels com você em NYC ou Tenesee
Vontade do nada
Vontade de me desintegrar em soluços
Sonho o último suspiro
Foto buscada no ggogle por pesquisa com palavras chave "metonímia do ser" (Acho que de domínio público)
domingo, janeiro 30, 2011
Detrás do rosto (Ferreira Gullar)
sexta-feira, janeiro 28, 2011
A Página do Relâmpago Elétrico (Beto Guedes Composição: Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
Abre a folha do livro
Que eu lhe dou para guardar
E desata o nó dos cinco sentidos
Para se soltar
Que nem o som clareia o céu nem é de manhã
E anda debaixo do chão
Mas avoa que nem asa de avião
Pra rolar e viver levando jeito
De seguir rolando
Que nem canção de amor no firmamento
Que alguém pegou no ar
E depois jogou no mar
Pra viver do outro lado da vida
E saber atravessar
Prosseguir viagem numa garrafa
Onde o mar levar
Que é a luz que vai tescer o motor da lenda
Cruzando o céu do sertão
E um cego canta até arrebentar
O sertão vai virar mar
O mar vai virar sertão
Não ter medo de nenhuma careta
Que pretende assustar
Encontrar o coração do planeta
E mandar parar
Pra dar um tempo de prestar atenção nas coisas
Fazer um minuto de paz
Um silêncio que ninguém esquece mais
Que nem ronco do trovão
Que eu lhe dou para guardar
A paixão é que nem cobra de vidro
E também pode quebrar
Faz o jogo e abre a folha do livro
Apresenta o ás
Pra renascer em cada pedaço que ficou
E o grande amor vai juntar
E é coisa que ninguém separa mais
Que nem ronco de trovão
Que eu lhe dou para guardar
quinta-feira, janeiro 27, 2011
Trenzin ( Ferreira Goulart)
quarta-feira, janeiro 26, 2011
Cuadro por cuadro (Historias mínimas)
Cuadro por cuadro
Quando se trata de pensar e escolher uma cena favorita, e por conseguinte, um filme favorito, aflui na memória uma massa amorfa de cenas que não sei realmente distingui-las. Minha mente, acostumada com as imagens, praticamente não as saboreia, mas as absorve. Quero dizer, na era do espetáculo e da imagem, é muito difícil você desfrutar as imagens. No máximo, absorvemos elas sem muito prazer.
Então quando nos propomos a uma tarefa tão árdua vem primeiro, acho eu, títulos memoráveis, histórias favoritas e diretores consagrados. Fellini, Truffault, Kieslowski, ou os planos sequências de Andrei Tarkóvski, Win Wenders, Carlos Reigadas, aí as cenas começam a aparecer, no entanto, ainda como num daqueles sonhos cujo relato se torna impossível e incomunicável dado a quantidade de informação e a rapidez que as imagens lhe apareceram no sonho. Aí vc se volta para casa e, como um bom brasileiro aficionado pela cidade de São Paulo, se lembra de Person e dos planos de São Paulo S/A. Ou se lembra da criatividade de Glauber Rocha e a sua sofisticação precária na maneira de filmar o Eldorado. Ou se lembra dos requintes de Walter Sales e Fernando Meireles que, embora tenham muita técnica e recursos, às vezes lhes falta a cor da paixão em suas cenas. No entanto, os planos da já famosa galinha na abertura e final de Cidade de Deus nos fazem suspirar e achar que ainda há uma luz no fim do túnel.
Mas não queria ser bairrista, tampouco nacionalista, e me lembrei que o cinema argentino sempre me impressiona por suas cores, sua paixão e musicalidade. Um filme que não me sai da cabeça é o Histórias mínimas de Sorín. Assim, para não cair nas velhas cenas inesquecíveis que já se tornaram mais que previsíveis neste tipo de escolha onde Mastroiani e Anita Ekberg são repetidamente citados, ou um plano sequência de Orson Wells, no caso de a escolha ser mais intelectualizada, eu fico com qualquer cena deste filme de Sorín que me enche de emoção cada vez que o assisto.
Mas para não ser injusto na minha resposta e refinar com precisão as cenas, poderia escolher os planos que envolvem o personagem Don Justo, um octogenário, em sua busca por seu cachorro Malacara. Talvez a cena do aparente reencontro, talvez a primeira cena em que aparece Don Justo na beira da estrada entretendo a criançada. As cores azul e branca do céu da Patagônia austral de Sorín tem mais outras tantas cores. O amêndoa ou o laranja da sua terra e de seu horizonte se transformam em mais outros milhões de cores.
Inspirado num texto de Adriana Aizenberg na sessão Radar do jornal argentino Pagina 12
http://www.pagina12.com.ar/diario/suplementos/radar/17-6776-2011-01-26.html
terça-feira, janeiro 25, 2011
TRISTURA ( by Mario de Andrade)
Profundo. Imundo meu coração...
(...)
Minha alma corcunda como a avenida São João...
(...)
Paulicea, minha noiva... Há matrimônios asssim...
Ninguém os assistirá jamais!
(...)
E tivemos uma filha, uma só...
Batismos do snr. cura Bruma;
Água benta das garôas monótonas...
Registrei-a no cartório da Consolação...
Chamei-a Solitude das Plebes...
(...)
Foto de Aurélio Becherini
segunda-feira, janeiro 24, 2011
sair, tentar se distrair
sexta-feira, janeiro 21, 2011
El Astillero (1961 –Juan Carlos Onetti)
Personagens principais:
Larsen (ou Juntacadáveres)
Kunz
Gálvez
Jeremias Petrus
Angélica Inês Petrus
Dr. Diaz Grey
Enredo e impressões textuais
Num estaleiro fantasma, acerca da famosa cidade de Santa Maria, o protagonista Larsen se lança numa empresa que mais parece um jogo de ilusões. Já homem de meia idade, ele segue em busca de suas ambições materiais, simbólicas e de uma espécie de tesouro perdido, aceita gerenciar uma empresa em ruínas, em princípio almeja casar-se com a filha do dono do negócio e liquidar o patrimônio ou os escombros do que resta do antigo Puerto Astillero.
O narrador se divide em algumas vozes ou alguns tons, uma voz testemunha os eventos e possui uma onisciência relativa, se é que se pode chamá-la assim, ou melhor, possui uma narrativa um tanto subjetiva que às vezes chega a basear-se em depoimentos das próprias personagens. Há também um tom menos intervencionista, mais lírico, capaz de interpolar a narrativa em digressões cheias de figuras de linguajem e imagens poéticas sobre as personagens e suas histórias particulares que as caracterizam. Ou, por vezes, uma mescla destas duas vozes ou tons que predominam na narrativa, é o caso do capítulo “Santa Maria IV” – que conta um pouco a história de Angélica Inês – para caracterizá-la tanto fisicamente quanto psicologicamente - por meio da visão e impressões de Diaz Grey. Assim, ainda que lírico, o narrador é altamente manipulador.
quinta-feira, janeiro 20, 2011
Para C.
Dona Olímpia
Milton NascimentoComposição: Toninho Horta e Ronaldo Bastos
Vai e não esquece de chorar
Vê se não esquece de mentir
Dizer até manhã
E não regressar mais
Vê se não esquece de sumir
É ficou assim, caiu no ar
É passou assim, não quer passar
Não pára de doer
E não vai parar mais
Nem de vez em quando vai sarar
Me xinga me deixa me cega
Mas vê se não esquece de voltar
Tentar compreender
Quase não falar mais
E nem ser preciso perdoar
Me xinga me deixa me cega
Mas vê
Foto de Luis López - Ouro Preto 2010
terça-feira, janeiro 18, 2011
O ponto cego do eu?
"Vontade de me jogar fora"
Assim como alguém que ao mesmo tempo que trai a todos também é traído por todos, ou melhor, menos, talvez, por você. Sei que te quero mas não tenho coragem de dizer tudo aquilo que eu omiti. Acho que isso tem de ver com minha famosa covardia. Isso não tem cura.
quinta-feira, janeiro 13, 2011
Trecho de o Mal estar da civilização. (Como isso pode ser possível?)
FREUD
http://www.espacoacademico.com.br/026/26tc_freud.htm
Para C.
¿Qué tienen los viajes que producen tanta alegría? Aun el más breve sugiere algo a modo de renovación, o de muerte. Diarios. Pizarnik.
Queria ter conhecido Havana, Cuba e todo México com vC.
Mas agora é tarde, é sempre tarde.
Quanta estupidez minha além da já famosa covardia.
O monstro foi encontrado pelas ruas da charmosíssima Havana, dizem que ele ainda aterroriza seus moradores.
quarta-feira, janeiro 12, 2011
Descartável ( Chico Alvim)
segunda-feira, janeiro 10, 2011
Pablo and Andrea
show me where you keep all your secrets upstairs
night after night you sleep while they're setting off flares
someone came and took all the roses away
now you'll sit showing me tears if you want me to stay
cause down the street all the meters have run out of time
run out of time
I waited for you as the trees swayed out of time
in a crowded room I pick up your lonely stare
I'll cover for you like a slipcover covers a chair
but someone came and took all the roses away
it was only 5 minutes, it felt like it stretched into a day
someone came and took all the roses away
took all the roses away
took all the roses away
Blue line swinger
And I'm willing to hold your hand while you're lost,
while you're so full of doubt
Walk for miles, on your own loose ends, I'll find you there
I'll find you there
You, you walk up thin blue lines possible with reality
And I, I see through small red eyes,
glowing still at your uncertainty
Out of darkness you will come around, I know you will
I know you will
And I'll find you
(cena do filme Año Uña)
domingo, janeiro 09, 2011
segunda-feira, janeiro 03, 2011
se eu morrer amanhã
morreria também minha covardia e meu desespero e tudo continuaria como sempre foi desde sempre.
O Rio
Ser como o rio que deflui
Silencioso dentro da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas nos céus, refletí-las.
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens são água,
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.
BANDEIRA
Sonho com Urubamba estes dias e com o Amazonas que nunca vi