segunda-feira, dezembro 19, 2016

Triste de chuva:

(Imagem by Ronim)

Em minha solidão, triste de chuva, penso em Carlos Antonio López,  Francisco Solano, el Coronel Aureliano Buendía, el Comandante Fidel Castro, penso em Che Guevara. Penso em todas as Úrsulas, mães de nosso continente. Penso na solidão e na cumplicidade fraternal. Penso na cumplicidade e na solidão  da sororidade. Penso nos feminicídios. Penso na mãe África. Penso nos analfabetos de nossa América Latina. Penso no abismo incolor do nada e na espiral luminosa do possível. Penso na matéria da memória, em seu tempo  e em sua consciência. Penso na legitimação da violência e na legitimação da barbárie promovida pelo Estado. Penso no conservadorismo da indústria cultural e penso na reificação do ser humano provocada por essa mesma indústria. Penso nos filmes de ação norte-americanos e em débeis heróis inverossímeis, penso na épica distorcida e anacrônica de um mundo artificialmente maniqueísta. Penso nos vídeo games de hoje e no sadismo latente e patente desses jogos além do gozo também sádico de seus jogadores cultivado pelo comportamento de massas. Penso em Cem anos de solidão, penso nas Veias abertas da América Latina e também penso e rumino a Literatura, violência e melancolia. Penso em aprender a recontar essas histórias e outras tantas.   Penso na paixão dos suicidas e na paixão dos que lutam pela terra, na paixão dos que  lutam pela educação, dos que lutam por condições mais dignas de trabalho, penso nos que lutam por condições dignas e liberdade de se amarem. Penso no papel da mídia e de seus deformadores de opinião. Penso em ilusões e desejos. Penso em quem cozinha o banquete da vitória. Penso em Brecht. Penso: entre el deseo y la palabra, un puente insalvable. Penso no consumo no lugar da felicidade. Penso em Esperanza Araiza. Penso em Malinche. Penso em aproveitar melhor a caminhada, penso em mirar, beber e absorver a paisagem, suas cores, seus sabores e seus odores. Penso no Tempo. Penso na estética e na ética. Penso em escrever e ler todos os dias. Penso na competição que gera a falta de solidariedade. Penso nas ilhas de Cuba e do Haití. Penso em fantasias e ficções. Penso em Paula C. Penso em Beatriz,  Benjamin, penso nas crianças desamparadas nas ruas e penso nos órfãos. Penso nas chacinas de negros e pobres nas periferias. Penso em Buenos Aires e leio Alejandra Pizarnik. Penso no México, em meus bons amigos, carnalitos, régios, tapatíos, companheiros de aventuras e de leituras, penso no México todo tempo, em seus heróis e suas canções. Penso em meu pai e penso em minha irmã. Penso em escrever no ar e em recitar poemas. Penso em levantar defuntos e em salvar nossos mortos. Penso em Walter Benjamin. Penso em meus irmãos, penso nos vencidos, e nos que resistem às intempéries das ruas, sobretudo penso em nós, subalternos. Penso no acriançamento das palavras. Penso em  Remedios en la clepsidra secreta de las polillas. Penso em recordar Margarida suas histórias, sua dor e morte, penso em Antonio, Dona Francisca, Manoel e Dona Nazaré. Sinto e penso. Penso que há golpes tão fortes na vida. Penso: seria a solidão um artifício, uma invenção? 

sábado, novembro 26, 2016

El Comandante se fue


"Quando perguntei a um influente jornalista cubano se lá existe liberdade de imprensa, ele deu uma gargalhada e respondeu: "Claro que não". E completou, com naturalidade: "Liberdade de imprensa é apenas um eufemismo burguês. Só um idiota não é capaz de ver que a imprensa está sempre a serviço de que detém o poder. E aqui em Cuba quem detém o poder é o proletariado. Estamos todos os jornalistas cubanos, portanto, a serviço do proletariado".

A ilha - Fernado Moraes

terça-feira, novembro 22, 2016

Do tempo real ao imaginário




"O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar eu o sei; se eu quiser explicá-lo a quem me fizer essa pergunta, já não saberei dizê-lo."
Sto. Agostinho 



"Que coisa mais veloz, mais fugitiva, e mais instável que o tempo? Tão instável, que nenhum poder, nem ainda o divino o pode parar."
Pde. Antonio Vieira

Tempo é plural e polissêmico, é movimento e mudança:
Tempo, estrutura de possibilidades
Tempo, tecido da vida
Tempo intuído porém nunca medido
Tempo preenchido por conteúdo e contado por meio de músicas e histórias 




domingo, novembro 20, 2016

Coronel Aureliano Buendía



El coronel Aureliano Buendía peleaba por Remédios
peleaba por orgullo
peleaba por la soledad
peleaba contra la soledad
peleaba con presagios
peleaba y seguía escribiendo
peleba y escrebía poemas inspirados en Remédios


quinta-feira, novembro 17, 2016

Sonhando com Calvino



Por que ler os clássicos?

Porque ler os clássicos é melhor que não lê-los.

(Da revista Beleléu, R.J.)

terça-feira, novembro 08, 2016

Entre o desejo e a palavra, mil fragmentos.






Tempo... quanto tempo, pois é... quanto tempo... Tomar de volta nosso tempo! Se o tempo é o tecido de nossas vidas, o que fazemos com ele? Ou ele é tecido de nossas vidas e compositor de destinos ao mesmo tempo?
Tomar nosso tempo com os amores e com as dores.
Tomar nosso tempo com os silêncios e ruídos da cidade, de nosso caos meridional. Andar e se perder para conhecer a organização do caos, para perceber a cidade e suas ruas, seus prédios e sua periferia.
Tomar o tempo com os pés, com os olhos, com a pele e as papilas.
Tomar o tempo com as imagens e metáforas da cidade.
Tomar o tempo com as ilusões e alucinações da cidade.
Tomar nosso tempo inaugurando novos sujeitos.
Tomar nosso tempo ouvindo e imaginando transformações.
Tomar nosso tempo suportando o tempo vazio.
Tomar nosso tempo através dos pés.
Tomar nosso tempo pelo meio da ação e da intervenção. Redimir e revolucionar.
Vivências subjetivas e objetivas.
Tomar o tempo subjetivo e social.
Acima de tudo perceber o tempo e viver a experiência temporal. Sem idealização, talvez.

Redenção e revolução, coletiva e subjetiva? Ou perdemos a experiência mas ganhamos velocidade. Tudo mais limpo e prático. Sem tempo pra mim e sem tempo pra vocês? Sem tempo pra nós?

Tomar o tempo e ouvir uma música sonhada pelo vento, sonhada nas ruas e vielas, escrever uma poesia que diga o indizível.

segunda-feira, novembro 07, 2016

3 de enero [1959]



"He dejado el psicoanálisis. No sé por cuánto tiempo. Estoy muy mal. No sé si neurótica, no me importa. Me siento muy pequeña, muy niña. Y me van abandonando todos. Absolutamente todos. Mi soledad, ahora, está hecha de quimeras amorosas, de alucinaciones... Sueño con una infancia que no tuve, y me reveo feliz ―yo, que jamás lo fui―. Cuando salgo de estos ensueños estoy anulada para la realidad externa y actual. Jamás hubo tanta distancia entre mi sueño y mi acción. No salgo, no llamo a nadie. Cumplo una extraña penitencia. Y me duele funestamente el corazón. Tanta soledad. Tanto deseo. Y la familia rondándome, pesándome con su horrible carga de problemas cotidianos. Pero no los veo. Es como si no existieran. Siento, cuando se me acercan, una aproximación de sombras fastidiosas. En verdad, casi todos los seres me fastidian. Quiero llorar. Lo hago. Lloro porque no hay seres mágicos. Mi ser no tiembla ante ningún nombre ni ninguna mirada. Todo es pobre y sin sentido. No digamos que yo soy culpable de ello. No hablemos de culpables.

He pensado en la locura. He llorado rogando al cielo que me permitan enloquecer. No salir nunca de los ensueños. Ésta es mi imagen del paraíso. Por lo demás, no escribo casi nada.



Hay sin embargo, un anhelo de equilibrio. Un anhelo de hacer algo con mi soledad. Una soledad orgullosa, industriosa y fuerte. Es decir: estudiar, escribir y distraerme. Todo esto sola. Indiferente a todo y a todos."

(Alejandra Pizarnik)

Benjamin


Minhas asas estão prontas para o vôo,

Se pudesse, eu retrocederia.

Se ficasse no tempo vivo,

Eu teria menos sorte.

(Gerhard Scholem, Saudação do Anjo)


Mein Flügel ist zum bereit de Schwung,

ich kehrte gern zurück,

denn blieb ich auch lebendige Zeit,

wenig de hätte de ich Glück.

(Gerhard Scholem, ‘VOM DE GRUSS ANGELUS ')

domingo, novembro 06, 2016

Entre fragmentos, entre lamentos.



Entre el deseo y la palabra, um puente insalvable – penso em todos, inspirado principalmente por Pizarnik e Barthes.
O ser cuja essência é compreender é feito de carência e sede? É feito de falta? É ser faltante?
Entre um chorinho e outro, lamentos bem menores que do Valongo.


sexta-feira, novembro 04, 2016

La máquina de la memoria:



Talvez seja difícil escrever sobre o ocorrido na minha língua materna. Talvez esse seja o motivo do título. Fazendo meu caminho de volta pra casa estava pensando no que ocorreu hoje e quando sentei pra escrever sobre os fatos me sai o título em espanhol e juro que também pensei em escrever em inglês pois afinal já havia treinado pela tarde contar essa história sem inibições mas questões na língua ‘global’ que não é a minha materna. Enfim contar ou não contar eis a questão.
Questões não me faltam nesses dias e hoje não foi diferente. Havia saído de uma aula, caminhava até a escola onde normalmente dou aulas de Inglês e fui almoçar pelo caminho onde almoço de costume nesse dia. Fica perto de um grande terminal de ônibus da região. Logo, pelas redondezas há muitos botecos escuros e restaurantes de comida barata. Almoço num desses lugares simples de refeições fartas e preço razoável. Havia pedido algo e já começava a comer a pequena salada de entrada quando vi um senhor negro, maltrapilho e sujo entrar cambaleante pelo salão.
Ele pediu algo no balcão, eu achei que era pinga ou qualquer coisa alcoólica e forte pra beber, que foi negado e logo ele voltou em minha direção. Esse homem parou ao meu lado e me pediu algo que eu imaginava que fosse comida, mas não sei se eu não queria dar minha pequena salada, ou achava absurdo alguém passando fome pedir uma salada de alface com tomate, ou achei que aquele tipo não estivesse com fome, ou realmente não entendia o que pedia. O fato é que eu fiz com que ele repetisse três vezes de uma maneira esdrúxula seu pedido por comida. Em seguida chegou o rapaz das mesas e lhe perguntou mais uma vez o que ele queria e ele disse que lhe traria uma salada num pão.
Enquanto o empregado de mesa buscava seu humilde lanche ele passou pelas minhas costas em direção a mesa de duas mulheres que apenas terminavam seu almoço. Insistentemente e de maneira abrupta, com tom de voz alto, e locução alterada pelo tempo ou pelo álcool começou a pedir os pedaços de carnes que restavam nos pratos das comensais. Uma das clientes se irritou porque enquanto pedia ele quase tocava seu prato que ela ainda tentava comer. Enquanto a outra amiga lhe entregava o pedaço de carne. A mulher um pouco desconcertada mas ao mesmo tempo calma dizia que lhe entregaria um pedaço mas pedia que ele esperasse o garçom que também lhe entregaria algo. Por fim ela também cedeu um pedaço mínimo de seu almoço ao  agressivo senhor pedinte.
Eu confesso que fiquei mal, tive dó e ao mesmo tempo raiva daquele homem. No final o garçom lhe entregou seu parco lanche e  pediu que ele se retirasse. Eu como bom hipócrita fui conferir se o hostil mendigo havia pedido mesmo o que eu achava que houvera. Sim.

Talvez não se possa esperar de alguém que vive, ou sobrevive, ou resiste nas ruas, às intempéries, à sorte e ao léu um pouco de boas maneiras. Gentileza talvez seja somente pra quem tem o que comer ou um lugar razoavelmente seguro pra dormir. 

quinta-feira, novembro 03, 2016

Para Luis Villar



Sampa de gente
Sampa de imagens
Sampa de memórias e de histórias
São tantas cores e dores numa só cidade
No maior organizado caos meridional
Sampa dos pesadelos e sonhos do dia a dia

(Foto by Paula Kz)


quinta-feira, outubro 27, 2016

Variações de um mesmo tema



Preciso enxergar como as crianças

preciso sentir como as mulheres sentem

e ler como um poeta

por que há tanta gente dormindo na rua?

por que tanto pedinte chorando?

por que as pessoas fingem não vê-los?

eles 'moram' na rua mesmo? por que?

sexta-feira, outubro 21, 2016

somos o universo e um grão de areia




a gente é tudo,
a gente é emoção, desespero, sensibilidade, angústia e ódio e o alienígena sem remédio
também somos aquele que está  inspecionado pela medicação, domesticado pela família, dominado pelos amigos, vigilado pela sociedade
somos resignados
somos tudo isso e talvez muito mais


quinta-feira, outubro 20, 2016

Possibilidades


preferimos correr a passear
preferimos discutir a dialogar
preferimos nos mirarmos numa tela a mirar nos olhos
ou fomos doutrinados assim, fomos ensinados assim?
agora nosso dever é desaprender tudo isso
 (A. F.)


"Pensar é estar doente dos olhos"


Como seria dormir e nunca mais acordar?

memórias meridionais de um coração setentrional
tenho ambições
enxergar como as crianças
sentir como uma mulher, ler como um poeta
e sonhar
dormir e nunca mais acordar

quarta-feira, outubro 12, 2016

O que se mistura e o que não existe



Silêncio e reflexão
leitura e escritura

só há agressividade contida
jogos
televisão
e redes sociais

poesia e música
sombra
tristeza
e
amor

quinta-feira, outubro 06, 2016

Blue Nigella ( Nigella Blues)



viver numa bolha? viver numa ilha?
Ou se importar? Se importar com o próximo? Com os próximos?
Com seus arredores e outras redondezas? Por que?

Dias de se animar
dias de se entusiasmar
pequenas epifanias ao pé da Virgem de Guadalupe
histórias passadas e futuras
amigos que se foram
amigos que veem
céu nublado
conexões e conjugações

quarta-feira, outubro 05, 2016

Song of Myself (1892 version)



BY WALT WHITMAN

1
I celebrate myself, and sing myself,
And what I assume you shall assume,
For every atom belonging to me as good belongs to you.

I loafe and invite my soul,
I lean and loafe at my ease observing a spear of summer grass.

My tongue, every atom of my blood, form’d from this soil, this air,
Born here of parents born here from parents the same, and their parents the same,
I, now thirty-seven years old in perfect health begin,
Hoping to cease not till death.

Creeds and schools in abeyance,
Retiring back a while sufficed at what they are, but never forgotten,
I harbor for good or bad, I permit to speak at every hazard,
Nature without check with original energy.

domingo, outubro 02, 2016

quinta-feira, setembro 22, 2016

quarta-feira, setembro 21, 2016

Parcos recursos para uma longa viagem



Gasto o dinheiro que não tenho com comida. Gasto o tempo que não tenho com facebook. Gasto a imaginação que não tenho com o álcool.

terça-feira, setembro 06, 2016

Se melhorar, não aguento



Aprendendo a enxergar, se melhorar não aguento
Sentindo sempre algo estranho e familiar
subindo lombas
Caminhando
Ouvindo
Conversando
O amor é uma larga e longa conversa:
O amor é uma educação contínua que nunca dá certificado ou tem fim
Onde Freud chegou sempre houve um poeta que tinha chegado antes

quinta-feira, agosto 25, 2016

Aliviar as feridas


No cinema
na literatura
na arquitetura
nos museus

Na janela
no facebook
no whatsapp
nas fotos
no instagram

No teatro
nas igrejas
no cemitério

domingo, agosto 14, 2016

Habana?



Se nós somos  cidades e não ilhas
em nossa complexidade  e dependência dos outros,
que cidade sou eu?

Quais são minhas ruas e avenidas
que me levam a becos sem saída?

Onde ficam os parques,
cinemas bons e museus?


Por onde corre meu metrô?

Onde vão parar as avenidas principais?

Onde fica a periferia que batalha e sofre? Que ri e chora e sobrevive?

Onde ficam as baladas?
Onde ficam as bibliotecas?

Onde ficam os teatros?
Onde ficam as melhores feiras livres?

Onde ficam os motéis?
Onde fica o sambódromo?

terça-feira, agosto 09, 2016

Angústias de agosto



Não se ouve o silêncio,
Olhar pela janela já não pode.
(Otimizar o tempo pois tempo é dinheiro)

Já domesticaram nossa maneira de olhar
e nossa maneira de sentir,

colonizaram nossos sonhos,

e treinaram nosso toque.

Só nos resta caminhar
caminhar conforme as regras

e dançar conforme o ruído.

Metaforas



P.

Perderme y encontrarme
en tu geografía
 Perderme y encontrarme
en tus textos
Navegar
por tus historias y periplos

A.

domingo, agosto 07, 2016

Pacto honrado com a solidão


Consuma
Beba
Compartilhe
Estude
Trabalhe
Vença
Malhe
Faça Inglês
Seja feliz
Lute
Faça muito sexo
Cace Pokemons
Mas não fume!

LOS PRIVILEGIOS DE LA SOLEDAD


La soledad que selecciona recuerdos,
cambios, calamidades y nostalgia.
La soledad es una burla inaudita
una máquina de ilusión
es o quizás son fingidas desventuras de nuestros seres imaginarios
vicisitudes de personajes hermeticos
en un teatro donde todos quieren hablar
incluso la audiencia
donde nadie se escucha

quarta-feira, julho 27, 2016

Tenho pensado demais?



Será que é culpa da terapia?
Culpa do surto?
Culpa dos anti-psicóticos e dos anti-depressivos?
Será que é culpa da minha solidão?
Dos livros que li? Do livro que estou lendo?
Das canções que escuto?
Controlo sempre minha agressividade
Controlo minha baixa estima
E assim caminho... para onde?
Será que é culpa de meu trabalho?
Será que é culpa da facu?
Será que é apenas minha culpa?

Angústia e Ansiedade em módulos moderáveis mas que incomodam.
Me atrapalham? Ou ainda não sei o que elas são, significam ou se são só rótulos para sentimentos que não sabemos explicar ainda, ou pelo menos, eu não sei explicar ainda? Facebook? Digital world? Internet?


"Há uma coisa que me preocupa, e já o disse muitas vezes. Que, enquanto o vocabulário de uma área particular, de um campo profissional técnico, de um ambiente específico, na agricultura, por exemplo, ou na pecuária — enquanto esses vocabulários específicos possuem uma riqueza enorme, tudo o que um homem pode sentir por outra pessoa resume-se — em todas as línguas que conheço — a meia dúzia de palavras. Algumas positivas, como "amizade", "amor", "ternura", "simpatia", "carinho", e outras tantas negativas. Parece-me muito restrito. Eu tenho quatro filhos, já adultos, e os amo de quatro maneiras diferentes. Há uma variedade imensa do amor, e a língua não reflete essa variedade. É uma limitação esquisita. Talvez devida a uma certa desatenção pelos sentimentos, pelos conteúdos anímicos, em contraste com a refinada atenção dedicada às técnicas da agricultura, da medicina... E às mil maneiras de dar um chute numa bola! E isso porque há um interesse especial. Muitas pessoas gostam de futebol e precisam distinguir os diferentes matizes dessa atividade. E, em contraste, o que uma pessoa sente por outra — e é algo mais difícil, sem dúvida — não desperta tanto interesse. Eu fico muito perplexo com este fato."
Julián Marías

terça-feira, julho 19, 2016

sexta-feira, julho 15, 2016

Miramar (Versos robados)




Mi corazón se me abrió
en un delírio sin pudor

La soledad que yo llevaba desde hace mucho
en un estanco inviolable de mi pecho
ahora tiene pareja

(Alcides + Gabo)

segunda-feira, julho 11, 2016

Coração batendo


Qual é a coisa mais importante do mundo? Qual é a coisa mais importante para a pessoa como indivíduo? E o que é o amor?


A coisa mais importante do mundo é o eu e o Outro ao mesmo tempo, ou seja, voltarei a este tema nas próximas semanas mas acredito que a coisa mais importante no mundo e que resolveria muitos de nossos problemas atuais e crônicos seria amarmos ao próximo como a nós mesmos. O mais importante para a pessoa como indivíduo é crescer e desenvolver-se em seus valores humanos. Por fim, o amor é uma das invenções mais importantes ou talvez uma das habilidades mais cruciais da humanidade, quiça seja uma utopia, um verbo impossível de realizar-se? sei lá...
Soa muito cristão mas creio que seja assim. 

domingo, julho 10, 2016

Busca:



Onde se esconde a poesia?

Se esconde no corpo de Paula,
nos olhos curiosos de Cacá.
Se esconde na janela de meu quarto.
A poesia se esconde num passeio de bici
nas tardes de outono,
no Ibirapuera sobre a sombra de uma árvore.

Se esconde em Cien años de soledad.

quinta-feira, junho 30, 2016

Os quereres.


Queria ter uma máquina da memória para me lembrar de todos os momentos em que você esteve sobre mim, nua, crua, estonteante.

Queria ter te conhecido antes. Queria ter te levado pra Tenochtitlán antes dos espanhóis chegarem.

Queria ter visto Modigliani te pintando e te coberto com meu corpo ao final de cada sessão.




"Em arte só os preguiçosos são capazes de fazer alguma coisa"




Se a linguagem for órfã da verdade
Quem elabora nossas narrativas?
Quem a elabora na biblioteca?
Quem a elabora na sala de terapia?
Quem a elabora na sala de aula?
Quem a elabora no manicômio?
Quem a reescreve nos muros?



Vazio de ser:

Faltante
desejante
a vida toda em três linhas.


Percurso

Humildemente vaidoso
a vaidade de um asceta
a vaidade de um abstêmio.  

(Alcides Ferreira)

sábado, junho 04, 2016

Só palavras


P. na palma das minhas mãos, na minha boca, nos meus dedos, no meu peito e sobre mim. Quantos cheiros, quantos abraços, quantas pernas, meu Deus: para que tanta perna, meu Deus? -  pergunta o meu coração, mas meus olhos, meus olhos não perguntam nada.

sexta-feira, maio 27, 2016

segunda-feira, maio 23, 2016

domingo, maio 22, 2016

MASP - Modigliani


“Rome is not outside me, but inside me.. Her feverish sweetness, her tragic countryside, her own beauty and harmony, all these are mine, for my thought and my work.”

sexta-feira, maio 20, 2016

Empezar por Buenos Aires?


Ando medio Manzanero...



"Cuando camino por la calle
y del brazo vas conmigo,
me vuelves loco,
y cuando siento el sonido de tu risa
que me vende tu alegría,
me vuelves loco."

quarta-feira, maio 18, 2016

Self reflection? (I'm really not against technology)

What for?

We are customizing our lives. No time for having a good time and real conversations with our firends and our beloved ones.

Angústia



"El desierto crece: ¡ay de aquel que dentro de sí cobija desiertos!"
Nietzsche

Ser faltante. Um projeto infinito enquanto duro. "Um ser cujo ser consiste em compreender?" Um ser criativo ou curioso? Um sonhador generoso e atencioso, porém sempre ansioso e desajeitado. Idealista logo pouco prático. Frívolo  e leviano em relação a alguns assuntos.

terça-feira, maio 17, 2016

Why pleasure makes me feel guilty?



Because I'm too old for that. I was suppose to have more duties and headaches. I'm supposed to have more bills to pay and children to feed, to raise, and care. Learning more about human nature? Or not having anytime to learn about anything?
Why we go on?
Is this whole thing just a game?
Is it just a trip?
Are we living under pressure of social constructions, only?
Cronópio? Ou Fama? Blending Famas e Cronópios?
Is it just a bunch of stories?

segunda-feira, maio 16, 2016

Know yourself

... what we want, how we feel and why we react as we do...
(Tina en la azotea - Edward Weston)

segunda-feira, maio 09, 2016

Paula C.

Queria escrever a canção mais bonita pra vc, pro seu corpo, sua alma, sua inteligência, pro seu sorriso pra tuas coxas, pra sua risada, pro teus seios... mas nasci numa nação que fala português...então vai ser mais difícil...

domingo, maio 01, 2016

Constantly talking isn't necessarily communicating, is it?



Why do I fall in love with every woman I see who shows me the least bit of attention?


I dreamt about you last night but...

Constantly facebooking isn't necessarily communicating. I feel isolated: Connected, but alone? I share therefore I am, really? No one is listening to me, isn't it? We are losing our touch, building a desert, perhaps. Love and sex must not belong together: Keep up smilling cause when you're smilling the whole world smiles with you.

sábado, abril 30, 2016

Agatologia ( Me deixas louco )



Y sobre todo mirarte con inocencia
y sobre todo mirarte con cuiriosidad a la vez
Eres hecha de azul
Me gustaría vivir en tu azul
vivir en tus pechos
en tus nalgas
vivir en tu boca y en tus oidos
vivir en tu cuello, en tu cintura, en tus espaldas
vivir entre tus piernas
los sonidos llenarianse de  espacios
las soledades serían pobladas

sexta-feira, abril 29, 2016

Harmoniuos disagreement ( I dreamt about you last night)



Harmoniuos disagreement:

We are not just brains, we are also boddies, when I woke up this evening The first feeling I had was one of solitude. Then I sat in front of a laptop screen and I started to watch some videos and lectures on youtube. After that, cause I couldn't stop thinking of what we did last night I felt empty again. This is not because I feel something bad about last night but quite the contrary, I feel like that feelling of last night won't come back so soon, nor if it's gonna happen again. I feel empty and grim cause it feels like I've taken a part in  this great act of love, this magical moment, this mystical event that will take some time to happen again, if it ever happens... One can have the so called spiritual moment without believing in the spirit, a great contemporary philosopher says. I wish I could have the guts to send you this message. I also feel empity cause I'm not gonna see you tonight, besides I have let you down I guess cause we had a business appointment that I missed, and I know that this appointment means a lot to you.

Changing the topic: you are so beautiful and the charm in the way you hide is... I couldn't stop thinking of you today so I decided to make a list of songs named after you.  Accidentaly I mean, making that list I came a cross a band called Cigarettes after sex, and their songs are so mellow... so mellow like your voice, like your smile, like your mouth and your breasts...

Coming back to what I recall from last night your boddy is poetry, the best one ever written, then I feel like reading you more, trying you more, listening to you more, I can't help it...I wasn't expecting so much joy in one night I guess...The problem perhaps is that I'll never know what really meant to you last night...By the way, you're gorgeous.

quinta-feira, abril 28, 2016

Sólo que el silencio no existe



"Existe apenas um único assunto filosófico realmente sério: o suicídio."
Albert Camus
Si no puedo definir razones plausibles para algo no quiere decir que no lo puedo pensar, o sea, el suicidio de alguien que queríamos mucho, el suicidio de un conocido o de alguien que vagamente conocíamos, o el suicidio de alguien que apenas conocemos su última historia, por ejemplo, ¿por qué a las personas les gustan encontrar razones,
explicaciones, motivos? Creo que buscamos eso para confortarnos, no tiene nada que ver con el cariño que sentíamos por la persona que se fue, sin cartas, sin notas, sin explicaciones... ¿Por qué necesitamos dar sentido a algo que no tiene sentido, como la vida o la muerte y el suicidio?
¿Todo lo que nos excede o que interrumpe nuestro cotidiano y lo familiar nos aterroriza? 
¿Todo lo que interrumpe nuestra linealidad nos infunde miedo?

segunda-feira, abril 25, 2016

On mental distress

(...)
"And likewise, for survivors of distress and adversity, that we remember we don't have to live our lives forever defined by the damaging things that have happened to us. We are unique. We are irreplaceable. What lies within us can never be truly colonized, contorted, or taken away. The light never goes out. As a very wonderful doctor once said to me, "Don't tell me what other people have told you about yourself. Tell me about you."

Eleanor Longden

domingo, abril 24, 2016

Marisas e montes

Ando meio Marisa Monte... sempre ando meio marisa... meio leve, meio mar, meio monte, meio brisa, meio mirando abismos... enamorado del viento...

sábado, abril 23, 2016

You were right Ju, it is not about fishing.


"It is remarkable that many men will go with eagerness to Walden Pond in the winter to fish for pickerel and yet not seem to care for the landscape. Of course it cannot be merely for the pickerel they may catch; there is some adventure in it; but any love of nature which they may feel is certainly very slight and indefinite. They call it going a-fishing, and so indeed it is, though perchance, their natures know better. Now I go a-fishing and a-hunting every day, but omit the fish and the game, which are the least important part. I have learned to do without them. They were indispensable only as long as I was a boy. I am encouraged when I see a dozen villagers drawn to Walden Pond to spend a day in fishing through the ice, and suspect that I have more fellows than I knew, but I am disappointed and surprised to find that they lay so much stress on the fish which they catch or fail to catch, and on nothing else, as if there were nothing else to be caught."



Thoreau’s Journal, January 26, 1853

Happily sad


We live on an unstable ground therefore we must accept this. "What need is there to weep over parts of life? The whole of it calls for tears."said Seneca. This quote fits perfectly to this Friday. I came to realize that is quite interesting when you find people who embrace sadness like you, today, for instance, I’ve been to Tim Burton’s exhibition then I realized that a genius like him also suffers and is aware of our  precarious life.  I also went there with a distinguished friend, I assume, which I happened to admire and feel a great intellectual affinity. She also shared some of her melancholy towards life in tiny little drops, I might say.
I guess is really hard to share intimacy with someone you have barely met. It sounds nice that she relies on me to talk about herself and her troubles. Besides, she doesn’t think life is simple like most people do. I guess confessions mean friendship. Of course it was not just about sadness or grief, our friendly and accidental date was also about sharing great stories and getting to know more each other and learning more about our inner selves. I think I also learned something about her different perspectives on Tim Burton’s art. I felt so excited that I had to drop some lines down about  this perfect day which is gone now.

My friend P. also took some notes of the exhibition and copied some of Tim Burton’s sketches and drawings. They are awesome and now they are all in my little notebook. The one that A. gave me and I took to  the beach on new years eve. In this little notebook I’ve been assembling some thoughts and jotting down some notes about reading La vida breve. Those drawings and sketches made me  guess she is also quite kind and gifted. I’m also really thankful and grateful for her help. I mean, her company itself helps me put some things in perspective, hopefully. All in all, the whole life is bittersweet because it is temporal and ephemerous perhaps. 

quinta-feira, abril 21, 2016

Lo que no existe


El lenguaje y la escritura, a la vez, son dispositivos del orden? Aún me gustan las literaturas y sus distintos colores. Me gustan las novelas, los cuentos y la poesía porque de alguna manera además de las mentiras e ilusiones que cuentan desestabilizan el orden de un mundo que no tiene mucho sentido. Una sociedad que toma como natural construcciones sociales  que son vistas como inmutables. Por eso también me gustan las canciones, principalmente las canciones que desestabilizan el orden corriente, que nos hacen imaginar mundos posibles, amores posibles, ensueños fantásticos, noches y días mejores. Además las canciones, como la literatura, llenan el vacio, el silencio, poblando nuestras soledades existenciales. Iba me olvidando de las artes plásticas, pues, un campo con el cual estoy poco familiarizado, además de las artes escénicas con las cuales sigo poco familiarizado todavía. Todo que desestabiliza el orden me interesa. Sobremanera la locura y el suicidio y la poesía. Las distintas formas de resistencia me interesan, el coro de los descontentes, las personas que encuentran sentido donde no hay. Todo eso me interesa, nuestras precariedades como seres humanos, el dolor, el duelo, la risa, el amor, las pasiones y el llanto.
Todo surge a partir de las charlas con Paula C., Paula E. y con Cristina D., a partir  de la filosofía, las clases sobre la heterogeneidad de la las literaturas hispanoamericanas, las reflexiones de la profe Ana Cecilia Olmos y la poesía. Además de la lectura de El Reino de este mundo de Carpentier. Pues leyendo a Pizarnik me dieron ganas de escribir eso lo que dije arriba:

6                                                                    
ella se desnuda en el paraíso
de su memoria
ella desconoce el feroz destino
de sus visiones
ella tiene miedo de no saber nombrar
lo que no existe. (p. 108)


7
salta con la camisa en llamas
de estrella a estrella
de sombra en sombra.
Muere de muerte lejana
la que ama el viento. (p. 109)

domingo, abril 17, 2016

O CORO DOS DESCONTENTES


O dia amanheceu lindo e ensolarado numa das maiores cidades em algum lugar do  hemisfério sul  cujo nome não me lembro. Num domingo qualquer no qual os deputados de uma república sul americana, creio,  resolveram votar o impeachment ou não de uma presidenta sul americana. Os nobres e excelentíssimos senhores e senhoras do congresso desse país resolveram filantrópicamente passar um fim de semana na capital desse país para resolver  problemas 
mais urgentes dessa nação. Tudo será transmitido pela Tv mais assistida do país onde poucos cultivam o hábito de ler. Ou quando leem também não gostam de buscar alternativas e basicamente leem três ou quatro diferentes fontes de informação que não parecem ser tão distintas entre si no fim das contas.

Moradores e telespectadores nessa cidade que costumam amanhecer assistindo esportes e música nessa popular rede de Tv iniciaram seu dia assistindo o canal alternativo e a cabo da mesma emissora. Indagados sobre a mudança de hábito eles dizem que o assunto e a comoção é de final de copa do mundo. Será? Talvez. Pra muita gente só há duas possibilidades em jogo. Embora creio que para um grande número de cidadãos que está confuso com a dita polarização do país essa comoção não seja tão contagiante assim. Estes sujeitos que não se deixam envolver pelos dois coros quase hegemônicos, se é que se possa dizer isso, insistem em ter dúvidas. Claro que os mesmo sujeitos cheio de dúvidas gozam de privilégios nessa mesma sociedade, ainda que poucos, privilégios que em algum país do hemisfério norte passaria como direitos inclusive. Ou seja, os desconfiados gozam numa zona de conforto que talvez não seja alterada a curto prazo. Por isso eles têm tempo pra pensar e duvidar da comoção geral e contagiosa.

De certa maneira no meio dessa polarização os desconfiados em questão afinam o coro dos descontentes.  Será que eles são os únicos otimistas? Ou os mais pessimistas? Talvez os mais realistas?

Cultivando desertos (Benvindo ao deserto do real)



3 de enero, 1959


(...)"Quiero llorar. Lo hago. Lloro porque no hay seres mágicos."(...)
(Pizarnik)

Connected, but alone?

I share therefore I am.

No one is listening to me.

We are losing our touch, building a desert.


Sinto necessidade de compartilhar. Uma urgência. Creio que agora começo a entender tanta gente conectada aos seus smartphones no metrô e no ônibus em meu trajeto a caminho do trabalho e na minha volta pra casa. Passo horas enfrente a tela do computador geralmente no facebook. Lendo algumas coisas, olhando fotos, ou simplesmente rolando a barra de visualização pra cima ou pra baixo. No melhor dos casos, quando me sinto mais ativo e confortável é quando eu posto músicas que estão na minha cabeça ou quando subo trechos de textos que estou lendo ou poesias que vem a minha mente. 

Talvez isso não seja ruim. Embora tenha mudado radicalmente até meu jeito de ler os textos, a literatura, e acredito que até em certa medida a maneira de escutar música ou assistir um filme, um doc, ou um vídeo no youtube.

Há muito tempo temos a necessidade de sermos ouvidos. A parafernália, a tecnologia e as redes sociais  de hoje nos dão esta ilusão. Ilusão que estamos sendo ouvidos por tanta gente. Ou até mesmo a ilusão de companhia no trânsito e nos caminhos de nosso dia a dia. A ilusão de que estamos ganhando tempo. De que estamos realmente nos importando com nossos colegas ou nossa família. Tenho várias questões sobre o assunto. Gostaria de conversar com alguém. Gostaria de ser ouvido. Gostaria de ouvir. Embora tenho quase certeza que estamos perdendo cada vez mais o contato e as oportunidades de estabelecer conversas mais duradouras e frutíferas, contatos mais significativos e mais longos. Estamos perdendo o contato e criando desertos. Estamos perdendo o contato e criando desertos pois conectar-se online não é necessariamente estabelecer contatos significativos.

segunda-feira, abril 11, 2016

Perder tempo?



O que é perder o tempo? Afinal de quem é nosso tempo? Do trabalho? Do patrão? Dos estudos? Tanta coisa pra ser feita mas eu busco ideias, contatos, inspiração, força pra seguir meu caminho. No meio de tanta obrigação eu estou sempre procurando a tangente. Sigo lendo a Pizarnik: tangente dessa vida sem sentido, seus diários, seus poemas. Ganhei de C. um PDF da prosa de Pizarnik ainda intacto. Comecei a ler El reino de este mundo de Carpentier, maravilhoso. No entanto, não tenho ritmo e disciplina nem pras coisas que realmente me importam. Consegui diminuir o tempo nos botecos. Agora o objetivo é diminuir o tempo na rede social.