sábado, abril 17, 2010
É tudo verdade
"Ignoro se a música sabe despertar da música e o mármore do mármore, porém a literatura é uma arte que sabe profetizar o tempo em que terá emudecido, enfurecer-se com a própria virtude e enamorar-se da própria dissolução e cortejar seu fim". BORGES
Acho que o cinema também é capaz das mesmas façanhas. Hoje, assisti História(s) do cinema de Godard http://www.millarch.org/artigo/historia-do-cinema-reescrita-por-godard. Ao mesmo tempo em que ele desconstrói o cinema suprimindo sua aura, nos prova que no cinema (ou especificamente no documentário) também há espaço para reflexão e autocrítica. O filme também faz uma crítica formal, pois ele executa o que Guy Debord fizera em Societe du spetacle (o filme) http://fr.wikipedia.org/wiki/La_Soci%C3%A9t%C3%A9_du_spectacle_%28livre%29 ou seja, trabalha com muitas fotos, e tela preta (não tão radicalmente quanto Debord) e recorta filmes de uma extensa variedade que vai dos clássicos aos mais insólitos para criticar o cinema e principalmente Hollywood. Se Godard perde em altissonância crítica para Debord, ele pelo menos ganha em poesia. Aliás, pode parecer paradoxal mas Godard faz crítica com um lirismo que choca. (bem francês diriam os francófilos)
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