sábado, fevereiro 29, 2020

Bolaño Pizarnik Leminski Symborska



Despreparado para o acidente glorioso
Despreparado para a honra de viver
Às vezes sou mergulhador profissional
Às vezes, turista desajeitado

sábado, fevereiro 15, 2020

Bolaño

Entre verdades narrativas, pálpebras elétricas, poetas ridículos e heroicos vou colhendo as tramas e as líricas de um leitor onívoro e voraz. Amizade e violência, sexo e morte, estética e humor, pessimismo e lirismo se misturam em um tsunami de textos.

...
"entendo que as palavras essenciais,
as que me exprimem, estarão nessas folhas
que não sabem quem sou, não nas que 
escrevo."
Borges

terça-feira, fevereiro 11, 2020

Pizarnik e sua poética

Poema

Tú eliges el lugar de la herida
En donde hablamos nuestro silencio.
Tú haces de mi vida
esta cerimonia demasiado pura.

Alejandra Pizarnik - Los trabajos y las noches - 1965

Poética feita de corpo e de sede. Escrita feita de paciência e resistência. Artifício também feito de sangue, medo, sexo e memória da infância. Memória que incuba recordações e signos que às vezes se precipitam sobre o papel e novamente são trabalhados, (re)significados. Não é uma poética feita apenas de intelecto ou imaginação. Sua poética é do desalento, de sofrer e suportar, poesia ferida no corpo, poética de língua castrada. Sua poética é feita de ausências e palavras que não fazem o amor.  Uma poética de sombras e extraordinários silêncios. Poética de miradas que pulverizam nossos olhos de leitor.

segunda-feira, fevereiro 10, 2020

Silogismo barato;

Silogismo vulgar:

O romance é como o capital
Ambos vivem em crise
desde que eu nasci

Ou o capital é como o romance
Ambos vivem da crise
desde que eu nasci
(Ou desde 1916 segundo as más línguas)

E o capital segue construindo hidro-elétricas
E os pequeno-burgueses seguem escrevendo romances