quarta-feira, setembro 29, 2010

Literatura ainda


"Se me disserem que é absurdo falar assim de quem nunca existiu, respondo que também não tenho provas de que Lisboa tenha alguma vez existido, ou eu que escrevo, ou qualquer cousa onde quer que seja."

Fernando Pessoa

terça-feira, setembro 28, 2010

In Labore Honor (Bricolagem)


"Paulicea - a grande bocca de mil dentes;" Mário de Andrade


... "La vida perdida para la literatura por causa de la literatura. Por hacer de mí misma un personaje literario en la vida real fracaso en mi intento de hacer literatura con mi vida real, ya que la última no existe: es literatura." Alejandra Pizarnik


Individuality

"Individuality?
is not of the substance of elements.
It is an organism, indivisibly
occupied
by elementary objects of a divergent character:
if you
were to attempt division, these parts
would die.

Myself,
for instance: an entire dramatic company". (...)

PAUL KLEE


painting: The Twittering Machine (Zwitschermaschine)


http://www.breakoutofthebox.com/paulklee.htm

segunda-feira, setembro 27, 2010

Contra Anistia aos Torturaturadores

http://www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1893:semana-contra-a-anistia-aos-torturadores&catid=45:eventos&Itemid=83

Ainda Literatura (fetiche?)


"?La ilusión? Eso cuesta caro."

Vive sem Horas

"Vive sem horas. Quanto mede pesa,
E quanto pensas mede.
Num fluido incerto nexo, como o rio
Cujas ondas são ele,
Assim teus dias vê, e se te vires
Passar, como a outrem, cala".

Ricardo Reis


temblar malquerer

"somos mera sucessão de atos imaginários e estas impressões errantes"
"el tiempo si podemos intuir esa identidad, es una delusión"

VISUAL MUSIC - PAUL KLEE

Eles vieram e eu não fui ... (fetiche?)


"é de imaginar bobagem
quando a gente liga na televisão
toda dor repousa na vontade
todo amor encontra sempre a solidão"
Marcelo Camelo

Sinto falta de pensar música, sentir, tocar. Sinto falta Mike, Seth, Doug, Joe, Bret, Bia and Bob. Good times!



domingo, setembro 26, 2010

Cuentos para no dormir

"fuera de sí por un dolor, un sueño turbio" CORTÁZAR

é tudo sempre tão triste e profundo. sempre tanta dificuldade e tudo tão complexo. por que? são sempre cuentos para no dormir. hoje ela não podia esquecer-se então decidiu dormir muito. sonhou mais uma vez, gozo e culpa se mesclavam de tal maneira que já não se separavam. havia muito prazer nesse tipo de dor mas era o prazer mais mórbido que ela experimentara. você havia me dado mais uma vez o prazer de sonhar e inventar histórias sem pé nem cabeça. gozei mais uma vez o gosto de te sentir e você ainda sussurrou uma palavra em meu ouvido, contente. ela era tantas coisas, tão bonita, inteligente e não sabia. Circe tão encantadora e triste ao mesmo tempo. Circe...

"Olha, será que ela é moça, será que ela é triste Será que é o contrário, será que é pintura o rosto da atriz Será que é loucura, será que é cenário a casa da atriz Se ela mora num arranha-céu, e se as paredes são feitas de giz Diz quantos desastres tem na minha mão Olha, será que é uma estrela, será que é mentira Será que é comédia, será que é divina a vida da atriz Se ela um dia despencar do céu e se os pagantes exigirem bis"

sábado, setembro 25, 2010

dilúvio


Na casa das belas adormecidas, adormeci. Não chovia, nem fazia sol, sequer era noite. A angústia esverdeada me deteve. Sonhei com seu cheiro, sua pele molhada, seus olhos, sua bunda e seu cabelo, seus pequenos seios. Depois sonhei com seu corpo mudo, suas costas, suas pernas, seu cabelo, sua boca. Depois, com seu corpo morto, frio, macio. Senti mais uma vez seus pelos com as pontas de meus dedos. Também ouvi vozes que não me diziam nada. Quando acordei já era tarde. É sempre tarde. Então, começou a chuva e a chuva nunca mais parou.

"Ella no me conoce" (radiola na cabeça)


Os Outros
Kid Abelha
Composição: Leoni

Já conheci muita gente
Gostei de alguns garotos
Mas depois de você
Os outros são os outros

Ninguém pode acreditar
Na gente separado
Eu tenho mil amigos mas você foi
O meu melhor namorado

Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer
A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender
Depois de você, os outros são os outros e só

São tantas noites em restaurantes
Amores sem ciúmes
Eu sei bem mais do que antes
Sobre mãos, bocas e perfumes
Eu não consigo achar normal
Meninas do seu lado
Eu sei que não merecem mais que um cinema
Com meu melhor namorado

Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer
A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender
Depois de você, os outros são os outros e só

Depois de você, os outros são os outros e só

quinta-feira, setembro 23, 2010

Dinossauro Excelentíssimo


"A angústia esverdeada me deteve" Odisséia
(Canto 11)

Hades invencível,
tétrica Perséfone,
Circe....

"está escrito pelos gregos antigos que quem muito se olha cega e quem muito se ouve perde a voz." Dinossauro Excelentíssimo - José Cardoso Pires

Sobre os passarinhos barsileiros



POEMINHO DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

Mario Quintana


Sobre os urubus, são muito parecidos aos nossos jesuítas, muito semelhantes ao pessoal do judiciário, sem contar com o mimetismo em relação aos estudantes da São Francisco, além disso, os primeiros a se importarem com desenvolvimento sustentável. São tidos como os vagabundos pois são mais espertos que a média e não se esforçam pra voar. Tocá-los não faz falta. Se tivermos sorte um dia eles nos tocarão melodiosamente ( ou profundamente).

quarta-feira, setembro 22, 2010

Great expectations (or "guided by voices")


Na aula de semiótica o menino inteligente diz

- Eu sou o outro em mim

O menino creído ao mesmo tempo que acha aquilo sofisticado também acha rídiculo e ouve vozes de Adriana e Mário:
"Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio: Pilar da ponte de tédio Que vai de mim para o Outro".

Queria ouvir mais Guided by Voices mas não tinha mais....


"No oyes? no oyes cómo rechina la tierra?"

Desgraciadamente mayordomos (o Medio sabe que modo)


"porque a primeira vez a gente nunca esquece"

Queria ser Clarice

Me sinto meio Marisa

Queria escrever como Hilda

Pero sigo haciendome gallina y cagando huevos.

Falo uma língua que não é minha 4 hs por dia

Tampouco escrevo numa língua que é minha

Tento falar uma língua que sequer é minha.

Nunca assisti O Último Tango em Paris.

E minha luta com Freud continua, agora, menos desigual por causa da Cleusa que o traduz para

nosotros desgraciadamente cristianos.

Creio que a única saída é matar Xavier mais uma vez e fugir com Carmen e Beatriz para o

Uruguay

Por fim, matar Carmen e Beatriz, fugir para Puerto Valle-Mi e virar pescador (nem o Materialismo histórico explica)

"nada me llena por completo el huequito que siento a veces en la panza y a veces en el corazón"

No entanto, minha vida parece o Bolero de Ravel

Embora agora conheça os detetives selvagens y una chilanga banda

left overs: urubu, poca-madre, desmadre, mocoso, angústia, precariedade, ní fu, ní fa, mareado.

"En su desnudo cielo ya no moran, lanzados

fuera de sí por un dolor, un sueño turbio,

andan heridos de pesadilla y légamo, parándose


a recontar sus muertos, las nubes boca abajo,


los perros con la lengua rota,


a atisbar envidiosos el abismo"
(...) CORTÁZAR

segunda-feira, setembro 20, 2010

Guitarra


fado
( música:Pedro Ayres Magalhães & Rodrigo Leão)
Quando uma guitarra trina
Nas mãos de um bom tocador
A própria guitarra ensina
A cantar seja quem for
Eu quero que o meu caixão
Tenha uma forma bizarra
A forma de um coração
A forma de uma guitarra
Guitarra, guitarra querida
Eu venho chorar contigo
Sinto mais suave a vida
Quando tu choras comigo

Escribir es conversar (Letras Libres 2007)


Piglia

Quería traer ese recuerdo, sencillamente, para tener presente nuevamente aquí a Saer, y poder entonces con Juan improvisar un poco. Creo que la conversación es un elemento central en la literatura, porque la literatura está muy ligada al tipo de conversaciones, a discusiones en los bares, a la circulación de relatos. Y, por fin, quiero decir que las amistades entre escritores son complejas ¿no? Solamente uno puede ser amigo de un escritor si le gusta lo que escribe.
(...)
Me parece que esa experiencia quedó para mí muy fija. Yo creo que uno siempre escribe a partir de experiencias personales –en algún lugar hay una experiencia personal–, de modo que en Respiración artificial puse a un historiador que tenía un archivo. Ése fue el modo de resolver la cuestión de ese personaje del siglo XIX. Me interesó mucho la figura del historiador como tal, de aquel que investiga algún tipo de cuestión. Y al mismo tiempo uno podría también pensar que eso es lo que tienen en común los historiadores y los novelistas. No tanto lo que se ha puesto muy de moda al decir que “toda historia es ficción”, yo no creo eso. Yo creo que la historia se puede verificar y que por lo tanto tiene un tipo de referente que se puede aclarar. Más bien me interesó esta idea de avanzar a ciegas para tratar de construir, a partir de ciertos rastros, un determinado tipo de universo. Y creo que también es un cierto sentido de la novela: hay siempre un archivo imaginario en el que uno entra tratando de construir una historia, que todavía no sabe muy bien cuál es, y espera poder encontrar ahí algunos elementos que le permitan luego avanzar en esa línea. Eso ha sido lo que ha resonado para mí.
(...)
De todas maneras yo diría que siempre hemos sido muy críticos con la tradición de la novela histórica. Salvo las excepciones que inmediatamente todos tendremos presentes, ha sido también uno de los géneros que se ha convertido en un género de mercado. En la medida en que la política se aleja de la experiencia cotidiana y la velocidad del presente parece haber ganado todos los espacios, los acontecimientos tienen una velocidad cada vez mayor y parece necesario leer novelas históricas. Es como si la única manera de encontrar una historicidad no estuviera en el presente. Hoy escuché un diálogo –para hablar de los signos del presente y de los diálogos escuchados al azar–, mientras tomaba el desayuno en el hotel en donde estoy alojado, un diálogo de dos señores que estaban ahí cerca de mí. Uno le dice al otro: “¿Leíste el diario? Quiero leer el diario para ver cuántos muertos hubo hoy.”

“Ya no hay experiencia.”(Respiració artificial)

Villoro
(...)

Me parece que en el discurso que obtenemos en las noticias esto no ocurre porque justamente nos vamos al marcador, a los goles del día o, en el caso trágico de México, a la cosecha roja, los muertos del día de hoy, esa condensación.

domingo, setembro 19, 2010

Sebadoh



Magnet's Coil / Fancy-Ass / Perfect Way /

Rebound / Social Medicine / On Fire (acoustic) / Magnet's Coil (acoustic) / Rebound (acoustic)

Nothing Like You /Prince-S / Crystal Gypsy /Beauty of the Ride / Sforzando! / Willing to Wait/ Hillbilly/ Skull // Too Pure /Worst Thing/ Love to Fight/Perfect Way/Can't Give Up/Open Ended/ Weed Against Speed/ It's All You /
Weird /Bird in the Hand /Break Free/Tree/So Long/Skull /


+ Buble and Scrape, Smash Your Head on the Punk Rock , Sebadoh III, Bakesale, The Sebadoh

sábado, setembro 18, 2010

Disforia na euforia (sobre párpados)



"I KNOW IT'S OVER"
(Morrissey/Marr)

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
And as I climb into an empty bed
Oh well. Enough said.
I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
Oh ...
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
See, the sea wants to take me
The knife wants to slit me
Do you think you can help me ?
Sad veiled bride, please be happy
Handsome groom, give her room
Loud, loutish lover, treat her kindly
(Though she needs you
More than she loves you)
And I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
Over and over and over and over
Over and over, la ...
I know it's over
And it never really began
But in my heart it was so real
And you even spoke to me, and said :
"If you're so funny
Then why are you on your own tonight ?
And if you're so clever
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very entertaining
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very good-looking
Why do you sleep alone tonight ?
I know ...
'Cause tonight is just like any other night
That's why you're on your own tonight
With your triumphs and your charms
While they're in each other's arms..."
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes strength to be gentle and kind
Over, over, over, over
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes guts to be gentle and kind
Over, over
Love is Natural and Real
But not for you, my love
Not tonight, my love
Love is Natural and Real
But not for such as you and I, my love
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my ...
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can even feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my ...

quinta-feira, setembro 16, 2010

Clases del pinche español (Viva los uruguayos, los más chingones)


Mote: Vamos hacer de cuenta que...

Corpus: Mafalda

Tema:Vivimos cabeza abajo. (Los del hemisferio norte viven cabeza a arriba)

Objetivo: usar los condicionales

Entonces un tonto y creído dijo:

De patas arriba talvez nos entienderíamos más bien.

entonces, la profesora pregunta:

?Y SI VIVIERAN EN EL HEMISFERIO NORTE? (aunque le gustaría ser mexicano el creido contesta:)

Si vivieramos en el norte sería aburrido. Les envidiaría los del sur cabeza a abajo. (Porque tendrían una otra manera de mirar, además, serían más aferrados al suelo, para o bem ou para o mal)

?COMO VERÍAN EL HEMISFERIO SUR?

Vería el sur como una alternativa

Vería el sur patas arriba (pues me gusta la idea de la desorden pues en "nuestra" orden no tengo libertad)

?COMO VERÍAN LA REALIDAD DEL MUNDO?

Vería la relidad como puntos de visiones distintos

?COMO PENSARÍAN LAS RELACIONES NORTE /SUR?

Las personas desearían vivir del otro modo, de otra manera, es decir, los del sur envidiarían los del norte y los del norte envidiarían los del sur (faz sentido?)

Si hubiera nacido en España las ideas no se me cairían, jajaja.

Dedico a Galeano, Joaquín Torres Garcia, Furlán y Onetti (que todavia no conozco)

JOSÉ (Drummond)






E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

terça-feira, setembro 14, 2010

Pedro Páramo


- Verdad que la noche está llena de pecados, Justina?
- Sí Susana
-Y es verdad?
-Debe serlo, Susana
- Y qué crees que es la vida, Justina, sino un pecado? No oyes? no oyes cómo rechina la tierra?
- No Susana, no alcanzo a oír nada. Mi suerte no es tan grande como la tuya
-Te assombrarías. Te digo que te asombrarías de oir lo que yo oigo.

Sangue num sábado qualquer


Tudo sempre igual. As unhas cresciam, cortava-se. Os pelos cresciam, aparava-se. O cabelo crescia e ele ia ao barbeiro. Mas chega o dia em que os óculos afrouxam-se. Pois ele segue em direção a Quintino Bocaiúva na esperança de resolver tudo. Chega na ótica mas o atendente não é o mesmo que sempre esteve lá. Aquele do cabelo preto encaracolado que tem uma tatuagem no braço esquerdo, o mesmo que lhe vendeu os óculos há um ano, o dos olhos azuis. Ele entrega seus óculos. O rapaz estranho e todo educado, depois de uns minutos, pede desculpas e os devolve. Tudo muda. O mundo, torto. Ele tenta fugir mas o cinema mais próximo na Quitanda está mudado. As imagens não saõ as mesmas. Ele havia assistido aquele filme com Nino, Vicente e Clara mas o filme já não era o mesmo. O filme é uma porcaria mas ele gosta de porcos então não faria juz ao animal chamar aquilo de porcaria. Afinal se Clara é tão bem-feita pra que discutir a falta de qualidade de um filme. O mundo continuará torto como as pernas de Clara, como a porta do inferno.

And now I know how Joan of Arc felt
Now I know how Joan of Arc felt
As the flames rose to her Roman nose
And her Walkman started to melt

(Johnny Marr / Morrissey)

domingo, setembro 12, 2010

Dime mujer dónde escondes (Segovia)


(Para Luci Fernández de Alba, que se sorprendió)

Dime mujer dónde escondes tu misterio
mujer agua pesada volumen transparente
más secreta cuanto más te desnudas
cuál es la fuerza de tu esplendor inerme
tu deslumbrante armadura de belleza
dime no puedo ya con tantas armas
mujer sentada acostada abandonada
enséñame el reposo el sueño y el olvido
enséñame la lentitud del tiempo
mujer tú que convives con tu ominosa carne
como junto a un animal bueno y tranquilo
mujer desnuda frente al hombre armado
quita de mi cabeza este casco de ira
cálmame cúrame tiéndeme sobre la fresca tierra
quítame este ropaje de fiebre que me asfixia
húndeme debilítame envenena mi perezosa sangre
mujer roca de la tribu desbandada
descíñeme estas mallas y cinturones de rigidez y miedo
con que me aterro y te aterro y nos separo
mujer oscura y húmeda pantano edénico
quiero tu ancha olorosa robusta sabiduría
quiero volver a la tierra y sus zumos nutricios
que corren por tu vientre y tus pechos y que riegan tu carne
quiero recuperar el peso y la rotundidad
quiero que me humedezcas me ablandes me afemines
para entender la feminidad la blandura húmeda del mundo
quiero apoyada la frente en tu regazo materno
traicionar al acerado ejército de los hombres
mujer cómplice única terrible hermana
dame la mano volvamos a inventar el mundo los dos solos
quiero no apartar nunca de ti los ojos
mujer estatua hecha de frutas paloma crecida
déjame siempre ver tu misteriosa presencia
tu mirada de ala y de seda y de lago negro
tu cuerpo tenebroso y radiante plasmado de una vez sin titubeos
tu cuerpo infinitamente más tuyo que para mí el mío
y que entregas de una vez sin titubeos sin guardar nada
tu cuerpo pleno y uno todo iluminado de generosidad
mujer mendiga pródiga puerto del loco Ulises
no me dejes olvidar nunca tu voz de ave memoriosa
tu palabra imantada que en tu interior pronuncias siempre desnuda
tu palabra certera de fulgurante ignorancia
la salvaje pureza de tu amor insensato
desvariado sin freno brutalizado enviciado
el gemido limpísimo de la ternura
la pensativa mirada de la prostitución
la clara verdad cruda
del amor que sorbe y devora y se alimenta
el invisible zarpazo de la adivinación
la aceptación la comprensión la sabiduría sin caminos
la esponjosa maternidad terreno de raíces
mujer casa del doloroso vagabundo
dame a morder la fruta de la vida
la firme fruta de luz de tu cuerpo habitado
déjame recostar mi frente aciaga
en tu grave regazo de paraíso boscoso
desnúdame apacíguame cúrame de esta culpa ácida
de no ser siempre armado sino sólo yo mismo.

http://www.vanguardia.com.mx/editharoneldificildestinodeserlamagadecortazar-513168.html

Viaje infinito - Cortázar





para el que con su incendio te ilumina,
cósmico caracol de azul sonoro,
blanco que vibra un címbalo de oro,
último trecho de la jabalina,

la mano que te busca en la penumbra
se detiene en la tibia encrucijada
donde musgo y coral velan la entrada
y un río de luciérnagas alumbra.

si, portulano, fuego de esmeralda,
sirte y fanal en una misma empresa
cuando la boca navegante besa
la poza más profunda de tu espalda,

suave canibalismo que devora
su presa que lo danza hacia el abismo,
oh laberinto exacto de sí mismo
donde el pavor de la delicia mora

agua para la sed del que te viaja
mientras la luz que junto al lecho vela
baja a tus muslos su húmeda gacela
y al fin la estremecida flor desgaja.


(Viaje Infinito - Último round - CORTÁZAR)

insomnio de puerco





"enséñame el reposo el sueño y el olvido
enséñame la lentitud del tiempo"



TOMÁS SEGOVIA (1927)

sábado, setembro 11, 2010

Sábado


Menino-porco está cansado. Não quer mais sonhar. Se houver outra chance quer nascer gato preto OU jacaré.

"Esa noche volvieron a sucederse los sueños. ?Por que ese recordar intenso de tantas cosas? ?Por que no simplemente la muerte y no esa musica tierna del pasado?" RULFO

sexta-feira, setembro 10, 2010

Bricolagem


"Este otro es el que condensa toda la verdad de la historia" PIGLIA

?Has oído alguna vez el quejido de un muerto? me preguntó a mí.
- No, doña Eduviges.
- Más te vale.
(...)

-Pero ella se suicidó. Obró contra la mano de Dios.
-No le quedaba otro camino. Se resolvió a eso también por bondad.
-Falló a última hora - eso es lo que le dije -. En el ultimo momento. !Tantos bienes acumulados para su salvación, y perdelos así de pronto!
- Pero si no los perdió. Murió con muchos dolores. Y el dolor...

Pedro Páramo (RULFO)


"Between pain and nothingness, I choose pain"
William Faulkner

quinta-feira, setembro 09, 2010

párpados del muerto


Linterna sorda

Los ausentes soplan y la noche es densa. La noche
tiene el color de los párpados del muerto.
Toda la noche hago la noche. Toda la noche escribo.
Palabra por palabra yo escribo la noche.





ALEJANDRA PIZARNIK

http://www.lexia.com.ar/PIZARNIK.htm

quarta-feira, setembro 08, 2010

Canto de Ossanha (Vinicius de Moraes / Baden Powell)


O homem que diz "dou" não dá
Porque quem dá mesmo não diz
O homem que diz "vou" não vai
Porque quando foi já não quis
O homem que diz "sou" não é
Porque quem é mesmo é "não sou"
O homem que diz "estou" não está
Porque ninguém está quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha, traidor
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor

Vai, não vou
Vai, não vou
Vai, não vou
Vai, não vou
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Amigo sinhô
Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha, não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte pro seu Orixá
Amor só é bom se doer

Vai, vai, amar
Vai, vai, sofrer
Vai, vai, chorar
Vai, vai, dizer
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou


-"O canto da mais difícil
E mais misteriosa das deusas
Do candomblé baiano
Aquela que sabe tudo
Sobre as ervas
Sobre a alquimia do amor"

domingo, setembro 05, 2010

XXY (2007)



Escrito e dirigido por Lucía Puenzo

La niña santa (2004)



Dirigido por Lucrecia Martel

Historias minimas (2002)



Dirigido por Carlos Sorin
Escrito por Pablo Solarz

Familia rodante (2004)



Escrtito e dirigido por Pablo Trapero

Direito de resposta


BUENOS AIRES 100 KM
Sei que ninguém vai ler mas...
Quando eu disse aos meus amigos que El secreto de sus ojos era o filme menos argentino, ou seja, o filme argentino mais americano que eu já havia visto, todo mundo disse que eu era chato. Eu fiquei desesperado pois além do enredo eu não havia como provar nada. Mas ontem assisti uma entrevista de Felix Monti (Dir. de fotografia do filme) que confirmou minha suspeita, ou melhor, ele disse que buscava a fotografia do cinema americano dos anos 50. Pois então, a coisa toda está no conteúdo e na forma mas eu não sabia ser mais chato e dizer isso.

Filmes argentinos que me impressionam vão como dica:

Buenos Aires 100 KM

Familia rodante

Hitorias Mínimas

La niña santa


XXY

sábado, setembro 04, 2010

Feliz aniversário Senhora D



?muere alguien?



Escuridão, intimidade e solidão. Tudo começava no seu quarto. Tinha aquela vontade de aniquilação, você se lembra? Como na primeira vez, no primeiro surto. O sonho era o mesmo ou pelo menos era o que você me contava. Eu me sentia ridículo tal qual um piano de pernas pro ar. Na verdade, estava cansado de suas idéias principalmente da história das máscaras. Só eu sabia que suas cores preferidas eram o verde e o vermelho mas já não me fazia falta a exclusividade. Lembra? a América toda vermelha, idiota. Qualquer um podia decifrar esses seus sonhos, diriam AIDS, comunismo ou qualquer outra coisa, febre porcina, e você acreditaria, o que você busca é sentido pro absurdo da vida. Seu sonho era ser profeta. Mas aí apareceu a Francine e você achou que ela falava a mesma língua sua. Mas você nunca contou pra ela seus planos.

Um gato talvez salvasse sua pele, sua carne. Você gostava de gatos. Tínhamos um que por sua culpa tivemos que deixá-lo. Lembra do Bandeira? É a carne que sente seu imbecil. Mas agora vou contar pra Francine suas idéias: de entupir os bueiros da cidade com jornal picado só pra ver a merda subir, lembra? Todo mundo sabe que ela existe mas ninguém se importa pra onde ela vai, só você e os idiotas verdes. Vou contar aquela história de deserto, do seu medo, da sua impotência e também a história do umbigo do mundo. Você quer ir pra Cuzco com segundas intenções? Vai dar um fim nessa história toda lá? Seria genial, patético como você, sua última grande metáfora. Realmente, você... A máscara também é o rosto, faz sentido? Você quer dar o salto no escuro? Foi o Marcos quem te disse isso? O Marcos não sabe de nada. A mãe dele se matou como a sua, por causa do marido. Dá o salto logo... mas você tem medo, vai atrapalhar a vida cotidiana do seu pai? Então vai se perder no deserto e morrer de sede que é isso que você merece. Você não disse que todo mundo tinha medo do diabo? Acho que desse todo você nunca se excluiu.

Acho que você gostava de ouvir aquelas vozes.O surto era seu momento de lucidez, lembra? Sentia-se possuído, lembra? Jesus Cristo? Babaca! Você queria ser Rimbaud, né? O papo das cores que estupidez ( Sua grande teoria). Conta pra Francine que um dia você disse que o umbigo do mundo era em Cuzco e que o cu do mundo era o seu. Taí, a grande piada, ou metáfora como você preferir. Você não vira cinza, no fim você vira merda ou barro se preferir.

Vou guardar isso numa pasta e não vou mostrar pra ninguém, fica tranqüilo, fica só entre eu e você - desabafo. Angústia? Você não sabe nada de angústia.

"...e o que foi a vida? uma aventura obscena, de tão lúcida" Senhora D.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Coversando com a Senhora D.


o que é estar morto?

amanhã eu te conto

?muere alguien?

"Livrai-me, Senhor, dos abestados e dos atoleimados"
Senhora D.

quinta-feira, setembro 02, 2010

Sobre bem-te-vis e sabiás

"compreender o quê?
isso de vida e morte, esses porquês"(...)
Senhora D.

O bem-te-vi canta mais alto mas eu prefiro a sabiá, jajajajaja.



Fabulações, fracasso, erotismo, jogo, leitura e morte.

ter que começar sempre, isso é contrário aos valores dominantes de prospectiva, de desenvolvimento, de alvo, de performance, de velocidade, de contrato, de execução, de gozo

de ne faire que commencer toujours, cela est contraire aux valeurs ambiantes de prospective, de développement, de ciblage, de performance, de vitesse, de contrat, d’exécution, de jouissance”

(« Le Postmoderne Expliqué aux Enfants », Galilée, 1986, Paris, pp. 158/159)

LYOTARD