segunda-feira, novembro 16, 2009
segunda-feira, outubro 05, 2009
Octavio Paz
"Las épocas viejas nunca desaparecen completamente y todas las
heridas, aun las mas antiguas, manan sangre todavía. A veces, como las pirámides precortesianas que ocultan casi siempre otras, en una sola ciudad o en una sola alma se mezclan y soperponen nociones y sensibilidades enemigas o distantes".
quarta-feira, setembro 30, 2009
Calaveras
Passa-se por uma porta de moldura amarela no momento intransponível. Pendurado, na própria porta, um recado diz pra se tocar a campainha, lá dentro há muita coisa. Na vitrine, ao lado da porta de vidro, tem mais um montão de coisas. Só não tem sapatos novos, artigo indispensável para o homem que quer se apresentar bem, a felicidade pode não estar num par de sapatos mas a boa aparência está, não é?
terça-feira, setembro 29, 2009
domingo, setembro 27, 2009
sexta-feira, setembro 25, 2009
La Soledad (by Octavio Paz)
El hombre es nostalgia y busqueda de comunión. Por eso cada vez
que se siente a sí mismo se siente como carencia de otro, como
soledad.
terça-feira, setembro 22, 2009
Desastrologia
segunda-feira, setembro 21, 2009
Das bocas (que estan solas) ou sobre a faceta cômica de nossa condição
As bocas que não conseguem ficar paradas nos terminais rodoviários, aeroportos e afins, mastigam qualquer coisa ou falam desenfreadamente ao celular, funcionam assim como músculos involuntários. Há uma espécie em extinção, a saber, a que tragava um cigarro dissimulando suspiros.
"Assim expira o mundo
não com uma explosão mas com um suspiro"
T.S. ELIOT
sexta-feira, setembro 18, 2009
SEpa.......
O sonho, a crise pela qual passei que inclui a falta de dormir, ou seja, o surto em si, seria ela um sonhar acordado numa espécie de pesadelo?
terça-feira, setembro 15, 2009
Meio Marisa Monte
"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"
ARNALDO ANTUNES, MARISA MONTE, CARLINHOS BROWN
domingo, agosto 30, 2009
quarta-feira, agosto 26, 2009
Wish list (viva o México)
- frijol
- cebolla
- jitomate
- cilantro
- chile del verde
- pepinos
- tortillas
- queso
- aguacate
- creme de leite
- totopos
- canela
no olvidarme de llevar
- salsas
- chile jalapeño
- chile chipotle
- arroz
- leche condensada
- apachurador
- llaves
- tequila
É tudo verdade
DOCUMENTÁRIOS DE LOUIS MALLE ABREM É TUDO VERDADE/MOSTRAS ESPECIAIS EM SÃO PAULO E NO RIO
É Tudo Verdade 2009/Mostras Especiais - 14º Festival Internacional de DocumentáriosDe 31 de agosto a 7 de setembro Cinemateca Brasileira - SPSALA BNDESR. Largo Senador Raul Cardoso, 207(210 lugares)De 4 a 12 de setembroInstituto Moreira Salles - RJR. Marquês de São Vicente, 476Tel.: (21) 3284-7400 (113 lugares)Direção: Amir LabakiInformações: (11) 3064-7485 ou http://www.etudoverdade.com.br/
terça-feira, agosto 25, 2009
Cine CHILE
Sexta-feira (28/08) 21h30: 199 Recetas para ser feliz
Sábado (29/08) 21h30: La buena vida
Domingo (30/08) 21h30: Alicia en el País
Segunda-feira (31/08) 21h30: Tony Manero
Terça-feira (01/09) 21h30: El Regalo
Quarta-feira (02/09) 21h30: Malta con huevo
Quinta-feira (03/09) 21h30: El rey de lo huevones
II Festival de Cinema Chileno
Reserva Cultural
Av. Paulista, 900 - São Paulo - SP
Mais informações:
http://www.festivaldecinemachileno.com.br/
Platão vs. Aristóteles (Mirra e Alecrim)
Alecrim disse que seus desvarios eram de ordem aristotélica.
Mas não tinham unidade tal qual o monstro horaciano.
"não há classificação do universo que não seja arbitrária e conjectural" BORGES
" A RAZÃO É MUITO SIMPLES: não sabemos o que é o uiverso" Borges
sábado, agosto 22, 2009
Inventário (by Fabiana Oshiro)
"Aos cinco, uma cicatrizde fogo,
sexta-feira, agosto 21, 2009
O POeta
sexta-feira, agosto 14, 2009
POESIA
Viaja um tempo sem fim
Estamos tão perto beleza
Amor do princípio ao fim
E o tempo que a precisa
Renova a chama, o sim
Viaja tranqüilo e serena
A força do vento em mim
Nem quero saber de careta
Nem posso perder o teu sim
E o som que você levou
Buscas também
E agora mesmo
Vejo luzes, claros corações
O céu é uma lona furada
Estrelas assistem um show
Eu sento na mesma calçada
O vento que não me levou
Parece que vai levar uma canção
Com meus amigos
Tudo em cima
Claros corações"...
terça-feira, agosto 11, 2009
About frustration
PARIS (Reuters) – A Russian woman frustrated at failing to obtain French nationality hurled a ceramic cup at the Mona Lisa but did not damage Leonardo da Vinci's famed portrait, a spokesman for the Louvre Museum said on Tuesday.
The attack happened on August 2 and the unnamed assailant was immediately arrested.
"The woman threw an empty cup at the Mona Lisa, but there was no damage as the cup smashed when it hit the screen protecting the painting," said Louvre spokesman David Madec.
"She was visibly upset," he added, saying she had subsequently undergone psychiatric testing.
The Mona Lisa, which is protected by a bullet-proof screen, is one of the most prized works in the Louvre and was seen by some 8.5 million visitors last year.
The woman had hidden the ceramic cup in a bag and later told police she had been upset because she had not been granted French nationality. She has since been released, but faces legal action from the Louvre.
Other museums in France have had problems.
In 2007, a man broke into the Musee D'Orsay in Paris and punched and damaged a painting by the French impressionist Claude Monet.
In 2008 a Cambodian woman was made to do community service after kissing a painting by American artist Cy Twombly at a gallery in southern France, leaving lipstick on the canvas.
(Reporting by Joseph Tandy, editing by Crispian Balmer)
terça-feira, agosto 04, 2009
REceita de BOLO
Quando se analisa um quadro ou um livro ou qualquer tipo de arte, tem de se levar em conta primeiro se há maniqueísmo na obra e se houver não é arte, ou seja, primeiramente deve haver dialogismo. Acho que em segundo plano vem distinguir o que faz parte do campo simbólico e o que é alegoria e metáfora, mas isso tudo é uma outra história muito complicada de explicar no momento. Então, copiei umas coisas sobre filme que depois vou postar. E o problema da psicanálise vulgar é criar significado pra tudo, ser universal ou totalizante ou qualquer outra coisa, sei lá, ainda não tenho diploma pra falar sobre isso. E por último, "A estética da violencia" não pressupõe o elogio ou a apologia da violencia, isso seria misturar assuntos.
sexta-feira, julho 31, 2009
São Paulo?
" El hombre pone el diñero sobre el mostrador y el boletero empieza a darle el vuelto, mirando como la mujer se frota lentamente la muñeca. No puede saber se sonríe y poco le importa, pero lo mismo le hubiera gustado saber si sonríe detrás de todo ese pelo dorado que le cae sobre la boca"
Maria Exita e Sinésio não gostavam mais de viver em São Paulo. Todo dia a mesma coisa, um Zelador enxerido e mentiroso. Gente sem educação no ônibus e em toda parte. O trabalho era a única coisa que fazia os dois ficarem lá. Acho que eles eram masoquistas. As pessoas naquela cidade mentiam muito Aliás todas mentiam e eles não eram diferentes, só mais calados. Eles se sentiam como que vivendo no interior, onde todo mundo quer saber da vida de todo mundo e onde as janelas espiavam, as paredes tinham ouvido. Não tinham mais paz, nem sarau, nem nada. Maria gostava de flores, das àrvores e falava muito sobre literatura. Sinésio gostava de música e cinema e de Kafka é claro. Eles inclinavam o olhar e tinham a angústia como companheira.
Para Cortázar, Toscana, Norma e Rosa e Café Pilão.
quinta-feira, julho 30, 2009
O ministério da Saúde
Japón
Tierra en trance
O estranho mundo do Audiovisual (HAMBURGER)
Estes filmes não foram feitos pra quem gosta de Harry Porter e ERA do Gelo III
VIVA MEXICO
sábado, julho 25, 2009
SObre cOmo conTAr
sexta-feira, julho 24, 2009
Cinema e Sociedade
E pra quem gosta de Cacoyannis, Rocha, Welles
http://www.ufscar.br/rua/site/?p=1557
é da UFSCAR, é o pesssoal lá manda vê!!!!!!!
e para entender alguns conceitos críticos, a saber, cinema espetáculo, de repertório, etc.....
quarta-feira, julho 22, 2009
CAT POWER
Aqui um exemplo de que ela também "cantava com o público"
A noção de hierarquia, ordem ou algo semelhante atrapalha o julgamento de muita gente. Estamos acostumados com todas as coisas no seu devido lugar, ou seja, se vou a um show, o artista tem de me entreter. Ele está unicamente como uma mercadoria que vai me satisfazer pelo tanto de horas que eu e sua audiência pagamos.
Assim, se ele não estiver no palco entretendo e divertindo como um mono de feria ou como Mick Jagger, não serve, ainda mais se ele, de alguma forma, estiver relacionado com a indústria fonográfica norte americana.
Acontece que ele, neste caso, é ela.
Fazer a performance de palco mais “intimista” - para o usar o jargão – ou cantar quase o show inteiro de lado, prestando atenção em seus músicos, não quer dizer que ela se sinta num ensaio ou que menospreze sua audiência, mas que ela curte a música, gosta do que faz. Se alguém dissesse que as músicas dela são todas iguais ou, ainda, ela soa como se cantasse as mesmas músicas, diria que esta pessoa nunca tomou o devido tempo pra ouvir álbuns como Myra Lee, Cover ou What the community thinks. Temos de nos acostumar com ela antes, aprender um pouco suas manhas, pois afinal, ela é uma Gata.
segunda-feira, julho 20, 2009
Can't help it
Today I passed you on the street
And my heart fell at your feet
I can't help it if I'm still in love with you
Someone else stood by your side
She looked so satisfied
I can't help it
I'm still in love with you
A picture from the past came slowly stealin'
As I brushed your arm and walked so close to you
Then suddenly I got that old-time feelin'
I can't help it
I am still in love with you
It hurts to know another's lips will kiss you
And hold you just the way I used to do
Oh heaven only knows how much I miss you
I can't help it
I'm still in love with you
quarta-feira, julho 15, 2009
O Ministério da Saude adverte
LAKE TAHOE
LUGAR SIN LÍMITES
ÁRIDO MOVIE
TIDE LAND
terça-feira, julho 14, 2009
The CURE
Yeah I know who you remind me of
A girl I think I used to know
Yeah I'd see her when the days got colder
On those days when it felt like snow You know I even think that she stared like you
She used to just stand there and stare
And roll her eyes right up to heaven
And make like I just wasn't there
And she used to fall down a lot
That girl was always falling
Again and again
And I used to sometimes try to catch her
But never even caught her name
And sometimes we would spend the night
Just rolling about on the floor
And I remember even though it felt soft at the time
I always used to wake up sore...
You know I even think that she smiled like you
She used to just stand there and smile
And her eyes would go all sort of far away
And stay like that for quite a while
And I remember she used to fall down a lot
That girl was always falling
Again and again
And I used to sometimes try to catch her
But never even caught her name
Yeah I sometimes even tried to catch her
But never even caught her name
segunda-feira, julho 13, 2009
Muito além do jardim
TRÓPICO DAS CABRAS – OU A UM BOM ENTENDOR
Minha mãe queria que eu tivesse cachinhos e fosse ruiva, nasci com cabelos negros e liso, parecia uma indiazinha. Ando por esses dias de cabeça baixa pois tenho vergonha do que o tempo fez com meu rosto.
Desço do metrô na Vila Maria, depois, a avenida Assis Dardanelos, por umas quadras encontro meus clientes. Minha mãe também queria que eu fosse homem.
Trinta e três anos, era uma puta velha, pior que jogador de futebol, pelo menos eles comiam quem queriam.
Eu ainda tinha vergonha da minha cor e usava bloqueador só pra ficar mais branco. Nem cumprimentava ou falava com os vizinhos por medo. Mamãe dizia pra não conversar com estranhos.
Gostava do calendário chinês que dizia que 2009 era o ano do boi, mas eu era coelho. “Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim”, cantarolou e atravessou o sinal vermelho pra pedestres.
segunda-feira, julho 06, 2009
"Broke" by Modest Mouse
SOund track for losers and suckers and steady-bad-luckers
quinta-feira, julho 02, 2009
Reading for fun (leissure activities) - A respecto del neoliberalismo
Este libro describe la genealogía del neoliberalismo como la construcción de un arma de consenso ideológico y de un instrumental de gestión macroeconómica y de ordenación microeconómica de la empresa y del Estado. Lejos de tratarse de una adaptación natural y de una respuesta técnicamente neutra a las dificultades experimentadas por las economías occidentales y por las estrategias de desarrollo del Sur global tras la crisis de la década de 1970, David Harvey demuestra cómo el neoliberalismo fue una contundente y articulada respuesta política concebida por las clases dominantes globales para disciplinar y restaurar los parámetros de explotación considerados «razonables» tras la onda de luchas que recorrieron el planeta tras la Segunda Guerra Mundial.
lecturas sobre Neoliberalismo
terça-feira, junho 23, 2009
sexta-feira, junho 19, 2009
espero que goste
quarta-feira, junho 17, 2009
Leminsky (Walter Benjamin e todos outros poetas)
quinta-feira, junho 04, 2009
quarta-feira, junho 03, 2009
segunda-feira, junho 01, 2009
A comilança
Tenho medo de cachorros, gatos e crianças. São imprevisíveis, dizia consigo mesmo. A vida parecia uma sucessão de equívocos e cada vez que parava para pensar sentia o vazio. Tenho feito promessas que não irei cumprir. E o mundo girava enquanto se tenta saltar, ou algo que o valha. Tenho medo de esquecer as coisas que ainda fazem sentido pra mim. A noite começava a devorar o sol da tarde para vomitá-lo sobre a terra na aurora. E eu nunca disse uma única palavra verdadeira pra você em toda minha vida. Pensou que aquela hora não haveria problema em caminhar pelo bairro, não haveria nem cacchorros nem gatos nem crianças na rua. Queria passar o tempo e resolveu caminhar até o cemitério, o problema é que há sempre gatos em cemitérios. Imaginava qual seria a causa dessa estranha combinação. Será que era por conta dos ratos ou insetos que roiam os defuntos. Foi assim mesmo. Pensava em Mastroiani, Moreau e naquela moça que contracenava com eles em la Notte, será que Moreau estva morta? e a moça? não importava. Sorriu.
sexta-feira, maio 29, 2009
La Notte
Cais
"Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar"
quarta-feira, maio 27, 2009
O último leitor
Yo no lo puedo negar
Se me sale la babita
Yo no lo puedo evitar
A foto é estranha, em vez de descrevê-la penso em qual seria sua história. Será que a mulher na foto é a dona do caderno? Ou ela seria o motivo pelo qual o caderninho existia? Tinha um nome ao lado da foto, Stella, era o nome da fulana, ou da fotógrafa? Nome da fã que escreveria sobre inspiração da atriz? Era uma atriz sem dúvida naquela foto, pois estava sobre um palco de fundo negro.
Meu atual escritor favorito sempre começa suas histórias com um cadáver, eu começo com um caderno.
terça-feira, maio 26, 2009
Suíte (Bachianas)
Gostaria de pensar nas diferenças, uma vez a viu no restaurante, os lábios estavam roxos do frio, hoje, estavam vermelhos do calor, daquela vez não podia ver seu cabelo por causa do chapéu, agora, entendia suas curvas, percebia seu comprimento, sentia sua textura. O sorriso nos olhos, diferente da fome e do frio que eles passavam antes. Certamente, um minueto.
para Fabio e Ana Oshiro, que gostam de música.
quinta-feira, maio 21, 2009
Do medo de ficar só
terça-feira, maio 12, 2009
CANÇÃO ( Canzo - de Guilhem de Peitieu) trad.Augusto de Campos
Fiz um poema sobre o nada:
Não é de amor nem é de amada,
Não tem saída nem entrada,
Ao encontrá-lo,
Ia dormindo pela estrada
No meu cavalo.
Eu não sei quando fui gerado:
Não sou alegre nem irado,
Não sou falante nem calado,
Nem faço caso,
Aceito tudo que me é dado
Como um acaso.
Não sei quando é que adormeci,
Quando acordei também não vi,
Meu coração quase parti
Com o meu mal,
Mas eu não ligo nem a ti,
Por São Marcial.
Estou doente e vou morrer,
Não sei de quê, ouvi dizer,
A um médico vou recorrer,
Mas não sei qual,
Será bom se me socorrer
E se não, mau.
Tenho uma amiga, mas quem é
Não sei nem ela sabe e até
Nem quero ver, por minha fé,
Pouco me importa
Se há normando ou francês ao pé
Da minha porta.
Eu não a vi e amo a ninguém
Que não me fez nem mal nem bem
E nem me viu. Isso, porém,
Tanto me faz,
Que eu sei de outra, entre cem,
Que vale mais.
Finda a canção, não sei de quem,
Irei passá-la agora a alguém
Que a passará ainda além
A amigo algum,
Que logo a passará também
A qualquer um.
sexta-feira, maio 08, 2009
"Eu queria um castelo sangrento", dissera o comensal gordo
quarta-feira, abril 29, 2009
"Cuidado" Marcabru (tradução Augusto de Campos)
Para doer na lembrança,
Meu verso que não se cansa:
-Cuidado!-
Quem diante do Amor balança
Cansará de andar errado.
A velhice enruga o rosto,
Mas o Amor, sempre disposto,
A todos cobra o seu gosto:
-Cuidado-
Todos pagam esse imposto
Que nunca será quitado.
Amor é como a fagulha
Adormecida na hulha,
Que o fogo desembrulha:
-Cuidado-
Não pode fugir o pulha
Que pelo fogo é fisgado.
Direi do Amor como isca,
Que ora olha e ora pisca,
Ora beija, ora mordisca:
-Cuidado-
Será mais reto que risca
Se eu estiver ao seu lado.
Outrora o Amor era honesto,
Agora é torto e funesto,
É como um gato molesto:
-Cuidado!-
Ou te morde ou lambe, lesto,
Com língua de lixa armado.
Sua lei é traiçoeira,
Toma o mel e deixa a cera,
Só para si pela a pêra:
-Cuidado-
Para tê-lo na coleira
Melhor é vê-lo castrado.
Quem ao falso Amor se ata,
Com o diabo contrata,
Da o dorso à chibata;
-Cuidado!-
Quem muito se esgaravata
Acaba sendo escorchado.
O Amor nada tem de belo,
Mata a gente sem cutelo,
Deus não fez pior flagelo;
-Cuidado!-
Ao fero fará farelo
O Amor, se não for domado.
Amor faz ao modo de égua:
Todo o dia te carrega
E nunca mais te dá trégua;
-Cuidado!-
Que lá vai de légua em légua
Correndo desenfreado.
Eis como o Amor se aparelha:
Ele é cego e olha de esguelha,
Leve língua, atenta orelha;
-Cuidado!-
Morde mais doce que abelha,
Porém custa a ser curado.
Quem de mulheres é amigo
Com razão sofre castigo,
A Escritura diz comigo:
-Cuidado!-
Ficarás ao desabrigo
Se não fores avisado.
Marcabru, de Marcabru’a,
Foi engendrado em tal lua
Que sabe o Amor como atua:
-Cuidado!-
Ainda que do Amor não frua,
Não ame nem seja amado.
segunda-feira, abril 06, 2009
Fourth time around
DYLAN/ YO LA TENGO
"When she said,
"Don't waste your words, they're just lies,"
I cried she was deaf.
And she worked on my face until breaking my eyes,
Then said, "What else you got left?"
It was then that I got up to leave
But she said, "Don't forget,
Everybody must give something back
For something they get."
I stood there and hummed,
I tapped on her drum and asked her how come.
And she buttoned her boot,
And straightened her suit,
Then she said, "Don't get cute."
So I forced my hands in my pockets
And felt with my thumbs,
And gallantly handed her
My very last piece of gum.
She threw me outside,
I stood in the dirt where ev'ryone walked.
And after finding I'd
Forgotten my shirt,
I went back and knocked.
I waited in the hallway, she went to get it,
And I tried to make sense
Out of that picture of you in your wheelchair
That leaned up against . . .
Her Jamaican rum
And when she did come, I asked her for some.
She said, "No, dear."
I said, "Your words aren't clear,
You'd better spit out your gum."
She screamed till her face got so red,
Then she fell on the floor,
And I covered her up and then
Thought I'd go look through her drawer.
And when I was through,
I filled up my shoe, and brought it to you.
And you, you took me in,
You loved me then,
You never wasted time.
And I, I never took much,
I never asked for your crutch,
Now don't ask for mine".
Alfa
Hoje decidi sair. Devia me divertir, fugir do trabalho, da rotina, do mesmo homem e da mesma foda no fim do dia. Acho que não sei o que quero, mas certamente não é isso. Enquanto ela pensa, penteia o cabelo, toma o café e em seguida escova os dentes. Quero fugir, mas antes de sair verifica se o gás está fechado, se há comida suficiente pra Adorno e se sua caixinha ainda é transitável. O sol esquenta a calçada quando ela põe o pé pra fora. Não sente pois o salto é alto. Nunca mais voltar, como se estivesse pegando fogo, queimar até o fim. Adorno se viraria se o idiota não conseguisse tomar conta nem de um gato.
Existe algo que não se define em uma palavra, e uma vontade de me sentir só. Foi muito tempo dedicado aos outros, ou melhor, ao outro, não importa. Agora quero correr, ver o mar ou o mato, mas só, sem ninguém pra me dizer o que sente por mim. Estou longe, e sabe que está longe das respostas. Apesar de não estar mais de uma quadra longe de casa me pergunto se vale a pena. Três quadras depois, se pergunta, se é mais fácil pegar um ônibus na rodoviária, ou um táxi até o aeroporto. Era a única que procurou por ele, e agora se arrepende.
Tanto tempo perdido. Enquanto paga o bilhete se arrepende do que passou. A mulher pergunta se vai pagar a volta, digo que não tem volta.
segunda-feira, março 30, 2009
Tom Courtenay (BY yo la tengo)
Julie Christie, the rumors are true
As the pages turn, my eyes are glued
To the movie star and his sordid life
Mr. X and his old-suffering wife
I spent so much time dreaming about Eleanor Bron
In my room with the curtains drawn
See her in the arms of Paul
Say it, I can say no more
As the music swells somehow stronger from adversity
Our hero finds his inner peace
So now I'm looking for a lucky charm
With a needle hanging out of its arm
As time goes by I know it's gonna happen
I know it's going away
Gonna take its toll, gonna take its toll
Gonna take my time
And I'm thinking about the way things are
And I'm thinking about the way things were
Thinking about Eleanor Bron
And I'm thinking about a lucky charm
And I'm thinking about the needle
Oh, I'm thinking about the needle
And I'm thinking about...
terça-feira, março 24, 2009
segunda-feira, março 23, 2009
domingo, março 22, 2009
sábado, março 21, 2009
domingo, março 08, 2009
sábado, março 07, 2009
Austin Tv (echar de menos)
TE extrañaré y muchas gracias por los consejos, Chaparrita (dicas de filme e música)
quarta-feira, março 04, 2009
Assisti hoje, deveria ter assistido muito antes
Noite dos palhaços mudos
O festival ibero americano de teatro no Memorial está muito legal, a abertura foi com Laerte e hoje tem Nelson Rodrigues
Na USP
Epitaph for my heart
Caution: to prevent electric shock do not remove cover
No user-serviceable parts inside Refer servicing to qualified
service personnel"
Let this be the epitaph for my heart Cupid put too much poison in the dart
This is the epitaph for my heart because it's gone, gone gone
and life goes on and on a non and death goes on, world without end
and you're not my friend Who will mourn the passing of my heart
Will its little droppings climb the pop chart Who'll take its ashes and,
singing, fling them from the top of the Brill Building And life goes on,
and dawn, and dawn and death goes on, world without end and you're
not my friend
quinta-feira, janeiro 22, 2009
History?
VI
WALTER BENJAMIN
Cool kids II
The ocean breathes salty, won't you carry it in?
In your head, in your mouth, in your soul.
And maybe we'll get lucky and we'll both grow old.
Well I don't know. I don't know. I don't know. I hope so.
Well that is that and this is this.
You tell me what you want and I'll tell you what you get.
You get away from me. (You get away from me) You get away from me.
Collected my belongings and I left the jail.
Well thanks for the time, I needed to think a spell.
I had to think awhile. (I had to think awhile) I had to think awhile.
Well that is that and this is this.
Will you tell me what you saw and I'll tell you what you missed,
when the ocean met the sky. (You missed, you missed)
You missed when time and life shook hands and said goodbye. (You missed)
When the earth folded in on itself. (You missed)
And said "Good luck, for your sake I hope heaven and hell (You missed, you missed)
are really there, but I wouldn't hold my breath." (You missed, you missed)
You wasted life, why wouldn't you waste death? (You missed, you missed)
You wasted life, why wouldn't you waste death?
sexta-feira, janeiro 09, 2009
Surplus
by Terry Eagleton
I have spoken so far of literature in terms of form, politics, ideology, consciousness. But all this overlooks a simple fact which is obvious to everyone, and not least to a Marxist. Literature may be an artefact, a product of social consciousness, a world vision; but it is also an industry. Books are not just structures of meaning, they are also commodities produced by publishers and sold on the market at a profit. Drama is not just a collection of literary texts; it is a capitalist business which employ certain men (authors, directors, actors, stagehands) to produce a commodity to be consumed by an audience at a profit. Critics are not just analysts of texts; they are also (usually) academics hired by the state to prepare students ideologically for their functions within capitalist society. Writers are not just transposers of trans-individual mental structures, they are also workers hired by publishing houses to produce commodities which will sell. ‘A writer’, Marx comments in Theories of Surplus Value, ‘is a worker not in so far as he produces ideas, but in so far as he enriches the publisher, in so far as he is working for a wage.’
TERRY EAGLETON