sexta-feira, outubro 31, 2008

mais História


A tradição dos oprimidos nos ensina. que o "estado de exceção" em que vivemos é na verdade a regra geral. BENJAMIN

quinta-feira, outubro 30, 2008

quarta-feira, outubro 29, 2008

tindersticks

Tindersticks My Sister lyrics

"Do you remember my sister?

How many mistakes did she make with those never
blinking eyes?

I couldn't work it out.

I swear she could read your mind, your
life, the depths of your soul at one glance.

Maybe she was stripping herself
away, saying
Here I am, this is me
I am yours and everything about me, everything you see...
If only you look hard enough
I never could.

Our life was a pillow-fight.We'd stand there on the quilt, our hands clenched
ready.

Her with her milky teeth, so late for her age, and a Stanley knife in
her hand. She sliced the tyres on my bike and I couldn't forgive her.

She went blind at the age of five. We'd stand at the bedroom window and she'd
get me to tell her what I saw.

I'd describe the houses opposite, the little
patch of grass next to the path, the gate with its rotten hinges forever wedged
open that Dad was always going to fix. She'd stand there quiet for a moment.

Ithought she was trying to develop the images in her own head. Then she'd say:


I can see little twinkly stars,
like Christmas tree lights in faraway windows.
Rings of brightly coloured rocks
floating around orange and mustard planets.
I can see huge tiger striped fishes
chasing tiny blue and yellow dashes,
all tails and fins and bubbles.

I'd look at the grey house opposite, and close the curtains.
She burned down the house when she was ten.

I was away camping with the scouts.
The fireman said she'd been smoking in bed - the old story, I thought.

The cat
and our mum died in the flames, so Dad took us to stay with our Aunt in the
country. He went back to London to find us a new house. We never saw him again.

On her thirteenth birthday she fell down the well in our Aunt's garden and
broke her head. She'd been drinking heavily.

On her recovery her sight
returned, a fluke of nature everyone said. That's when she said she'd never
blink again. I would tell her when she started at me, with her eyes wide and
watery, that they reminded me of the well she fell into. She liked this, it
made her laugh.

She moved in with a gym teacher when she was fifteen, all muscles he was. He
lost his job when it all came out, and couldn't get another one.

Not in that
kind of small town.

Everybody knew everyone else's business.

My sister would
hold her head high, though. She said she was in love. They were together for
five years until one day he lost his temper. He hit over the back of the neck
with his bullworker. She lost the use of the right side of her body. He got
three years and was out in fifteen months. We saw him a while later, he was
coaching a non-league football team in a Cornwall seaside town. I don't think
he recognized her.

My sister had put on a lot of weight from being in a chair
all the time. She'd get me to stick pins and stub out cigarettes in her right
hand. She'd laugh like mad because it didn't hurt. Her left hand was pretty
good though. We'd have arm wrestling matches, I'd have to use both arms and
she'd still beat me.

We buried her when she was 32. Me and my Aunt, the vicar, and the man who dug
the hole. She said she didn't want to be cremated and wanted a cheap coffin so
the worms could get to her quickly. She said she liked the idea of it, though

I
thought it was because of what happened to the cat, and our mum".

Tindersticks My Sister lyrics

quinta-feira, outubro 23, 2008

Prazer em conhecer


" Não consigo entender muito bem porque alguém deva escrever o que quer que seja. O vasto mundo se basta, não tem nenhuma necessidade de nossas palavras" SIMONE DE BEAUVOIR

"NÓS É QUE RECONTRUÍMOS AS NOSSAS LEMBRAÇAS. LEMBRAR É FUNDAMENTALMENTE RECONSTRUIR" Cleusa Rios

Em español a irregularidade do verbo sentir é a mesma do mentir, assim como a irregularidade do verbo dormir é a mesma do morir. Coincidências?

quarta-feira, outubro 22, 2008

terça-feira, outubro 21, 2008

Benjamin (ADRIANA)


"O passado traz consigo um índice misterioso, que nos impele à redenção. Pois não somos tocados por um sopro do ar que foi respirado antes? Não existem nas vozes que escutamos, ecos de vozes que emudeceram? Não têm as mulheres que cortejamos irmãs que elas não chegaram a conhecer? Se assim é, existe um encontro secreto, marcado entre as gerações precedentes e a nossa. Alguém na terra está a nossa espera. Nesse caso, como a cada geração foi nos concedida uma frágil força messiânica para qual o passado dirige um apelo. Esse apelo não pode ser rejeitado impunimente. O materialista histórico sabe disso." BENJAMIN

"leite, leitura,

letras, literatura,


tudo o que passa,


tudo o que dura


tudo o que duramente passa


tudo o que passageiramente dura

tudo, tudo, tudo,


não passa de caricatura


de você, minha amargura


de ver que viver não tem cura"

LEMINSKY

http://cariricult.blogspot.com/2007/08/blowup-leminsky.html

quinta-feira, outubro 16, 2008

Do que temos em comum


"Quem sabe a que escuridão de amor pode chegar o carinho" LISPECTOR

Somos sujeitos com capacidades de construir narrativas racionais ou de delírio e algumas vezes uma, outra, em que ambas se relacionam. Muitas vezes, por se tornarem tão orgânicas elas se tornam, outros, seres suplementares a nós mesmos como diz o narrador em À sombra das raparigas em flor

Cemetry gates

"A dreaded sunny day
So I meet you at the cemetry gates
Keats and Yeats are on your side
A dreaded sunny day

So I meet you at the cemetry gates
Keats and Yeats are on your side
While Wilde is on mine

So we go inside and we gravely read the stones

All those people, all those lives

Where are they now ?

With loves, and hates

And passions just like mine

They were born

And then they lived
And then they died
It seems so unfair
I want to cry
You say : "'Ere thrice the sun done salutation to the dawn"
And you claim these words as your own
But I've read well, and I've heard them said
A hundred times (maybe less, maybe more)

If you must write prose/poems

The words you use should be your own
Don't plagiarise or take "on loan"
'Cause there's always someone, somewhere

With a big nose, who knows

And who trips you up and laughs
When you fall Who'll trip you up and laugh
When you fall You say : "'Ere long done do does did"
Words which could only be your own
And then produce the text
From whence was ripped (Some dizzy whore, 1804)
A dreaded sunny day
So let's go where we're happy
And I meet you at the cemetry gates
Oh, Keats and Yeats are on your side

A dreaded sunny day

So let's go where we're wanted
And I meet you at the cemetry gates
Keats and Yeats are on your side

But you lose
'Cause weird lover Wilde is on mine
Sure !"

SMITHS

quarta-feira, outubro 15, 2008

SOBRE AS ESCOLHAS


"Indubitávelmente, raríssimas pessoas compreendem o caráter puramente subjetivo desse fenômeno em que consiste o amor e como é o amor uma espécie de criação de um indivíduo suplementar, distinto daquele que usa no mundo o mesmo nome, e que formamos com elementos na maioria tirados de nós mesmos. Por isso, poucos são os que podem achar naturais as proporções enormes que acaba assumindo para nós uma criatura que não é a mesma que eles vêem".

mais além

(...) "Os elos que nos unem a uma criatura se santificam quando ela se coloca no mesmo ponto de vista que nós para julgar algum de nossos defeitos".

terça-feira, outubro 14, 2008

Trecho de "O autor como produtor"


"Para maior clareza, coloco em primeiro plano a forma fotográfica dessa técnica. O que for válido para ela pode ser transposto para a forma literária. Ambas devem seu ímpeto excepcional à técnica da publicação: o rádio e a imprensa ilustrada. Pense-se no dadaísmo. A força revolucionária do dadaísmo estava em sua capacidade de submeter a arte à prova da autenticidade. Os autores compunham naturezas mortas com auxilio de bilhetes, carretéis e pontas de cigarro aos quais se associavam elementos pictórios. O conjunto era posto numa moldura. O objeto era então mostrado ao público: vejam, a moldura faz explodir o tempo; o menor fragmento da vida diária diz mais que a pintura. Do mesmo modo a impressão digital ensangüentada de um assassino, na pagina de um livro diz mais que o texto. A fotomontagem preservou muitos desses conteúdos revolucionários. Basta pensar nos trabalhos de John Heartfield, cuja técnicatransformou as capasa dos livros em instrumentos políticos. Mas acompanhemos um pouco mais longe a trajetória da fotografia. Que vemos? Ela se torna cada vez mais matizada, cada vez mais moderna, e o resultado é que ela não pode maisfotografar cortiços ou montes de lixo sem transfigurá-los. Ela não pode dizer, de uma barragem ou de uma fábrica de cabos, outra coisa senão: o mundo é belo.este é o título do conhecido livro de imagens de Renger-Patsch, que representa a fotografia da 'Nova Objetividade' em seu apogeu. Em outras palavras ela conseguiu transformar a própria miséria em objeto de fruição, ao captá-la segundo os modismos amis aperfeiçoados. Por que se uma das funções econômicas da fotografia é alimentar as massas com certos conteúdos que antes ela estava proibida de consumir – a primavera, personalidades eminentes, países estrangeiros – através de uma elaboração baseada na moda, uma das suas funções políticas é a de renovar, de dentro, o mundo como ele é – em outras palavras, segundo os critérios da moda".

BENJAMIN

segunda-feira, outubro 13, 2008

Amanhã tem marxista com formação em psicanálise


Slavoj Zizek no Sesc Vila Mariana, é amanhã, imperdível, tem um trecho do wikepedia esse é sobre um de seus "conceitos", idéias que vão contra o discurso hegemônico?

A travessia do Fantasma – Comummente julga-se que a psicanálise tem como pressuposto libertar-nos dos nossos fantasmas, permitindo-nos confrontar com a realidade tal qual ela é. Nada mais errado: Lacan pretendia, pelo contrário, dar a ver como, na nossa existência quotidiana, nos encontramos imersos na realidade, estruturada e sustentada pelo fantasma, sendo esta imersão perturbada pelos sintomas que testemunham o facto de um outro nível da nossa psique, reprimido, resistir a essa imersão. Atravessar o fantasma significa, então, paradoxalmente, identificar-se completamente com ele, isto é, com esse fantasma que estrutura o excesso que resiste à nossa plena imersão na realidade quotidiana, distinguir claramente o que é realidade do que é a nossa ficção, o nosso fantasma. Temos de conseguir distinguir, naquilo que apreendemos como ficção, o núcleo sólido do Real, que só podemos enfrentar se o ficcionarmos. Em suma, temos de distinguir como uma parte da realidade é transfuncionalizada pelo fantasma, de modo que, apesar de constituir parte da realidade, é apreendida no modo da ficção. A exposição do próprio Fantasma é um acto demasiado traumático para ser dito numa conversa. Daí que na psicanálise a figura do terapeuta tende à invisibilidade, ou então como, n’A Pianista, a professora dá a conhecer o seu Fantasma ao aluno apenas por escrito. O Fantasma exposto constitui o núcleo do seu ser, que está mais nela do que ela própria.

bom tem mais um montão de coisa interessante, inclusive sobre o que ele chama de Real, bom dar uma olhada
http://pt.wikipedia.org/wiki/Slavoj_%C5%BDi%C5%BEek

Souvenir


"a usually small and relatively inexpensive article given, kept, or purchased as a reminder of a place visited, an occasion, etc.; memento".

Todos estavam mortos. Um passarinho ou uma flor, não importa, assim como todos indo mais um dia pro trabalho, mortos. Lembrou-se de que ela também estaria morta. Aquela dorzinha na têmpora, do lado esquerdo, uma dor tão banal, havia se tornado epitáfio, sentença de morte, condenação, etc. Encarava seu reflexo no espelho do ônibus, morta sem ao menos ter vivido, amou Douglas, conheceu a Índia e o México, mas isso não contava mais.

Lembrava-se também de Ulysses, da pergunta, você acredita em Deus, agora é que ela não acreditava mesmo. Sempre quis ter um filho, se chamaria Felipe ou Frederico, e se fosse menina o parceiro escolheria. E deus não fazia nenhum sentido numa vida sem sentido algum. Um passarinho ou uma flor, mortos, sem valor algum, sem valor nenhum, etc.

Não tinha mais nenhuma vontade em continuar, nenhum desejo, gostava de conversar com Silvia, talvez seu único desejo fosse ver Silvia, sua única vontade era encontar Silvia e lhe falar da sensação do diagnóstico, quando o médico lhe disse que morria, num tom protocolar, um hálito quente e agradável, pensou em Frederico ou Felipe, não iria mais conhecê-los e chorou.

"pero ellos ni siquiera saben
que mientras ruedan en su amarga arena
hay una pausa en la obra de la nada,
el tigre es un jardín que juega".


CORTÁZAR






sexta-feira, outubro 10, 2008

Brazil


Song by Xavier Cugat

Brazil, where hearts were entertaining June,
We stood beneath an amber moon
And softly murmured "someday soon."
We kissed and clung together,
Then, tomorrow was another day
The morning found me miles away
With still a million things to say;
Now, when twilight dims the sky above
Recalling thrills of our love,
There's one thing I'm certain of
Return I will to old Brazil.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Bleu


"Como a chuva de caju, que cai de repente no calor mais duro de novembro."

O menino olhou pra menina, você é a garota mais encantadora que já vi, a menina ficou encabulada, o menino, eu queria escrever um poema pra você, a menina achou que era um exagero, eles não se conhecem mas se divertem muito juntos, as risadas dela são engraçadíssimas, seu sorriso encanta, a menina, eu morro, o menino, eu napo

crise de superprodução (logocracia)


O grande problema dos escritores, de acordo com Benjamin, tal como dos intelectuais, é não se sentirem como membros de uma profissão, não possuem nenhum sentimento de classe, quando muito se sentem entre classes ou à margem delas. Assim como o esccritor de literatura light (cf. Jameson ou Adorno) acredita em sua autonomia e não percebe que sua escrita compactua com certos interesses, o escritor mais progressista é cerceado nos jornais, por exemplo, porque essas empresas pertencem ao capital.

O maior problema é que ao se imaginarem distintos e autonomos criam a fantasia da logocracia.

Quando Benjamin escreveu esse texto ele era dirigido aos escritores da esquerda burguesa, ou seja, os progressistas ou algo que o valha.

segunda-feira, outubro 06, 2008

as tardes cinzas


As tardes cinzas
às tardes cinzas

sexta-feira, outubro 03, 2008

Iluminuras?



Disse aos dois moleques que ali não era o lugar deles. Não deviam brincar num supermercado. Domingo, definitivamente, era dia de parque, bola, pega-pega. No entanto, sabia que os dois pediam, queriam comer, não estavam ali para brincadeiras.

Injustiça, paradoxo, chamem como queiram, o fato é que os dois homenzinhos diante de tantos produtos, tantas opções, não tinham como matar a fome. Não havia o essencial pra tirar dali qualquer coisa que os satisfizessem.

Todo mercado pressupõe troca, e os meninos não tinham o que trocar. O segurança ficou feliz em ter aprendido isso na aula de sociologia do supletivo que fazia à noite. Expulsou os meninos e os ameaçou por uma possível volta.

quarta-feira, outubro 01, 2008

LEndo (joie énivrant)


Museu e mausoléu
uma simples conhecidência fonética? Pergunta Adorno em espanhol ( verdadeira torre de babel). estou lendo um texto do Adorno chamado Museu Valéry- Proust. O autor reflete sobre visões diferentes dos autores sobre a arte no museu. o que para Valéry significa causa de luto para Proust, motivo de comtemplação.

também estou lendo Benjamin, em inglês, (heh) sobre Proust, memória involuntária e crítica ao snobbery