sexta-feira, setembro 12, 2008

Maria Lúcia


Noite de show, andar pela Augusta sem compromisso. Hoje a noite ela era cliente. Desce a rua que ainda não está cheia, nas calçadas os caras das casas de show convidam aqueles que passam a entrar e tomar uma cervejinha. Ela acha engraçado embora ouça isso quase toda a noite.

Os seguranças do Estúdio são simpáticos. Entra, pede uma cerveja e um energético. A casa começa encher, são todos um pouco mais novos do que ela. Puxa conversa com os técnicos de som pra não se sentir observada. Numa conversa legitima, quer saber se Bill é cool ou um asshole, oferece a um dos rapazes aulas de inglês o outro lhe parece familiar, ela acha que o cara ja´passou pela mão dela. Conversam sobre bandas, música e livros.

A banda que abre o show é horrível tipo wanna be Bob Dylan. Mais cerveja pra suportar o som e a espera. Depois de mais ou menos quarenta minutos entra o Smog. Bill é alto, tem barriguinha e cabelos grisalhos, o batera é baixinho perto dele e faz o tipo latino. Ela acha o Bill meio parecido com Richard Gere e solta uma risada.

We are constantly on trial
It's a way to be free

Smog bem Smog, começa com a estranhíssima River guard e ela fica pensando na profundidade ou nonsense do refrão. Bill e seus melancólicos acordes é acompnhado por um baterista que chega entusiasmar a platéia, "very good drummer", e o rapaz acena em agradecimento. Mais Smog, mais cerveja, uma ida ao banheiro e bang: Blood flow, Bathysphere; entre as músicas ele não fala nada só agradece, bem burocrático ou tímido? Ela curtiu.

Na saída já é tarde, Maria Lúcia está satisfeita, mas é tarde. Sobe Augusta meio apressada. Os caras ainda oferecem cerveja. Entra numa travessa, na cabeça:

Happens on a side street maybe
Lion bites zebra neck

Uns playboys num accord mexem com ela. Ela mostra o dedo, eles tacam alguma coisa nela, descem do carro, chutando, xingando, batendo, mordendo, moendo. A ambulância chegou depois de uma hora que o lixeiro passou.

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