Reflexos de uma cidade. Ruídos urbanos. Concreto e vidro se misturam por meio de uma trilha sonora feita do ronco dos automóveis, dos helicópteros e aviões que circundam o céu de uma cidade que não pára. A mesma Milão dos anos sessenta será reconhecida mais tarde em São Paulo S/A. E Mastroiani torna-se Walmor Chagas e Jeanne Moreau, Eva Vilma. E esta mulher...
sexta-feira, maio 29, 2009
Cais
"Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar"
quarta-feira, maio 27, 2009
O último leitor
El cariño que te tengo
Yo no lo puedo negar
Se me sale la babita
Yo no lo puedo evitar
Yo no lo puedo negar
Se me sale la babita
Yo no lo puedo evitar
Tristeza rima com beleza, Tenho duas palavras que não saem da minha cabeça, são nomes que ouvi e li recentemente e ficaram no meu subconsciente, ou melhor, meu consciente. Quero contar uma história mas os nomes e as coisas já me narram outra história. As palavras me encantam e me confundem. Os nomes das coisas às vezes me fascinam, digo, nem sempre, mas às vezes, e parecem conter neles mesmos outros tempos, histórias fantásticas.
Tento narrar mas os detalhes me atrapalham, ao mesmo tempo sem eles não consigo contar nem apreender a experiência. Decidi contar a história desse caderno, mas me esqueci de descrever a foto contida em sua página de rosto, pois meu achado se parece mais com um livro a ser escrito do que um caderno.
A foto é estranha, em vez de descrevê-la penso em qual seria sua história. Será que a mulher na foto é a dona do caderno? Ou ela seria o motivo pelo qual o caderninho existia? Tinha um nome ao lado da foto, Stella, era o nome da fulana, ou da fotógrafa? Nome da fã que escreveria sobre inspiração da atriz? Era uma atriz sem dúvida naquela foto, pois estava sobre um palco de fundo negro.
Meu atual escritor favorito sempre começa suas histórias com um cadáver, eu começo com um caderno.
A foto é estranha, em vez de descrevê-la penso em qual seria sua história. Será que a mulher na foto é a dona do caderno? Ou ela seria o motivo pelo qual o caderninho existia? Tinha um nome ao lado da foto, Stella, era o nome da fulana, ou da fotógrafa? Nome da fã que escreveria sobre inspiração da atriz? Era uma atriz sem dúvida naquela foto, pois estava sobre um palco de fundo negro.
Meu atual escritor favorito sempre começa suas histórias com um cadáver, eu começo com um caderno.
terça-feira, maio 26, 2009
Suíte (Bachianas)
Gostaria de pensar nas diferenças, uma vez a viu no restaurante, os lábios estavam roxos do frio, hoje, estavam vermelhos do calor, daquela vez não podia ver seu cabelo por causa do chapéu, agora, entendia suas curvas, percebia seu comprimento, sentia sua textura. O sorriso nos olhos, diferente da fome e do frio que eles passavam antes. Certamente, um minueto.
para Fabio e Ana Oshiro, que gostam de música.
quinta-feira, maio 21, 2009
Do medo de ficar só
Come um doce antes de dormir. Acorda e ainda tem fome, o frio deixa as coisas mais difíceis, cabeças abaixadas, solidão e medo, aliás acho que o ambiente não tem muito que ver com o estado dela. Queria cumprimentá-la, convidá-la prum café ou uma cerveja, adoro cerveja no frio, mas ela só toma àgua. Já disse tudo que sentia, mas ela se afastou, eu a abracei, mas ela acha que havia más intenções, não, o que havia era carinho, agora, só mágoa e frio e fome.
terça-feira, maio 12, 2009
CANÇÃO ( Canzo - de Guilhem de Peitieu) trad.Augusto de Campos
Fiz um poema sobre o nada:
Não é de amor nem é de amada,
Não tem saída nem entrada,
Ao encontrá-lo,
Ia dormindo pela estrada
No meu cavalo.
Eu não sei quando fui gerado:
Não sou alegre nem irado,
Não sou falante nem calado,
Nem faço caso,
Aceito tudo que me é dado
Como um acaso.
Não sei quando é que adormeci,
Quando acordei também não vi,
Meu coração quase parti
Com o meu mal,
Mas eu não ligo nem a ti,
Por São Marcial.
Estou doente e vou morrer,
Não sei de quê, ouvi dizer,
A um médico vou recorrer,
Mas não sei qual,
Será bom se me socorrer
E se não, mau.
Tenho uma amiga, mas quem é
Não sei nem ela sabe e até
Nem quero ver, por minha fé,
Pouco me importa
Se há normando ou francês ao pé
Da minha porta.
Eu não a vi e amo a ninguém
Que não me fez nem mal nem bem
E nem me viu. Isso, porém,
Tanto me faz,
Que eu sei de outra, entre cem,
Que vale mais.
Finda a canção, não sei de quem,
Irei passá-la agora a alguém
Que a passará ainda além
A amigo algum,
Que logo a passará também
A qualquer um.
sexta-feira, maio 08, 2009
"Eu queria um castelo sangrento", dissera o comensal gordo
estvas na zona ou te sonhei? meus amigos partem rindo, nós nos encontraremos outra vez e falaremos sobre Londres, sobre Boniface Perteuil, da Cidade. mas tu, Hélène, terás sido mais uma vez um nome que eu ergo contra o nada, o simulacro que eu invento com palavras enquanto Frau Marta, enquanto a condessa se aproximam e me olham?
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