quarta-feira, julho 27, 2016

Tenho pensado demais?



Será que é culpa da terapia?
Culpa do surto?
Culpa dos anti-psicóticos e dos anti-depressivos?
Será que é culpa da minha solidão?
Dos livros que li? Do livro que estou lendo?
Das canções que escuto?
Controlo sempre minha agressividade
Controlo minha baixa estima
E assim caminho... para onde?
Será que é culpa de meu trabalho?
Será que é culpa da facu?
Será que é apenas minha culpa?

Angústia e Ansiedade em módulos moderáveis mas que incomodam.
Me atrapalham? Ou ainda não sei o que elas são, significam ou se são só rótulos para sentimentos que não sabemos explicar ainda, ou pelo menos, eu não sei explicar ainda? Facebook? Digital world? Internet?


"Há uma coisa que me preocupa, e já o disse muitas vezes. Que, enquanto o vocabulário de uma área particular, de um campo profissional técnico, de um ambiente específico, na agricultura, por exemplo, ou na pecuária — enquanto esses vocabulários específicos possuem uma riqueza enorme, tudo o que um homem pode sentir por outra pessoa resume-se — em todas as línguas que conheço — a meia dúzia de palavras. Algumas positivas, como "amizade", "amor", "ternura", "simpatia", "carinho", e outras tantas negativas. Parece-me muito restrito. Eu tenho quatro filhos, já adultos, e os amo de quatro maneiras diferentes. Há uma variedade imensa do amor, e a língua não reflete essa variedade. É uma limitação esquisita. Talvez devida a uma certa desatenção pelos sentimentos, pelos conteúdos anímicos, em contraste com a refinada atenção dedicada às técnicas da agricultura, da medicina... E às mil maneiras de dar um chute numa bola! E isso porque há um interesse especial. Muitas pessoas gostam de futebol e precisam distinguir os diferentes matizes dessa atividade. E, em contraste, o que uma pessoa sente por outra — e é algo mais difícil, sem dúvida — não desperta tanto interesse. Eu fico muito perplexo com este fato."
Julián Marías

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