quinta-feira, outubro 28, 2010

bye bye São Paulo, vamos pra Minas!

Força do Vento

(Lô Borges)

Pela fresta desta janela
Ouvi o vento
E te rouba do meu leito
Sem ao menos me dizer
Para onde vai te levar

Quem se apossa assim tão fácil
É, não vai muito além
Pois na força da manhã
Posso ser muito valente
Prá vencer o espaço e te achar

Adormece o tempo
Que a fada te jurou
Fere o dedo no teu sonho
Se assusta com o meu beijo
E acorda a tempo
De saber que ainda eu sou teu rei
Vale mais a força do pensamento
Quem se apossa assim tão fácil...

If You See Her, Say Hello (Bob Dylan)



Intro
A-V G-III A-V G-III D

D -----0-------
A -024---------



D G D A D
If you see her say hello, she might be in Tangier
G D C A
She left here last early spring, is living there I hear
Bm G D G
Say for me that I'm all right, though things get kind of slow
Bm D G D
She might think that I've for gotten her, don't tell her it isn't so

D G D A D
We had a falling out, like lovers often will
G D C A
And to think of how she left that night, it still brings me a chill
Bm G D G
And though our sepa rat ion, it pierced me to the heart
Bm D G D
She still lives in side of me, we've never been a part

D G D A D
If you get close to her, kiss her once for me
G D C A
I always have re spected her, for doin' what she did and gettin free
Bm G D G
What ever makes her happy , I won't stand in the way
Bm D G D
Tho' the bitter taste still lingers on from the night I tried to make her st
ay

D G D A D
I see a lot of people, as I make the rounds
G D C A
And I hear her name here and there as I go from town to town
Bm G D G
And I've never gotten used to it, I've just learned to turn it off
Bm D G D
Maybe I'm too sensitive, or else I'm gettin soft

D G D A D
Sundown, yellow moon, I replay the past
G D C A
I know every scene by heart, it all went by so fast
Bm G D G
If she's goin' back this way, I'm not that hard to find
Bm D G D
Tell her she can look me up if she's got the time


Photograph: Burroughs 1988

quarta-feira, outubro 27, 2010

Sobre as intermitências da morte (ou sobre os sujeitos)


"Pisa o lixo das ruas, ladeia os caixotes virados, debaixo dos pés rangem vidros partidos, só faltou que tivessem atirado os velhos pelas janelas com o manequim, não é assim tão grande a diferença, a partir de certa idade nem nos governa a cabeça nem as pernas sabem aonde hão de levar-nos, no fim somos como as criancinhas, inermes, mas a mãe está morta, não podemos voltar a ela, ao princípio, àquele nada que esteve antes do princípio, o nada é verdade que existe, é o antes, não é depois de mortos que entramos no nada, do nada, sim, viemos, foi pelo não ser que começamos, e mortos, quando o estivermos, seremos dispersos, sem consciência mas existindo. Todos tivemos pai e mãe, mas somos filhos do acaso e da necessidade, seja o que for que esta frase signifique, pensou-a Ricardo Reis, ele que a explique".
O ano da morte de Ricardo Reis
SARAMAGO

Hoje na sala de aula se falou sobre Los funerales de la mamá grande mas eu perdi, tampouco havia lido, sequer estou matriculado nessa matéria mas fiquei pensando sobre o sujeito Gabriel Garcia Marques, nosotros, Kirchner, Monsivais, Saramago e Margarida.

http://www.pagina12.com.ar/diario/ultimas/index.html

domingo, outubro 24, 2010

Havana

I don't wanna get over you (Magnetic fields)

I don't wanna get over you
I guess I could take a sleeping pill
And sleep at will, and not have to go through what I go through
I guess I could take Prozac, right
And just smile all night at somebody new
Somebody not too bright
But sweet and kind
Who would try to get you off my mind
I could leave this agony behind
Which is just what I'd do, if I wanted to
But I don't wanna get over you
Cause I don't wanna get over love
I could listen to my therapist
Pretend you don't exist
And not have to dream of what I dream of
I could listen to all my friends
And go out again, and pretend it's enough
Or I could make a career of being blue
I could dress in black and read Camus
Smoke clove cigarettes and drink vermouth
Like I was 17, that would be a scream
But I don't wanna get over you

sábado, outubro 23, 2010

Mistakes (Tidersticks)



Erreurs
Je sais que je les porterai toute ma vie
Mes erreurs
Comme de celle
Tu sais laquelle
Quand on a coupé mes cordes
Je me suis envolée ailleurs
On a coupé mes cordes
Et je ne redescendais pas

Mistakes I’ve made
I know I’ll live with them all my life
Mistakes I’ve made
Like the one
You know the one
When I had my strings cut
I went flying around
And I had my strings cut
I wasn’t coming down

These days I’m only happy when I cannot move
These days I’m only happy when I’m tied down
Next to you
Not with my strings cut
When I’m flying around
Not with my strings cut
When I’m not coming down

Mistakes I’ve made
I know I’ll live with them all my life
Mistakes I’ve made
Like the one
You know the one
And I had my strings cut
I went flying around
And I had my strings cut
I wasn’t coming down

sexta-feira, outubro 22, 2010

Milagres, sentidos, absurdos, etc


preparação para a morte

A vida é um milagre.
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor é um milagre.
Cada passáro,
Com sua plumagem, seu vôo, seu canto,
Cada passáro é um milagre.
O espaço, infinito,
O espaço é um milagre.
O tempo, infinito,
O tempo é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.
Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
- Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres.


BANDEIRA

para William (onde quer que você esteja)


KLEE AROUND THE FISH

quinta-feira, outubro 21, 2010

Eles não usam black tie (aconteceu em 2008) Illusio Illudo




Sábado, Novembro 01, 2008
Cidade Limpa


As invasões bárbaras

“Não é preciso dizer que uma civilização que deixa insatisfeito um número tão grande de seus participantes e os impulsiona à revolta, não tem nem merece a perspectiva de uma existência duradoura”.

A bienal de São Paulo tinha um espaço vazio, até que uns vândalos, invadiram o local e colocaram stickers, depois outros vieram e picharam paredes e parapeitois. Poderiam ser considerados vândalos ou barbáros esses grupos que expressaram suas idéias num espaço aberto à exposição e celebração das artes plásticas?

Difícil discutir estética, arte ou política hoje, sem pensar nas relações de propriedade. Assim a manifestação de um grupo de jovens diante do vazio da bienal seria autenticamente o que a tradição e o academicismo já chamou de arte? Esse mesmo tipo de manifestação ocorre todos os dias de maneira subreptícia por toda cidade de São Paulo.

A arte é só aquilo que está domesticado pelos museus?

Interessante é notar que essas pichações polulam os pontos mais movimentados, estão em avenidas e ruas das ilhas financeiras, geralmente aparecem em imóveis abandonados, ou seja, prédios cercados de especulação financeira por todos os lados.

Segundo uma velha perspectiva a propriedade privada é roubo, o que seria então uma propriedade privada e improdutiva?

Porém, a perspectiva hegemônica a trata como algo sagrado,ou melhor, principio do estado de direito. Logo, sua invasão constitui crime. Assim os garotos teriam cometido um grave crime, considerado como invasão e destruição de propriedade. Embora o prédio em questão promova a arte. Embora esse mesmo lugar que celebra a arte reserve um espaço vazio com uma proposta de nos fazer refletir sobre a arte.

Acho que a arte se tornou protocolar, ou light como disse Frederick Jameson, em todos os âmbitos, inclusive no campo das artes plásticas. Sobre a citação acima, não foi Marx, tampouco Engels, não foi Bakunin, nem Lenin ou Trotsky, muito menos Che , mas Freud

O cinismo da nossa sociedade pós moderana, pós capital, pós humana, não diz que o problema é de tolerância? por que não toleram a arte desses grupos, seria porque certos pricípios seriam invioláveis mesmo perante a arte?

Cara estranho (Los hermanos) pro Luis - meu regio favorito - jajaja!


(afinação D# - 1/2 tom abaixo - Fm)

(intro 2x) F#m C#7

F#m C#7 F#m A#º
Olha só, que cara estranho que chegou,
Bm E
parece não achar lugar,
F#m C#7
no corpo em que Deus lhe encarnou.
F#m C#7
Tropeça a cada quarteirão,
F#m A#º
não mede a força que já tem,
Bm E
exibe à frente um coração,
F#m C#7
que não divide com ninguém.

D#º D
Tem tudo sempre às suas mãos,
A A#º
mas leva a cruz um pouco além,
Bm E
talhando feito um artesão,
F#m C#7
a imagem de um rapaz de bem.

F#m C#7 F#m A#º
Olha ali, quem tá pedindo aprovação,
Bm E
não sabe nem pra onde ir,
F#m C#7
se alguém não aponta a direção.

F#m C#7
Periga nunca se encontrar,
F#m A#º
será que ele vai perceber,
Bm E
que foge sempre do lugar,
F#m C#7
deixando o ódio se esconder.

D#º D
Talvez se nunca mais tentar
A A#º
viver o cara da tv
Bm E
que vence a briga sem suar
F#m C#7
e ganha aplausos sem querer.

( F#m C#7 ) (3x)
( F#m A#º )

D
Faz parte desse jogo,

Bb G
dizer ao mundo todo,
Gº Bm (riff 1)
que só conhece o seu quinhão ruim.

(riff 1)
E |------------------|
D |------------------|
G |------------------|
B |------------------|
A |--0-2-4-5-4-2-0---|
E |------------------|

Em
É simples desse jeito,
A#º
quando se encolhe o peito
D G F#m
e finge não haver competição.
Em A
É a solução
Em A G
de quem não quer perder aquilo que já tem
F# Bm F#
e fecha a mão pro que há de vir.
Bm F#
Ia, ia ia

(ponte)
( Bm F# ) (3x)
( Bm D#º )
( Em A ) (3x)
( Bm F# ) (4x) Bm

E |------------------------------------------------------|
D |-------------------------------------------10-10b12r10|
G |--9h12-9h11-9---------------9h12-9h11-----------------|
B |--------------9-12-11--9-7------------9-12------------|
A |------------------------------------------------------|
E |------------------------------------------------------|

E |------------------------------------------------------|
D |-----------------------------------10-----------------|
G |--9h12-9h11-9---------------9h12-9-------11------9----|
B |--------------9-12-11--9-7----------------------------|
A |------------------------------------------------------|
E |------------------------------------------------------|

E |------------------------------------------------------|
B |---------10-------------------------10----------------|
G |--9h12-9-------11-----9------9h12-9-------11-----9----|
D |------------------------------------------------------|
A |------------------------------------------------------|
E |------------------------------------------------------|

E |------------------------------------------------------|
B |------------------------------------------------------|
G |--9h11-9h11-9h11-9------------------------------------|
D |-------------------9^^^^-----------------------------|
A |------------------------------------------------------|
E |------------------------------------------------------|

D
Faz parte desse jogo,
Bb G
dizer ao mundo todo,
Gº Bm (riff 1)
que só conhece o seu quinhão ruim.

(riff 1)
E |------------------|
D |------------------|
G |------------------|
B |------------------|
A |--0-2-4-5-4-2-0---|
E |------------------|

Em
É simples desse jeito,
A#º
quando se encolhe o peito
D G F#m
e finge não haver competição.
Em A
É a solução
Em A G
de quem não quer perder aquilo que já tem
F# Bm F#
e fecha a mão pro que há de vir.

(repete ponte)
(repete solo)

(ponte)
( Bm F# ) (3x)
( Bm D#º )
( Em A ) (3x)
( Bm F# ) (4x) Bm


http://www.cifraclub.com.br/los-hermanos/cara-estranho/


Foto:
Marília Rocha é a fera bela

Diretora de docs

http://www.mariliarocha.com/trabalhos/falta


Espero que vc goste dessa canção Luis, e aprenda a tocá-la antes de voltar pra Monterrey ( e espero que vc não diga pro Toscana que vc é meu regio favorito, ja!)

quarta-feira, outubro 20, 2010

Ilusiones


liberdade, literatura, cuerpo, realidade, vida, amor, muerte, sonhos, etc

>..."Allí, donde el aire cambia el color de las cosas; donde se ventila la vida como si fuera un murmullo; como si fuera un puro murmullo de la vida"...


Foto de Juan RULFO

terça-feira, outubro 19, 2010

Klee ( a cat? just if this is Sebastian, hahahaha)

o único motivo que tenho para acordar todos os dias e ir à

faculdade é a possibilidade de trombar com gente extraordinária

e ter a oportunidade de estudar com a K.

‘‘Mi vida está en otra Cuba, no en otra parte''

obra do Paul Klee


segunda-feira, outubro 18, 2010

entretiens sur la pluralité des mondes

No jardim secreto do Márcio tem muitos animaizinhos
Largatixa
joaninhas
minhoca
e muitas borboletas
ah! quantas borboletas
ah! quantas joaninhas
também tem chifre de viado
árvore da felicidade infeliz
e uma imensa coleção de begônias, avencas e samambaias

obra de Matisse

domingo, outubro 17, 2010

porque nadie es carbon free


vai ser difícil viver sem as gargalhadas de A.
sem a ternura de G.
sem o carinhoso e tímido L.
sem a melancolia, os olhos, o sorriso de I.
(ainda que sejam máscaras)
sem os olhos metáforicos de R.

pues todo es siempre tarde
porque yo la tengo
pues te esperaré siempre
porque nadie es carbon free

"Pa que en la realidad
no se sufra tanto
ojala que llueva cafe en el campo"

Casi un alfabeto entero de soledad

CIÚMES



"Tenho ciúmes deste cigarro que você fuma

Tão distraidamente."



Abril/68

Ana C.

sábado, outubro 16, 2010

Canções de amor (2007/2008/2010)



Esse filme fica cada vez mais intenso. Só não gosta quem é amargo. Ma belle me disse que o filme é lírico.

Bom, o lance é o seguinte, não dá pra contar nada se não estraga, o filme é encantador
(enchanting).

Muitas saudades de Eleonora e estranhas coincidências.

"É a percepção imediata criativa, mais do que qualquer outra coisa, aquilo que faz o indivíduo sentir que a vida vale a pena ser vivida"
D.W. WINNICOTT in "Playing and reality"

sexta-feira, outubro 15, 2010

El sol y la luna (Memoria del fuego)




Al primer sol, el sol de agua, se lo llevó la inundación. Todos los que en el mundo moraban se convirtieron en peces.

Al segundo sol lo devoraron los tigres.
Al tercero lo arrasó una lluvia de fuego, que incendió a las gentes.
Al cuarto sol, el sol de viento, lo borró la tempestad. Las personas se volvieron monos y por los montes se esparcieron.
Pensativos, los dioses se reunieron en Teotihuacán. -¿Quién se ocupará de traer el alba?
El Señor de los Caracoles, famoso por su fuerza y su hermosura, dio un paso adelante.
-Yo seré el sol dijo.
-¿Quién más?
Silencio.
Todos miraron al Pequeño Dios Purulento, el más feo y desgraciado de los dioses, y decidieron:
-Tú.
El Señor de los Caracoles, y el Pequeño Dios Purulento se retiraron a los cerros que ahora son las pirámides del sol y de la luna. Allí, en ayunas, meditaron.
Después los dioses juntaron leña, armaron una hoguera enorme y los llamaron.
El Pequeño Dios Purulento tomó impulso y se arrojó a las llamas. En seguida emergió, incandescente, en el cielo.
El Señor de los Caracoles miró la fogata con el ceño fruncido. Avanzó, retrocedió, se detuvo. Dio un par de vueltas. Como no se decidía, tuvieron que empujarlo. Con mucha demora se alzó en el cielo. Los dioses, furiosos, lo abofetearon. Le golpearon la cara con un conejo, una y otra vez, hasta que le mataron el brillo. Así, el arrogante Señor de los Caracoles se convirtió en la luna. Las manchas de la luna son las cicatrices de aquel castigo.
Pero el sol resplandeciente no se movía. El gavilán de obsidiana voló hacia el Pequeño Dios Purulento:
-¿Por qué no andas?
Y respondió el despreciado, el maloliente, el jorobado, el cojo:
-Porque quiero la sangre y el reino.
Este quinto sol, el sol del movimiento, alumbró a los toltecas y alumbra a los aztecas. Tiene garras y se alimenta de corazones humanos.

quinta-feira, outubro 14, 2010

El tiempo (Memoria del fuego)


El tiempo de los mayas nació y tuvo nombre cuando no existía el cielo ni habia despertado todavia la tierra.

Los días partieron del oriente y se echaron a caminar.
El primero día sacó de sus entrañas al cielo y a la tierra.
El segundo día hizo la escalera por donde baja la lluvia.
Obras del tercero fueron los ciclos de la mar y de la tierra y la muchedumbre de las cosas.
Por voluntad del cuarto día, la tierra y el cielo se inclinaron y pudieron encontrarse.
El quinto día decidió que todos trabajaran.
Del sexto salió la primera luz.
En los lugares donde no habia nada, el séptimo día puso tierra. El octavo clavó en latierra sus manos y sus pies.
El noveno día crió los mundos inferiores. El décimo día destinó los mundos inferiores a quienes tienen veneno en la alma.
Dentro del sol, el undécimo día modeló la piedra y el árbol.
Fue el duodécimo quien hizo el viento. Sopló viento y lo llamó espíritu, porque no había muerte dentro de él.
El decimotercer día mojó la tierra y con barro amasó un cuerpo como el nuestro.
Así se recuerda en Yucatán.

GALEANO
La literatura de los mayas. México, Motriz, 1964

quarta-feira, outubro 13, 2010

dos erros, metáforas e etc


"O primeiro que comparou a mulher a uma flor era um poeta; o segundo, um imbecil." VOLTAIRE

"O homem é um animal reincidente no erro, e que se nutre de metáforas." MURILO MENDES

terça-feira, outubro 12, 2010

Gigante (Uruguay/ Argentina/Alemania-Holanda )


Reparto: Horacio Camandule, Leonor Svarcas

Con tenor humorístico, la película uruguaya cuenta una historia de amor sin olvidarse de una critica profunda a la reificação, alienação, consumismo e relações de trabalho de nuestro tiempo. O sea, la soledad y sus matices , incluso, la soledad esta en los dialogos, es decir, en la falta de ellos. Muy padre, y el protagonista, Jara (Horacio Camandule), tal cual su compañera, Julia (Leonor Svarcas ), son dos fenómenos.

"Amanece en los carros de basura,
empiezan a salir los ciegos,
el ministerio abre sus puertas.
Los amantes rendidos se miran y se tocan
una vez más antes de oler el día.

Ya están vestidos, ya se van por la calle.
Y es sólo entonces
cuando están muertos, cuando están vestidos,
que la ciudad los recupera hipócrita
y les impone los deberes cotidianos."
CORTÁZAR

para Armando, Catalina, Giorgete, Kim Deal, Lilian, Luis, Ricardo


A CANÇÂO DE AMOR DE J. ALFRED PRUFROCK

S'io credesse che mia risposta fosse
A persona che mai tornasse al mondo,
Questa fiamma staria senza piu scosse.
Ma perciocche giammai di questo fondo
Non torno vivo alcun, s'i'odo il vero,
Senza tema d'infamia ti rispondo.

Dante Alighieri. Ladivina Commédia
Inferno, XXVII, 61-66 (N. do T.)

Sigamos então, tu e eu,
Enquanto o poente no céu se estende
Como um paciente anestesiado sobre a mesa;
Sigamos por certas ruas quase ermas,
Através dos sussurrantes refúgios
De noites indormidas em hotéis baratos,
Ao lado de botequins onde a serragem
Às conchas das ostras se entrelaça:
Ruas que se alongam como um tedioso argumento
Cujo insidioso intento
É atrair-te a uma angustiante questão . . .
Oh, não perguntes: "Qual?"
Sigamos a cumprir nossa visita.

No saguão as mulheres vêm e vão
A falar de Miguel Ângelo.

A fulva neblina que roça na vidraça suas espáduas,
A fumaça amarela que na vidraça seu focinho esfrega
E cuja língua resvala nas esquinas do crepúsculo,
Pousou sobre as poças aninhadas na sarjeta,
Deixou cair sobre seu dorso a fuligem das chaminés,
Deslizou furtiva no terraço, um repentino salto alçou,
E ao perceber que era uma tenra noite de outubro,
Enrodilhou-se ao redor da casa e adormeceu.

E na verdade tempo haver á
Para que ao longo das ruas flua a parda fumaça,
Roçando suas espáduas na vidraça;
Tempo haverá, tempo haverá
Para moldar um rosto com que enfrentar
Os rostos que encontrares;
Tempo para matar e criar,
E tempo para todos os trabalhos e os dias em que mãos
Sobre teu prato erguem, mas depois deixam cair uma questão;
Tempo para ti e tempo para mim,
E tempo ainda para uma centena de indecisões,
E uma centena de visões e revisões,
Antes do chá com torradas.

No saguão as mulheres vêm e vão
A falar de Miguel Ângelo.
E na verdade tempo haverá
Para dar rédeas à imaginação. "Ousarei" E . . "Ousarei?"
Tempo para voltar e descer os degraus,
Com uma calva entreaberta em meus cabelos
(Dirão eles: "Como andam ralos seus cabelos!")
- Meu fraque, meu colarinho a empinar-me com firmeza o
queixo,
Minha soberba e modesta gravata, mas que um singelo alfinete
apruma
(Dirão eles: "Mas como estão finos seus braços e pernas! ")
- Ousarei
Perturbar o universo?
Em um minuto apenas há tempo
Para decisões e revisões que um minuto revoga.

Pois já conheci a todos, a todos conheci
- Sei dos crepúsculos, das manhãs, das tardes,
Medi minha vida em colherinhas de café;
Percebo vozes que fenecem com uma agonia de outono
Sob a música de um quarto longínquo.
Como então me atreveria?

E já conheci os olhos, a todos conheci
- Os olhos que te fixam na fórmula de uma frase;
Mas se a fórmulas me confino, gingando sobre um alfinete,
Ou se alfinetado me sinto a colear rente à parede,
Como então começaria eu a cuspir
Todo o bagaço de meus dias e caminhos?
E como iria atrever-me?

E já conheci também os braços, a todos conheci
- Alvos e desnudos braços ou de braceletes anelados
(Mas à luz de uma lâmpada, lânguidos se quedam
Com sua leve penugem castanha!)
Será o perfume de um vestido
Que me faz divagar tanto?
Braços que sobre a mesa repousam, ou num xale se enredam.
E ainda assim me atreveria?
E como o iniciaria?

.......

Diria eu que muito caminhei sob a penumbra das vielas
E vi a fumaça a desprender-se dos cachimbos
De homens solitários em mangas de camisa, à janela
debruçados?

Eu teria sido um par de espedaçadas garras
A esgueirar-me pelo fundo de silentes mares.

.......

E a tarde e o crepúsculo tão .docemente adormecem!
Por longos dedos acariciados,
Entorpecidos . . . exangues . . . ou a fingir-se de enfermos,
Lá no fundo estirados, aqui, ao nosso lado.
Após o chá, os biscoitos, os sorvetes,
Teria eu forças para enervar o instante e induzi-lo à sua crise?
Embora já tenha chorado e jejuado, chorado e rezado,
Embora já tenha visto minha cabeça (a calva mais cavada)
servida numa travessa,
Não sou profeta - mas isso pouco importa;
Percebi quando titubeou minha grandeza,
E vi o eterno Lacaio a reprimir o riso, tendo nas mãos meu
sobretudo.
Enfim, tive medo.

E valeria a pena, afinal,
Após as chávenas, a geléia, o chá,
Entre porcelanas e algumas palavras que disseste,
Teria valido a pena
Cortar o assunto com um sorriso,
Comprimir todo o universo numa bola
E arremessá-la ao vértice de uma suprema indagação,
Dizer: "Sou Lázaro, venho de entre os mortos,
Retorno para tudo vos contar, tudo vos contarei."
- Se alguém, ao colocar sob a cabeça um travesseiro,
Dissesse: "Não é absolutamente isso o que quis dizer
Não é nada disso, em absoluto."

E valeria a pena, afinal,
Teria valido a pena,
Após os poentes, as ruas e os quintais polvilhados de rocio,
Após as novelas, as chávenas de chá, após
O arrastar das saias no assoalho
- Tudo isso, e tanto mais ainda? -
Impossível exprimir exatamente o que penso!
Mas se uma lanterna mágica projetasse
Na tela os nervos em retalhos . . .
Teria valido a pena,
Se alguém, ao colocar um travesseiro ou ao tirar seu xale às
pressas,
E ao voltar em direção à janela, dissesse:
"Não é absolutamente isso,
Não é isso o que quis dizer, em absoluto."

Não! Não sou o Príncipe Hamlet, nem pretendi sê-lo.
Sou um lorde assistente, o que tudo fará
Por ver surgir algum progresso, iniciar uma ou duas cenas,
Aconselhar o príncipe; enfim, um instrumento de fácil
manuseio,
Respeitoso, contente de ser útil,
Político, prudente e meticuloso;
Cheio de máximas e aforismos, mas algo obtuso;
As vezes, de fato, quase ridículo
Quase o Idiota, às vezes.

Envelheci . . . envelheci . . .
Andarei com os fundilhos das calças amarrotados.

Repartirei ao meio meus cabelos? Ousarei comer um
pêssego?
Vestirei brancas calças de flanela, e pelas praias andarei.
Ouvi cantar as sereias, umas para as outras.

Não creio que um dia elas cantem para mim.

Vi-as cavalgando rumo ao largo,
A pentear as brancas crinas das ondas que refluem
Quando o vento um claro-escuro abre nas águas.

Tardamos nas câmaras do mar
Junto às ondinas com sua grinalda de algas rubras e castanhas
Até sermos acordados por vozes humanas. E nos afogarmos.

(tradução: Ivan Junqueira)

Poema: TS Eliot

segunda-feira, outubro 11, 2010

& T. S. Eliot (porque pensar é um vicio)


The hollow men


Mistah Kurtz—he dead.

A penny for the Old Guy


I

We are the hollow men
We are the stuffed men
Leaning together
Headpiece filled with straw. Alas!
Our dried voices, when
We whisper together
Are quiet and meaningless
As wind in dry grass
Or rats’ feet over broken glass
In our dry cellar

Shape without form, shade without colour,
Paralysed force, gesture without motion;

Those who have crossed
With direct eyes, to death’s other Kingdom
Remember us—if at all—not as lost
Violent souls, but only
As the hollow men
The stuffed men.

sábado, outubro 09, 2010

Mito como resistência


3 chilangos (una señorita) + un regio + um caipira meio nordestino + unas chelas + tapioca + leyendo:

La creación (Memoria del fuelgo)

La mujer y el hombre soñaban que Dios los estaba soñando.

Dios los soñaba mientras cantaba y agitaba sus maracas, envuelto en humo y tabaco, y se sentía feliz y también estremecido por la duda y el misterio.

Los indios makiritare saben que si Dios sueña con comida, fructifica y da de comer. Si Dios sueña con la vida, nace y da nacimiento.
La mujer y el hombre soñaban que en el sueño de Dios aparecia un gran huevo brillante. Dentro del huevo, ellos cantaban y bailaban y armaban mucho alboroto, porque estavan locos de ganas de nacer. Soñaban que en el sueño de Dios la alegría era más fuerte que la duda y el misterio; y Dios, soñando, los creaba, y cantando decia:
- Rompo este huevo y nace la mujer y nace el hombre. Y juntos vivirán y morirán. Pero nacerán nuevamente. Nacerán y volverán a morir y otra vez nacerán. Y nunca dejarán de nacer, porque la muerte es mentira.

(Watuna. Mitologia makiritare. Caracas, Monte Ávila, 1970)

noite inesquecível

nosso prêmio nobel vai pro Galeano, creo, pinche uruguayos! los más chingones!

Faltou minha Alma, faltou você

quinta-feira, outubro 07, 2010

Modest Mouse ( Isaac Brock )


Dukes up

( Isaac Brock )

So you wonder how
get em' up, put em up
get your dukes up now
got no time no money, that's why
get em up, put em up
get your dukes up now
Soda fountain crowd
button up, shut em' up
gettin' fed up now
got no time, no money, knockout
get em' up, put em' up
get your dukes up, now





Birds vs. Worms


( Isaac Brock )

Self pity me so pitiful
You can see that birds and worms don't get along
Self righteous me so wrong
You can see that we don't have to get along
Self pity me so pitiful
You can see that birds and worms do not agree
And we will crawl




It always rains on a picnic


( Isaac Brock )

No, I don't suppose
Downpour, downpour
It always rains on a picnic
Downpour, downpour
Don't let go quite yet
Downpour, downpour






So lonely but never alone I know


From point A to point B

( Isaac Brock )

Point A To Point B oh I Know
lots of points with no points in between, for me
So lonely but never alone I know
I'm at my house but I wish that I were at home
Point A To Point B oh I know
but no back passage scheduled for me
Dig Hard
don't try at all
Dig hard
Dig Hard
Will get down on all fours
and dig hard
only you know you know how
that broke
only you know how
only you know how
that broke
only time uh oh
I've been working on the railroad time uh oh







(Album: Sad Sappy Sucker)


A solidão também é uma ilusão, segundo Auster, no Book of Memory.


baby blue sedan

( Isaac Brock )


And it's hard to be a human being
And it's harder as anything else
And I'm lonesome when you're around
And I'm never lonesome when I'm by myself
And I miss you when you're around
And I miss you when you're around
And I miss you when you're around

(Album: Building nothing out of something ) or Building something out of nothing?



Acho que vou largar a facu e virar D.J.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Na sala de aula


A lógica venceu a dialética (jajaja) + Semâmtica formal

Linguística: o grande trauma (sem contar os outros)

Desvios: Suzana Zen, R. G., cigarros de canela, Dra. Ana, Cézanne, Carpentier, sono, etc

Enquanto isso:

Todos ........

Nehum..........

NInguém........

......... beijou a Maria

.........saiu.

Dio mio
..........................................................................................................................................................................

A rebeldia, inútil mas inevitável.


Ghost Lyrics (Neutral Milk Hotel)


(Jef Mangum)

Ghost, ghost, I know you live within me
I feel you as you fly
In thunderclouds above the city
Into one that I love

With all that was left within me
Until we tore in two
Now wings and rings and there's so many
Waiting here for you

And she was born in a bottle rocket, 1929
With rings that wringed right around a socket
Right between her spine
All drenched in milk, in holy water
Pouring from the sky
I know that she will live forever
She won't ever die

And she goes
And now she knows that she'll never be afraid
To watch the morning paper blow
Into a hole where no one can escape

And one day in New York City, baby
A girl fell from the sky
From the top of a burning apartment building
Fourteen stories high
And when her spirit left her body
How it split the sun
I know that she will live forever
All goes on and on

And she goes
And now she knows that she'll never be afraid
To watch the moring paper blow
Into a hole where no one can escape


(to Mike, Beth and Doug; we still eating crumbs from "down under" but we (and the ruling class)'re all going to the same hole soonner or later, hahahahaha, and perhaps "she" will never die) You see Seth... Am I still your favorite "communist"?

terça-feira, outubro 05, 2010

My Sister lyrics (By Tindersticks)




Do you remember my sister? How many mistakes did she make with those never
blinking eyes? I couldn't work it out. I swear she could read your mind, your
life, the depths of your soul at one glance. Maybe she was stripping herself
away, saying

Here I am, this is me

I am yours and everything about me, everything you see...

If only you look hard enough

I never could.

Our life was a pillow-fight. We'd stand there on the quilt, our hands clenched
ready. Her with her milky teeth, so late for her age, and a Stanley knife in
her hand. She sliced the tyres on my bike and I couldn't forgive her.

She went blind at the age of five. We'd stand at the bedroom window and she'd
get me to tell her what I saw. I'd describe the houses opposite, the little
patch of grass next to the path, the gate with its rotten hinges forever wedged
open that Dad was always going to fix. She'd stand there quiet for a moment. I
thought she was trying to develop the images in her own head. Then she'd say:

I can see little twinkly stars,

like Christmas tree lights in faraway windows.

Rings of brightly coloured rocks

floating around orange and mustard planets.

I can see huge tiger striped fishes

chasing tiny blue and yellow dashes,

all tails and fins and bubbles.

I'd look at the grey house opposite, and close the curtains.

She burned down the house when she was ten. I was away camping with the scouts.
The fireman said she'd been smoking in bed - the old story, I thought. The cat
and our mum died in the flames, so Dad took us to stay with our Aunt in the
country. He went back to London to find us a new house. We never saw him again.

On her thirteenth birthday she fell down the well in our Aunt's garden and
broke her head. She'd been drinking heavily. On her recovery her sight
returned, a fluke of nature everyone said. That's when she said she'd never
blink again. I would tell her when she started at me, with her eyes wide and
watery, that they reminded me of the well she fell into. She liked this, it
made her laugh.

She moved in with a gym teacher when she was fifteen, all muscles he was. He
lost his job when it all came out, and couldn't get another one. Not in that
kind of small town. Everybody knew everyone else's business. My sister would
hold her head high, though. She said she was in love. They were together for
five years until one day he lost his temper. He hit her over the back of the
neck with his bullworker. She lost the use of the right side of her body. He
got three years and was out in fifteen months. We saw him a while later, he was
coaching a non-league football team in a Cornwall seaside town. I don't think he
recognised her. My sister had put on a lot of weight from being in a chair all
the time. She'd get me to stick pins and stub out cigarettes in her right hand.
She'd laugh like mad because it didn't hurt. Her left hand was pretty good
though. We'd have arm wrestling matches, I'd have to use both arms and she'd
still beat me.

We buried her when she was 32. Me and my Aunt, the vicar, and the man who dug
the hole. She said she didn't want to be cremated and wanted a cheap coffin so
the worms could get to her quickly. She said she liked the idea of it, though I
thought it was because of what happened to the cat and our mum.


segunda-feira, outubro 04, 2010

Dia Dês


"Ainda que fôssemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa própria passividade seria uma forma de acção." SARTRE


Dia de dexistir. Dia de desistir de você. Desistir de mim. Dia de derrelição. Dia de drama mine. "Derrelição. Não, não parece triste, talvez porque as duas primeiras sílabas lembrem derrota, e lição é sempre muito chato". Dia de derrota. Dia de Senhora D. Dia de difenidramina. Dia do Livro do Desassossego. Dia de dimenidrinato. Dia de dolor y duelo. Dia de demagogia. Dia de desculpas. Dia de meus e seus demônios. Dia de dormir profundamente. "How I Dearly Wish I Was Not Here". Sempre desquiciado. Mais um dia desalmado, desanimado. Mais um dia de desastres. Dia de des-... Todos os dias.

(195)"As civilizações parece não existirem senão para produzir arte e literatura; é, palavras, o que delas fala e fica" (LIVRO DO DESASSOSSEGO)

Para Biathan, que nunca desistiu, e Margarida.

Obra: La Valse, Camille Claudel

VOLUPIA IMORTAL



VOLUPIA IMORTAL

Cuidas que o genesíaco prazer,
Fome do átomo e eurítmico transporte
De todas as moléculas, aborte
Na hora em que a nossa carne apodrecer?!

Não! Essa luz radial, em que arde o Ser,
Para a perpetuação da Espécie forte,
Tragicamente, ainda depois da morte,
Dentro dos ossos, continua a arder!

Surdos destarte a apóstrofes e brados,
Os nossos esqueletos descarnados,
Em convulsivas contorções sensuais,

Haurindo o gás sulfídrico das covas,
Com essa volúpia das ossadas novas
Hão de ainda se apertar cada vez mais!


(Augusto dos Anjos)


Obra de Guadalupe Posada (claro)

domingo, outubro 03, 2010

Dia D.



Duvidar de tudo, inclusive da própria Dúvida, Disse o velho S.

A. disse que la verdad es relativa pero la neta es absotluta

Dia de udon

Dia de Democracia pra alguns

Dia de esperança pra outros

Continuo a esperar

Espero a chuva

Dia D. pro pobre Diabo (meu irmão) na calçada a encenar sua própria trágedia num improviso

catatônico. (não Débil mas Demoníaco)

(...) A família, a tradição(...)

Dia de fome pro outro que come os restos, o que sobra, nosso Desperdício na Liberdade

Mais um dia D. pra quem Dorme na rua.

Dia de Dilma, dia de serra.

Que Diferença faz?

"I feel the pain of everyone Then I feel nothing I feel the pain of everyone Then I feel nothing"

(J. Mascis)

Obra de Debret

sábado, outubro 02, 2010

Essa aqui (Casa dos Consertos)

(P. Lorenzeti/ E. Soares)

Essa qui
É pra voCê não pensar
que eu não penso em voCê
Que é só de vez em quando e olha lá.

Deixa eu brincar
porque brincar faz bem
e a gente só brinca com quem se quer muito bem

Essa qui
É pra voCê não dizer
que eu não entendo voCê
quando fala dessas coisas de atenção

Mas eu também
Sofro desse jogo meu bem
Quando voCê finge e faz de conta
que não gosta mais de mim

Foto: Sophia na Casa dos Consertos (Paulo Lorenzeti)

http://www.myspace.com/amikoj

Dona Esperança/ Sr. Esperança


Espero a morte

Espero reconhecimento

Espero conhecer

Espero dar aulas de literatura

Espero a loucura

Espero motivar as pessoas a lerem (pelo menos 10 milhões delas)

Espero esquecer

Espero motivar o Outro a refletir poesia

Espero o Outro

Espero visitar outros lugares

Espero amor e sexo

Espero outra festa

Espero outra ordem

Espero outro carnaval

Espero as bailarinas

Espero sair do lugar

Espero dias melhores e piores

Espero a cobra voar

Espero Sor Juana

Espero José

Espero Ana Bia Cristina Érica Paula e Sophia

Espero ser queimado do/no livro de
Ismael

Espero ser apagado da Biblia

Espero prodígios

Espero Alah Nirvana Saturno

Espero As Mil e Uma Noites

Espero arroios ribeiras levadas afluentes rios

Espero Lídia

Left overs:
- Queria...
- Não quer mais?(maldito futuro do pretérito, motivo de muito ruído)
- Quero.
- Mas eu não.

Foto de Camile Claudel

No rights reserved (Para Lou and Doug)


Nos meus sonhos, eu reajo como sou. Reconheço minha submissão, confusos planos morais. Real tal qual a circunstância, cada noite danço com meus impulsos mais primitivos. Cenas pornográficas que sempre começam como terminam. Nos meus sonhos, caminho com meus verdadeiros amigos. Descobrimos segredos; passamos por nossas vidas. Tudo enleado como abismo para o passado e futuro distante. I'm prepared for some big show / Tried to arrive but I moved too slow. Como se eu houvera visto você passar no ônibus, mas fingisse não ver. Como se não houvesse espaço para mim.

MITO COMO RESISTÊNCIA


Enquanto não alcançares a verdade, não poderás corrigi-la. Porém, se a não corriges, não a alcançarás. Entretanto, não te resignes.

Livro dos Conselhos


(Espero) Reler: HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA

sexta-feira, outubro 01, 2010

Acácio (Marilia Rocha)


Agradável surpresa. Sexta-feira a tarde no Centro Cultural São Paulo, estava em busca da Idade do Serrote, mas não o encontrei. Pensei em pegar uma sessão de cinema, ia assistir a história de Mercedes Sosa. Então, o acaso entra na história pois o filme não havia "chegado". Vascilei mas aí fiquei sabendo que o outro filme que seria exibido era um documentário "português". Não tive dúvidas. O documentário é muito delicado e criativo apesar de seguir algumas normas do cine de arquivo (Tampouco o filme era português, mas falava sobre Portugal, Angola e Brasil). A história é polissêmica e plurisotópica (ja!). Acacio e sua esposa Maria são incríveis. A realidade quando incrível ou muito nova corta o desejo do fictício. (Tese a ser discutida.) E Marilia Rocha é a bela fera.

O mito como resistência


"Nem todo o trabalho torna o homem mais homem. Os regimes feudais e capitalistas foram e são responsáveis por pesadas cargas de tarefas que alienam, enervam e embrutecem. O trabalho da poesia pode também cair sobre o peso morto de programas ideológicos: a arte pela arte, tecnicista; a arte para o partido, sectária; a arte para o consumo, mercantil. Não é, por certo, dessas formas ocas ou servis que tratam as páginas precedentes, mas daquelas em que a ruptura com a percepção cega do presente levou a palavra a escavar o passado mítico, os subterrâneos do sonho ou a imagem do futuro".
ALFREDO BOSI

Vi então um novo céu e uma nova terra (Apoc., 21, 1)

Foto: "Pai e filho Yanomami" - Claudia Andujar