segunda-feira, junho 01, 2009

A comilança


Tenho medo de cachorros, gatos e crianças. São imprevisíveis, dizia consigo mesmo. A vida parecia uma sucessão de equívocos e cada vez que parava para pensar sentia o vazio. Tenho feito promessas que não irei cumprir. E o mundo girava enquanto se tenta saltar, ou algo que o valha. Tenho medo de esquecer as coisas que ainda fazem sentido pra mim. A noite começava a devorar o sol da tarde para vomitá-lo sobre a terra na aurora. E eu nunca disse uma única palavra verdadeira pra você em toda minha vida. Pensou que aquela hora não haveria problema em caminhar pelo bairro, não haveria nem cacchorros nem gatos nem crianças na rua. Queria passar o tempo e resolveu caminhar até o cemitério, o problema é que há sempre gatos em cemitérios. Imaginava qual seria a causa dessa estranha combinação. Será que era por conta dos ratos ou insetos que roiam os defuntos. Foi assim mesmo. Pensava em Mastroiani, Moreau e naquela moça que contracenava com eles em la Notte, será que Moreau estva morta? e a moça? não importava. Sorriu.

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