sábado, junho 26, 2010
Alteridade?
"A única coisa que torna possível a identidade é a ausência de mudança, mas ninguém acredita de fato que se seja semelhante àquilo de que se lembra".
Gertrude Stein
Foto de Manuel Álverez Bravo (MEX)
quinta-feira, junho 24, 2010
"meu amor é um tigre de papel" Ana Cristina Cesar
terça-feira, junho 22, 2010
Adios?
FRAGA E SOMBRA
"A sombra azul da tarde nos confrange.
Baixa, severa, a luz crepuscular.
Um sino toca, e não saber quem tange
é como se este som nascesse do ar.
Música breve, noite longa. O alfanje
que sono e sonho ceifa devagar
mal se desenha, fino, ante a falange
das nuvens esquecidas de passar.
Os dois apenas, entre céu e terra,
sentimos o espetáculo do mundo,
feito de mar ausente e abstrata serra.
E calcamos em nós, sob o profundo
instinto de existir, outra mais pura
vontade de anular a criatura".
DRUMMOND
segunda-feira, junho 21, 2010
Juan Gris
Sucede que me canso de ser hombre
"Sucede que me canso de ser hombre.
Sucede que entro en las sastrerías y en los cines
marchito, impenetrable, como un cisne de fieltro
Navegando en un agua de origen y ceniza.
El olor de las peluquerías me hace llorar a gritos.
Sólo quiero un descanso de piedras o de lana,
sólo quiero no ver establecimientos ni jardines,
ni mercaderías, ni anteojos, ni ascensores.
Sucede que me canso de mis pies y mis uñas
y mi pelo y mi sombra.
Sucede que me canso de ser hombre.
Sin embargo sería delicioso
asustar a un notario con un lirio cortado
o dar muerte a una monja con un golpe de oreja.
Sería bello
ir por las calles con un cuchillo verde
y dando gritos hasta morir de frío
No quiero seguir siendo raíz en las tinieblas,
vacilante, extendido, tiritando de sueño,
hacia abajo, en las tapias mojadas de la tierra,
absorbiendo y pensando, comiendo cada día.
No quiero para mí tantas desgracias.
No quiero continuar de raíz y de tumba,
de subterráneo solo, de bodega con muertos
ateridos, muriéndome de pena.
Por eso el día lunes arde como el petróleo
cuando me ve llegar con mi cara de cárcel,
y aúlla en su transcurso como una rueda herida,
y da pasos de sangre caliente hacia la noche.
Y me empuja a ciertos rincones, a ciertas casas húmedas,
a hospitales donde los huesos salen por la ventana,
a ciertas zapaterías con olor a vinagre,
a calles espantosas como grietas.
Hay pájaros de color de azufre y horribles intestinos
colgando de las puertas de las casas que odio,
hay dentaduras olvidadas en una cafetera,
hay espejos
que debieran haber llorado de vergüenza y espanto,
hay paraguas en todas partes, y venenos, y ombligos.
Yo paseo con calma, con ojos, con zapatos,
con furia, con olvido,
paso, cruzo oficinas y tiendas de ortopedia,
y patios donde hay ropas colgadas de un alambre:
calzoncillos, toallas y camisas que lloran
lentas lágrimas sucias."
PABLO NERUDA
domingo, junho 20, 2010
Ay Jalisco no te rajes ( Extraño mi chaparrita tapatía)
Ay Jalisco, Jalisco, Jalisco
tu tienes tu novia
que es Guadalajara.
Muchacha bonita
la perla mas rara
de todo Jalisco
es mi Guadalajara.
Y me gusta escuchar los mariachis
cantar con el alma sus lindas canciones.
Oir como suenan
esos guitarrones
y echarme un tequila
con los valentones.
Ay Jalisco no te rajes
me sale del alma
gritar con calor
Abrir todo el pecho
echar este grito
que lindo es Jalisco
palabra de honor.
La mujer es jalisco primero
lo mismo en los altos
que alla en la cañada.
Mujeres muy lindas
rechulas de cara
asi son las hembras
de Guadalara.
En Jalisco se quiere a la buena
porque es peligroso
querer a la mala.
Podria una morena echar
mucha bala
y bajo la luna
cantar en Chapala.
Ay Jalisco no te rajes
me sale del alma
gritar con calor
Abrir todo el pecho
echar este grito
que lindo es Jalisco
palabra de honor.
Ay Jalisco, Jalisco, Jalisco
tus hombres son machos
y son cumplidores
Valientes y ariscos y sostenedores
no admiten rivales en cosas de amores.
Es su orgullo un buen traje de charro
traer su pistola fajada en el cinto.
Con una guitarra echar mucho tipo
y a los que presumen quitarles el hijo.
Ay Jalisco no te rajes
me sale del alma
gritar con calor
Abrir todo el pecho
echar este grito
que lindo es Jalisco
palabra de honor.
sexta-feira, junho 18, 2010
Adeus?
domingo, junho 13, 2010
She don't use jelly (Flaming Lips)
I know a girl who thinks of ghosts
She'll make you breakfast
She'll make you toast
She don't use butter
She don't use cheese
She don't use jelly
Or any of these
She uses vaseline
Vaseline
Vaseline
I know a guy who goes to shows
When he's at home and he blows his nose
He don't use tissues or his sleeve
He don't use napkins or any of these
He uses magazines
Magazines
Magazines
Magazines
Magazines
I know a girl who reminds me of Cher
(Reminds me of Cher)
She's always changing
(She's always changing)
The color of her hair
(Color of her hair)
She don't use nothing
That you buy at the store
She likes her hair to be real orange
She uses tangerines
Tangerines
Tangerines
Tangerines
Tangerines
Tangerines
sábado, junho 12, 2010
Turn it on (BY Flaming Lips)
put your face up to the window
tell me all about your gables
it feels better when you in it
if your nervous use the pay phone
put your face where we can see it
put it on a show on cable
you can really show it all there
turn it on when you are able
(CHORUS)
turn it on
turn it on and all the way up
turn it on
in your houses when you wake up
turn it on
when you ain't got no relation
to all those other stations
turn it on
put your life into a bubble
we can pick you up on radar
"hit " a satelite with feeling
give the people what they paid for
terça-feira, junho 08, 2010
Ana Cristina Cesar lança sua isca
" Freud e eu brigamos muito"
Achei a figura no blog da Escrevedora
e a "roubei"
O verso é da Ana que me fisgou
O verso é de quem tem peito pra encarar a briga
O verso é de domínio público desde o século passado.
Viva Ana
http://aescrevedora.blogspot.com
Queria saber mais sobre o simbolismo no altar "Del Dia de Muertos"
Hallé una idea sucinta
http://mx.answers.yahoo.com/question/index?qid=20091028212432AAMkcd2
domingo, junho 06, 2010
Cicatrizes ( quem canta é Roberta Sá)
Amor
Amor que nunca cicatriza
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou.
Que a vida a dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor.
Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural.
Uma
Qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem mais que também não faça mal.
Meu coração precisa...
sábado, junho 05, 2010
Afundar saudades loucas na arte de estudar ( O poema é da Alice Ruiz S.)
Es que me dá una flojera...
Pero leer es bueno
la neta es que me gustaría escrever más
todavia para escrever tienes que leer "quanto mais melhor"
Mas não sobra tempo pra nada
e SE eu morrer amanhã
aí fodeu
"tudo começa
do mesmo jeito
diferente
o que se quebra
pesa mais
do que o sonho leva
como se o dia
não passasse
dessa noite"
(do "Dois em Um)
Ubiquidade ( Para Roberto Bolaño)
Os cigarros que fumei a noite passada me fazem pensar. Lembro-me de que Luciana sempre esteve lá. Não, não é coincidência não. Estva desde sempre no sorriso de Adriana, na boca de Alice, nos carinhos de Fabiana, nas pernas de Valéria, no olhar de Marina, nas conversas com Silvia.
Os cigarros que fumei a noite passada lembram-me que coincidência não pode ser. E que tudo pode ser imaginação. Luciana pode ser um fruto de meu delírio, como um livro de Bolaño.
Os cigarros que fumei ontem a noite me fazem pensar que Luciana não fuma. Aliás, quase ninguém de sua família fuma. Me fazem lembrar da cor branca de sua pele impoluta, tão branca como suas calcinhas. Na fumaça ainda via aquele jeito de andar pelada, meio infantil.
Os cigarros que fumei me fazem acreditar que na noite passada encontrei Luciana. Ela estava tão bem. Era ela mesma, bela com um ar despreocupado e alegre, talvez por causa de seu pai haver saído do hospital.
Hoje nas calçadas encontro rostos familiares em pessoas estranhas. A manhã de inverno me faz melancólico. Você passa por mim como uma musa de Corso ou de Baudelaire, como uma pequena frase de seu autor favorito você me atravessa. Luciana tão breve e leve como quinze, vinte, trinta e dois anos, um suspiro breve na vastidão do tempo. Acendo um cigarro e me lembro de que os Mapuches não gostam de ser fotografados.
"Te apressento a mulher mais discreta do mundo":
"essa que não tem nenhum segredo
as aparências enganam
estou desenganada
te amo estranha, esquiva, com outras cenas mixadas ao sabor do teu amor
Cigana do horário nobre do adultério.
Separatista protestante. Melindrosa basca com fissura da verdade.
Me entenda faz favor: minha franqueza era meu fraco"...
todos os versos são de Ana Cristina Cesar mas a bricolagem é minha
sexta-feira, junho 04, 2010
O gol mais feio do mundo. ( VIVA A PORTUGUESA!)
Assistindo a série B vi o gol mais feio do mundo, explico, a grande Portuguesa jogando contra o Paraná Clube. E ainda: não se sabe se foi contra ou não. Tudo bem, o campo tava encharcado e tudo mais, mas esse gol vai ficar na memória. No final deu tudo errado e a Portuguesa acabou perdendo por 2X1. Será que ela sobe este ano?
quinta-feira, junho 03, 2010
Você já amou alguém verdadeiramente?
minha boca também está seca deste ar seco da cidade vc pediu uma cerveja eu pedi um café depois me disse da sua vontade de morar na argentina e eu te disse meus planos de viver na birmânia a cidade está iluminada bebemos e saímos sem mapa de navegação passamos pelos estudantes e vc disse que estava com fome e coisa e tal mas eu já não tinha um tostão hoje sou eu que estou te livrando da verdade vc me disse e eu tentava te enquadrar como personagem de um livro quando vc falou que as mulheres gostam de ser provocadas paramos num boteco e vc pediu uma coxinha e me fez pedir fiado saímos atravessamos outra rua e ameacei te deixar mas não tinha a menor idéia foi aí que vc tirou um caderninho do bolso e escreveu "esta é minha vida. atravessa a ponte. é sempre um pouco tarde".
para Ana Cristina Cesar, é tudo seu
André Breton "Máscara africana" (1947/1948)
quarta-feira, junho 02, 2010
Vamos iniciar outra correspondência,
manuscrito sem título by Ana Cristina Cesar
"uma pessoa disse para outra:
- considere também como nós
nos relacionamos com crueldade. Não é apenas represen-
tação, é também a crueldade que nos aproxima - a digna
crueldade que acompanha os limites - inclusive os limites da
representação. Agora você entende o
desapontamento que trancou a minha voz: eu vinha da
expectativa do intenso calor
das avenidas. Eu vinha de uma febre por um calor
ainda mais intenso.
Dessa vez não ousei me dizer nada, eu não podia me
movimentar com a mesma crueldade, eu perdi as distancias.
Era o momento de pronunciar a
crueldade: "o máximo que pode acontecer". Mas tinha
começado um outro tipo de fraqueza, uma febre pouco
dirigível, entende? (acho que era a paixão pelo terror).
Eu tenho náusea, porque a representação não
me comove mais".
(Antigos e soltos, p. 377)